sexta-feira, 25 de maio de 2012

ÉTICA

O Conselho Indígena Inter-Tribal Norte Americano, do qual participam as tribos Cherokee Blackfoot, Cherokee, Lumbee Tribe, Comanche, Mohawk, Willow Cree, Plains Cree, Tuscarora, Sicangu Lakota Sioux, Crow (Montana), Northern Cheyenne (Montana) aprovou o seu código de ética que deveria também valer para todos os seres humanos:



1. Levante com o Sol para orar. Ore sozinho. Ore com freqüência. O Grande Espírito o escutará, se você, ao menos, falar.

2. Seja tolerante com aqueles que estão perdidos no caminho. A ignorância, o convencimento, a raiva, a inveja, o ciúme e a avareza, originam-se de uma alma perdida. Ore para que encontrem o caminho do Grande Espírito.

3. Procure conhecer-se, por si próprio. Não permita que outros façam seu caminho por você. É sua estrada, e somente sua. Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você.

4. Trate os convidados em seu lar com muita consideração. Sirva-os o melhor alimento, a melhor

5. Não tome o que não é seu. Seja de uma pessoa, da comunidade, da natureza, ou da cultura. Se não foi obtido por esforço próprio nem foi dado, não é seu.

6. Respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a Terra. Sejam elas pessoas, plantas ou animais.

7. Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas. Nunca interrompa os outros nem ridicularize-os, nem rudemente os imite. Permita a cada pessoa o direito da livre expressão pessoal.

8. Nunca fale dos outros de uma maneira má. A energia negativa que você colocar para fora no universo, voltará multiplicada a você.

9. Todas as pessoas cometem erros. E todos os erros podem ser perdoados.

10. Pensamentos maus causam doenças da mente, do corpo e do espírito. Pratique o otimismo.

11. A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós. Toda a natureza faz parte da nossa família Terrena.

12. As crianças são as sementes do nosso futuro. Plante amor nos seus corações e ágüe com sabedoria e lições da vida. Quando forem crescidos, de-lhes espaço para que cresçam.

13. Evite machucar o coração das pessoas. O veneno da dor causada a outros, retornará a você.

14. Seja sincero e verdadeiro em todas as situações. A honestidade é o grande teste para a nossa herança do universo.

15. Mantenha-se equilibrado. Seu Mental, seu Espiritual, seu Emocional, e seu Físico, todos necessitam ser fortes, puros e saudáveis. Trabalhe o seu Físico para fortalecer o seu Mental. Enriqueça o seu Espiritual para curar o seu Emocional.

16. Tome decisões conscientes de como você será e como reagirá. Seja responsável por suas próprias ações.

17. Respeite a privacidade e o espaço pessoal dos outros. Não toque as propriedades pessoais de outras pessoas, especialmente objetos religiosos e sagrados. Isto é proibido.

18. Comece sendo verdadeiro consigo mesmo. Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar os outros.

19. Respeite outras crenças religiosas. Não force suas crenças sobre os outros.

20. Compartilhe sua boa fortuna com os outros. Participe com caridade.

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segunda-feira, 21 de maio de 2012

COMPENSAÇÕES

Visita muito agradável de um ex aluno e sua noiva. Surpreenderam-me com o convite para ser madrinha do casamento, o que me deixa feliz e muito honrada. Almoçamos juntos, conversamos, rimos e fiquei pensando em como a nossa profissão - professor - nos traz compensações tão diferentes das demais. Já não leciono há algum tempo e essa lembrança afetuosa do meu nome para testemunhar sua decisão é gratificante.
Eles se casarão no dia do aniversário de 8 anos da minha neta, uma bonita coincidência.

Aborrecida com algumas coisas, o encontro foi como uma brisa suave amenizando dias abafados e um tanto sombrios.

Gosto de registrar em palavras alguns momentos vividos e o tenho feito em meu arquivo particular no word, por causa da dificuldade de acesso à internet aqui neste arraial. Há dias em que não consigo conexão de jeito nenhum. O provedor apresenta um monte de desculpas e nenhuma solução. Enfim... vamos deixar isso de lado. Quando puder e for possível, atualizo o blog.
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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Uma crônica "maneira" de XICO SÁ

 
Crônica de Xico Sá, blog UOL em 30 de abril de 2012 (rsrssrsrs)

O regresso da pessoa amada
Xico Sá

E não é que deu certo!
Algum leitor mais antigo deste cronista inviável deve lembrar do apelo do Amaro, um homem com o coração partido –havia sido trocado por um canalha.

A mulher voltou para ele, depois de quatro meses. Só agora, porém, ao encontrá-lo ontem no box do Pelado, no mercado de Casa Amarela, no Recife, Amaro  contou o desfecho.

O simpático proprietário do estabelecimento fazia as honras com o seu impagável repertório. Cantávamos justamente este vinil aí acima, do genial piauiense Roberto Muller

Está feliz o homem. Queria que você visse. E qual foi o diabo do meu conselho? Reproduzo, a pedido do próprio. “É serviço utilidade pública”, diz.
Eis o que havia escrito para o nosso amigo:`

O leitor aflito me escreve. Quer ajuda, conselhos, alguma filosofia de consolação, ombro, ouvidos… Invoco a Miss Corações Solitários que costuma fazer morada nesta pobre caveira envelhecida em barris de bálsamo.

Não posso deixá-lo a mascar o jiló do abandono. Está desconsolado, como o Sizenando de Rubem Braga, que viu a amada cair nos braços de um playboy. Um idiota que não sabia sequer uma palavra de esperanto.
A vida é triste, Sizenando, como soprou o cronista.
Com Amaro, chamemos assim o nosso ensaio de Bentinho, não foi diferente.
Quis o destino parafusar-lhe objetos pontiagudos à testa.
Sim, ela tem um amante. Daqueles amantes que se encontram à tarde, num intervalo qualquer, no recreio da vida chata.
Nem foi preciso contratar o detive particular, conta-me o nosso Amaro. Ele mesmo fez as vezes de cão farejador de sua própria desgraça.

Que fazer?, indaga, num email no qual até a arroba bóia em poças de lágrimas.
Mato o desgraçado?
Tiro a vida da desalmada?
Vou-me embora pra Tegucigalpa?
Salto mortal da ponte Buarque de Macedo?

Um trágico, esse rapaz. Como os de antigamente. Amaro é do tempo em que os homens coravam. Ainda tenho vergonha na cara, envaidece-se o próprio.

Sossega, Amaro.
O melhor que fazes, respondi ao marido em fúria, é sumir por uns dias, inventar uma viagem, e dar todo tempo do mundo ao infeliz desse amante.
Banalizar o amante, meu caro e bom Amaro.
Entendeste?
Deixar que eles durmam e acordem juntos. Que tenham seus problemas, que percam o luxo dos encontros vespertinos, que se esbaldem.
É necessário deixar a Bovary sentir o bafo matinal da rotina.

A vida dos amantes dura porque eles só vivem as surpresas e valorizam cada minuto do relógio que põem sobre a cabeceira daquele motel barato.

Nada mais cruel para o amante da tua mulher que presenteá-lo com o pão-com-manteiga do dia-a-dia. A rotina é o cavalo de tróia do amor.

Amaro, nada de violência ou besteiras desse naipe.

Ao amante, todas as chances do mundo. Ao amante aquela D.R., a famosa discussão de relação, em plena TPM.

Um amante nunca sabe o que venha ser uma mulher sob o domínio da TPM. Ela faz questão de reservar todos os direitos desse ciclo ao pobre marido.

Ao amante, Amaro, a tapioca fria e sem recheio da rotina do calendário.

Ao amante, Amaro, a falta de assunto.

Ao amante, os cabelos revoltos da mulher, naqueles dias em que nem mesmo ela se aguenta ou encara o espelho. Naqueles dias em que os cabelos brigam com as leis do cosmo e não há pente ou diabo que dê jeito.

Some, Amaro, depois me conta.
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terça-feira, 8 de maio de 2012

OUTRO REENCONTRO...

Ai, que essa internet está revirando o meu passado... Ainda bem que nada de grave tenho a esconder (rsrsrs)

Há pouco tempo, quando não havia criado este blog, contei no Ouriço Elegante uma historinha para os meus netos: a descoberta, a partir de um e-mail,  de uma amiga dos tempos de adolescente.
Agora foi no facebook. Outra amiga me enviou uma mensagem perguntando sobre o nosso passado e se eu era aquela menininha dos tempos de internato (!). E era!
Verdade! Éramos alunas internas no mesmo colégio, mas isso faz tanto, tanto tempo ... Nem existe mais essa coisa de internato. A memória é mesmo algo extraordinário!

Não sei se retomaremos a amizade interrompida, mas, de qualquer forma, é interessante saber que deixamos uma lembrança no coração das pessoas.
 
Isto nos remete a Machado de Assis logo no início de 'Dom Casmurro':
"...atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. (...) Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente."


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sábado, 5 de maio de 2012

LEITURA RECENTE - "Nihonjin"

Terminei de ler um romance que minha irmã e meu cunhado me emprestaram: o título é Nihonjin, de Oscar Nakasato.
Trata-se de uma reconstrução histórica - com base pessoal - da imigração japonesa no Brasil na segunda década do séc.XX. Bem interessante a história familiar de Hideo Inabata, que vem cheio de sonhos de enriquecimento, trabalhar nas lavouras de café.

O narrador é neto do protagonista e pretende trazer uma visão contemporânea sobre o tema da migração, ele mesmo, o neto, um dekassegi preparando-se para ir trabalhar no Japão.
Aceita um trabalho árduo de chão de fábrica embora possua curso superior. O avô, familiarmente chamado de ojiichan, se preocupa justamente por ter enfrentado, junto com a família, as tantas dificuldades e não queria para o neto essa experiência.  Mas este lhe diz que os tempos são outros e que iria e voltaria sem os contratempos do passado.

Há também a questão do final da segunda Grande Guerra com a rendição das forças japonesas e a consequente decepção dos súditos do Imperador;  as bombas de Hiroshima e Nagasaki e a radical tranformação do Japão em um país moderno, altamente industrializado, tecnologicamente uma referência para os demais.

Muito difícil para nós, ocidentais, mergulhar na cultura japonesa e compreender determinadas situações, mas o livro é bem elucidativo, tem linguagem moderna, correta e sem rebuscamentos.

Enfim,  mais um aprendizado para mim que conheço tão pouco a cultura oriental. Lembro-me de ter lido, quando muito jovem, "Uma ponte para passar" e um outro cujo título não me ocorre no momento , da escritora norteamericana Pearl S.Buck abordando o tema.

Alguns trechos de Nihonjin:
'O tempo - sua reta inflexível como o traçado de uma flecha certeira no ar, sua norma inquestionável e singular - vai manchando as imagens, apagando algumas, gravando ruídos no verbo, e logo se duvida do que foi dito, ou se necessita preencher as elipses, realçar os contornos para que se possa ver, ou inventar traços e cores em folhas em branco.' (p.9)

'Ele (o Imperador) quer que emigremos, que fiquemos um tempo em terra estrangeira, mas que voltemos depois, com bastante dinheiro, e ajudemos no desenvolvimento do país.'  (p. 14)

(a arte do bonsai)
'Após a rigorosa poda - eu vi as mãos trêmulas adquirirem firmeza, a direita segurando o alicate, a esquerda, o galho, ambas convictas do corte, orgulhosas do destino que comandavam.' (...)
'Eu lhe perguntei se ele sabia como a árvore seria em 10, 15 anos e ojiichan respondeu simplesmente que havia a natureza. Foi o que aprendera. Pensei em tio Haruo, em como se desenvolvera se esquivando de alicates e arames e se tornara uma árvore livre, exuberante...'
(p. 170)