terça-feira, 31 de julho de 2012

UMA CRÔNICA INTERESSANTE

Carta Tarô Mitológico - A Estrela

“Nada é só bom”
A felicidade pode ser uma mercadoria ordinária, vendida e não entregue

Eliane Brum – Revista 'Época', 27/09/2010

Ao assistir ao novo filme de Arnaldo Jabor, “A Suprema Felicidade”, fiquei desesperada porque não tinha uma caneta e um bloquinho. Eu nunca ando sem uma caneta e um bloquinho. Mas assisti ao filme na abertura do Festival de Cinema do Rio, na quinta-feira (23/9), vestida para festa e com uma daquelas bolsas ridículas onde mal cabem o batom e o dinheiro do táxi. Um problema quando ouvimos uma frase realmente ótima e tudo o que encontramos para retê-la é um bastão com algum nome bizarro como “beijo fatal”. Tive de apelar para a minha péssima memória porque há no filme algumas frases imperdíveis. Daquele tipo essencial, tão boas que parecem simples e até óbvias e você quer morrer por nunca tê-las escrito. Estas frases unem as memórias do cineasta, que vão emergindo no filme do mesmo modo que as lembramos na vida – sem linearidade e só aparentemente descosturadas. Fiquei repetindo-as durante toda a sessão para mim mesma. Consegui que sobrevivessem razoavelmente ilesas. E a primeira delas é a do título desta coluna: “Nada é só bom”.

Virou meu mantra desde então. Vejo tanta gente sofrendo por aí, achando que sua vida está aquém do que deveria ser, porque tudo deveria ser só bom. Não sei quando nos enfiaram garganta abaixo esta ideia absurda de um estado de felicidade absoluta. Uma espécie de nirvana a ser alcançado em que nada mais nos perturbaria e que seríamos felizes para sempre. Na verdade, só há um jeito de isso acontecer: podemos ser felizes e mortos. Porque este estado imperturbável, imune à vida, só se alcança na morte.

Acho que a grande causa atual de infelicidade é a exigência da felicidade. É o deslocamento do lugar da felicidade para o centro da vida, como um fim a ser alcançado e a medida de uma existência que valha a pena. Se nos lembrarmos bem dos contos de fadas, o “e foram felizes para sempre” era exatamente o fim da história. Era quando o conto morria num ponto final porque não havia mais nada relevante para ser contado. Tudo o que interessava, o que nos hipnotizava e nos mantinha pedindo a nossos pais ou à professora ou a nós mesmos “de novo, conta de novo”, era o que vinha antes. O desejo, as turbulências, os avanços e recuos, os tropeços e os arrependimentos, os erros, o frio na barriga, a busca. Tudo aquilo que é a matéria da vida de todos. O que realmente importa.

Acho impressionante a quantidade de adultos pedindo um final feliz para as suas vidas, para suas histórias de amor, para o sucesso profissional. Não há nenhum mistério no final. Independentemente do que cada um acredita, o fato é que no final a vida como cada um a conhece acaba. Para viver, o que nos interessa não são os pontos finais, mas as vírgulas. Os acontecimentos do meio, o enredo entre o primeiro parágrafo e o último.

Escrevo pequenas histórias de ficção em um site de crônicas e alguns leitores se manifestam, por comentários ou por email, reclamando do desfecho. Eles me ensinam sobre esta exigência da felicidade por toda parte. Pedem, com todas as letras, “um final feliz”. Sentem-se traídos porque não dou isso a eles. Mas voltam na semana seguinte para se perturbarem com o desfecho do novo conto e reclamar mais uma vez. São adultos pedindo histórias da carochinha. E consumidores bem treinados para achar que tudo é produto de consumo.

Acham que ofereço a eles cachorro-quente. Por favor, um pouco mais de mostarda, duas salsichas, menos pimenta no molho. É muito interessante. Mas, de algum modo, algo nos meus “finais infelizes” os engata. Porque, em vez de me deixar para lá e ler algo mais “feliz”, voltam por alguma razão. Talvez descobrir se me rendi a tal da felicidade.

A ideia de felicidade como um fim em si mesmo encobre e desbota tanto a delicadeza quanto a grandeza do que vivemos hoje, faz com que olhemos para nossas pequenas conquistas, nossos amores nem sempre tão grandiloquentes, nosso trabalho às vezes chato, como se fosse pouco. Apenas porque nem a conquista nem o amor nem o trabalho é só bom. E há uma crença coletiva e alimentada pelo mundo do consumo afirmando que tudo deveria ser só bom. E se não é só bom é porque fracassamos.

Deixamos então de enxergar a beleza de nosso amor imperfeito, de nossa família imperfeita, de nosso trabalho imperfeito, de nosso corpo imperfeito, de nossos dentes imperfeitos e até de nossas taxas de colesterol imperfeitas. De nossos dias imperfeitos. Escolher como olhamos para nossa vida é um ato profundo de liberdade que temos descartado em troca de propaganda enganosa.

Tanta gente se esquece de viver o que está aí em troca desta mercadoria ordinária chamada de felicidade. Que, como toda mercadoria, tem essência de fumaça. Se tivesse de escolher entre esta felicidade de plástico que vendem por aí e a infelicidade, preferiria ser infeliz. Pelo menos, a infelicidade me faz buscar. E a felicidade absoluta é mortífera, ela mata o tempo presente.

Não tenho nenhum interesse por esta pergunta corriqueira: “Você é feliz?”. Acho uma questão irrelevante. O que me interessa perguntar a mim mesma – e pergunto a todos a quem entrevi

Desejar é o contato permanente com o buraco, com a falta, com a impossibilidade de ser completo. Desejar é o que une o homem à sua vida. Une pela falta. Tem mais a ver com um estado permanente de insatisfação. Não a insatisfação que paralisa, aquela causada pela impossibilidade da felicidade absoluta; mas a insatisfação que nos coloca em movimento, carregando tudo o que somos numa busca permanente de sentido. Desejar é estar sempre no caminho, conscientes de que o fim não importa. O fim já está dado, o resto tudo é possibilidade.

No filme de Arnaldo Jabor, as melhores frases são de Noel, avô do personagem principal, vivido pelo enorme Marco Nanini. Numa ocasião ele diz ao neto: “Ninguém é feliz. Com sorte, a gente é alegre”. E completa: “A vida gosta de quem gosta dela”. Achei de uma simplicidade brilhante. É isso, afinal. É claro que há uns poucos momentos de felicidade, mas, como diz Noel em seguida, eles duram no máximo uns 10 minutos e se vão para sempre.
Em vez de ficar perdendo tempo com finais felizes ou se perguntando sobre a felicidade ou invejando a suposta felicidade do vizinho ou se sentindo mal porque não é um personagem de comercial de margarina, vale mais a pena tratar de viver. Tratar de gostar da vida para que ela goste de você.

Aliás, nada me dá mais medo do que gente que vive como se estivesse num comercial de margarina. Se aceitarem um conselho: corram dessas vidas de photoshop. Elas não existem. Gente de verdade vive do jeito possível – e tenta lembrar que o possível não é pouco. Isso não significa se acomodar, pelo contrário. Mas abrir os olhos para a novidade do mundo na soma subtraída de nossos dias, desejar a vida que nos deseja.

É como em outra frase, esta dita por um comprador ambulante de coisas antigas num momento crucial do filme. Um delirante Noel, assustado com a proximidade da morte e disposto a retomar a alegria, sacode na rua o personagem de Emiliano Queiroz, gritando: “Hoje é sábado, hoje é sábado”. E o comprador de coisas que já perderam o sentido diz a frase antológica, digna de um frasista como Nelson Rodrigues: “O sábado é uma ilusão”.

Sim, o sábado é uma ilusão. Então, lembre de viver também de segunda a sexta.

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A RESPEITO DE 'GABO'...EM RESPEITO A 'GABO'


Gabriel Garcia Marquez
Colômbia, município de Arataca, 06 de março de 1927


 No labirinto da memória

Eric Nepomuceno em 17/07/2012, Observatório da Imprensa na edição 703

Todo escritor precisa, entre tantas outras, de duas ferramentas essenciais: imaginação e memória. Uns mais de uma, outros mais de outra. Gabriel García Márquez é um exemplo nítido de escritor que sempre dependeu essencialmente da memória, embora seja tratado como dono de uma imaginação fabulosa. De nada adiantou ele ter dito um sem-fim de vezes que não há uma única linha em tudo que escreveu que não tenha, como ponto de partida, um dado da realidade.
Em 1996, foi mais explícito: “Vivi minha vida inteira da memória, e isso me preocupa muito porque agora começo a notar que ela tem me traído. Tenho na cabeça uma lista de rostos e uma de nomes, mas sou incapaz de relacionar uns e outros.” Naquele mesmo ano, ouvi dele, em sua casa da Cidade do México, que ia começar a escrever suas memórias, uma tarefa especialmente difícil: “Quando somos jovens não temos muito para lembrar e quando chegamos à velhice já não lembramos de quase nada.” Um ano depois, começou a escrever Viver Para Contar. Anunciou três volumes. Em 2002, publicou o primeiro. Naquela altura, tinha começado a esboçar o segundo, que não levou adiante. Não chegou a começar o terceiro. Nesse meio tempo, arrematou uma novela breve, Memória de Minhas Putas Tristes. E silenciou.
Semana passada, ao afirmar em Cartagena das Índias que seu irmão mais velho padece de demência senil e não escreve mais, Jaime García Márquez rompeu o pacto que existia entre os amigos mais próximos do escritor. Deve ter suas razões para quebrar o silêncio que cerca o silencioso mundo em que seu irmão está mergulhado faz algum tempo.

Uma frase recorrente
Até aquele momento, havia dois antecedentes discretos de ruptura desse pacto que ninguém combinou, mas existia. Nas páginas finais da biografia que escreveu, o inglês Gerald Martin menciona o medo de García Márquez perder a memória e diz claramente que esse medo cresceu na mesma proporção em que essa memória começava a encolher. O outro antecedente partiu do jornalista colombiano Plínio Apuleyo Mendoza, amigo de García Márquez há mais de cinco décadas, padrinho de um de seus filhos. No começo de junho, ele contou que já não falava mais por telefone com o compadre porque García Márquez não reconhecia as pessoas a menos que estivesse na frente delas.
Quanto a não escrever mais, nenhuma novidade: ao longo de décadas os amigos ouviram essa frase. Basta recordar que em 1964, depois de três anos sem conseguir escrever nada que achasse que valia a pena, ele jurou a Álvaro Mutis, seu melhor e mais íntimo amigo, que não escreveria nunca mais. Em junho do ano seguinte começou Cem Anos de Solidão. Em 1982, depois de Crônica de Uma Morte Anunciada ter sido lançado com um êxito olímpico, ouvi dele, na Cidade do México, que a fonte havia secado. No ano seguinte, começou a escrever O Amor nos Tempos do Cólera. Dizia a frase como quem quer conjurar um temor longínquo.
Em setembro de 2009 voltamos a estar juntos no México, e ouvi a frase uma vez mais. Lembro bem que às duas em ponto da tarde do sábado, dia 12, cheguei ao casarão da calle Fuego. Estavam lá Jaime, sua mulher, Margarita, uma prima dele, também Margarita, Mercedes e o Gabo.

“Chamo, chamo, e não vem nada”
Foi um almoço prolongado. Tomamos um estupendo Chablis e ele passou o tempo todo me fazendo lembrar histórias nossas. Gabo começava e me pedia para continuar. Foi assim que confessamos a Mercedes a autoria de um roubo histórico cometido mais de 20 anos antes: logo depois de ele ter ganho o Nobel de Literatura, em 1982, ela viajou para a Colômbia. Numa noite de solidão, García Márquez me convocou, junto a dois amigos, e liquidamos, impávidos, a reserva formidável de um champanha Taittinger Rosée que Mercedes escondia como tesouro.
Lembramos passagens por Madri, por Havana, por Cartagena das Índias. Eu sentia nele um prazer especial por confirmar suas lembranças. Mesmo quando se equivocou fundo, me perguntando sobre uma missão confidencial que eu teria desempenhado junto ao presidente panamenho Omar Torrijos, e que jamais aconteceu, não se abalou.
No final da jornada, quando disse que não estava escrevendo porque já não tinha ideias – “Chamo, chamo, e não vem nada” –, acreditei. Com a profunda esperança de estar errado, mas acreditei.

Uma memória sem fim nem fundo
Em outubro de 2010, ouvi de Jaime, em Cartagena, que o irmão padecia de demência senil num estado avançado. Em setembro de 2011, no México, estive de novo com Mercedes e o Gabo. Achei-o mais magro, mais silencioso que antes, mas dono do sorriso de sempre.
A certa altura, soltou uma de suas frases insuperáveis: “Eu já não cuido de nada, não me interesso por nada, não me inquieto por nada, não me preocupo com nada.” E concluiu: “Isso é o que me preocupa.”
Não precisei de esforço algum para, diante de semelhante e melancólica lucidez, sentir a mais profunda esperança de que Jaime estivesse enganado.
Continuo com essa esperança. Para mim, Gabo envelhece aos poucos. E em silêncio. Sua memória já não é como o oceano, sem fim nem fundo. Mas é nessas águas que ele navega.
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Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

sexta-feira, 27 de julho de 2012

MANUEL BANDEIRA

Duas traduções inéditas de Manuel Bandeira

Nina Rizzi, em Revista Bula - 05/07/2012


“Chambre vide” (Quarto vazio) e “Bonheur lyrique” (Feli­ci­da­de Lírica) foram escritos em francês por Manuel Ban­dei­ra e publicados no livro “Li­ber­tinagem”, em 1930, sem haver uma correspondente versão em português, como é o caso de outros poemas que o autor fez nos dois idiomas: “Nuit morte” (Noite morta), “Fleurs Famées” (Flores murchas) e “Évocation de Recife” (Evocação ao Recife).






QUARTO VAZIO
Petrópolis, 1925

Gatinho branco e cinzento
Fica ainda no quarto
A noite está fria lá fora
E o silêncio pesa
Eu tenho medo da noite
Gatinho irmão do silêncio
Fica ainda
Fica comigo
Gatinho branco e cinzento
Gatinho
A noite pesa
Não têm borboletas na noite
Onde estão esses insetos agora?
Os mosquitos dormem sobre o fio da eletricidade
Eu estou me sentindo muito sozinho neste quarto
Gatinho irmão do silêncio
Fica ao meu lado
Que é preciso que eu sinta vida perto de mim
E é você que faz com que este quarto não esteja vazio
Gatinho branco e cinzento
Fica ainda no quarto
Acordado minucioso e lúcido
Gatinho branco e cinzento
Gatinho.

**

FELICIDADE LÍRICA

Coração tísico
O meu coração lírico
Tua felicidade não pode ser como a dos outros
É preciso que você construa
Uma felicidade única
Uma felicidade tão lastimável
como os farrapos de um pobre diabo
uma criança pobre
— Feita por ela mesma.

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MACHADO DE ASSIS - O espelho

Um bruxo

Menalton Braff, em Revista Bula - 18/07/2012


Era autodidata, o bruxo do Cosme Velho, mas como entendia da alma humana! Para usar a linguagem da era da tecnologia, ele tinha um entendimento de alta resolução do ser humano. É de se admirar que tivesse uma visão niilista, pessimista, da existência?
Tenho-me lembrado, ultimamente, com muita frequência de Machado de Assis. Sobretudo de seu conto “O Espelho”. As coisas acontecem em nossa volta e, como no conto do Monteiro Lobato, a realidade copia a ficção.   
Alguns dos leitores, infelizmente, não conhecem Machado de Assis, muito menos o conto aludido. Não é inútil, portanto, um resumo. O ideal, é claro, seria a leitura do conto, pois o conto é seu discurso, mas supondo que isso vá demorar a acontecer, ou que não aconteça jamais, não vejo outro recurso senão o resumo.
O narrador do conto, o protagonista Jacobina, desenvolve, em conversa com seus amigos, a teoria de que todos nós temos duas almas: uma interior e outra exterior. Como comprovação de sua teoria, conta a história de um jovem oficial do exército imperial brasileiro. (Técnica conhecida como mise en abyme). Em toda sua família, ninguém, até então, galgara tão alto a escala social. O jovem oficial é o orgulho e a esperança de redenção dos parentes. Só tira o uniforme para dormir.
Um dia, por razões fortuitas, encontra-se inteiramente sozinho em uma casa de fazenda, onde fora visitar sua tia, e de onde, depois de uma viagem forçada da família, até os escravos somem. Resolve, para não sujar seu rico uniforme, vestir uma roupa comum. Ao passar pela frente do espelho, leva um susto enorme: sua imagem não está lá. Não tem para quem apelar, não consegue imaginar o que acontece. Angustiado, com medo, resolve partir daquela casa maldita, em que deixara de existir.
Vai ao quarto e veste apressadamente o uniforme para a viagem. Grande surpresa, quando passa novamente pela frente do espelho: sua imagem está perfeita, irretocável. Sem saber como, ele recupera sua alma exterior.
Machado tinha como uma de suas características mais fortes revelar a realidade por baixo das aparências e resolveu de forma narrativa a exposição desse, que é um dos grandes vícios do ser humano.
Quanta gente conheço que não pode tirar o uniforme! 

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quinta-feira, 26 de julho de 2012

MODERNIDADE


Três são as frases em destaque nos dias que corre: 

1. "Antigamente as mulheres cozinhavam igual à mãe...
Hoje, estão bebendo igual ao pai!"

2. Antigamente as bundas vinham dentro das calcinhas...
Hoje em dia, a calcinha vem dentro das bundas...

FRASE DA DÉCADA
(IRRETOCÁVEL)
3. "Antigamente os cartazes nas ruas, com rosto de criminosos, ofereciam recompensas; hoje em dia, pedem votos".


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domingo, 8 de julho de 2012

CLARICE

“Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa.
Não altera em nada… Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas.
A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro…”

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"O que me tranqüiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe... é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição."

 


(Clarice Lispector)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

VIDA QUE SEGUE...


"Hoje eu escolhi passar o dia cantando
De hoje em diante
Eu juro felicidade a mim
Na saúde, na saúde, juventude, na velhice
Vou pelos caminhos brandos
A minha proposta é boa, eu sei
De hoje em diante tudo se descomplicará
Com um nariz de palhaço
Rirei de tudo que me fazia chorar
Cercada de bons amigos me protegerei
Numa mão bombons e sonhos
Na outra abraços e parabéns"

\(Vanessa da Matta)

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domingo, 1 de julho de 2012

MARIA BETHÂNIA - Lua e Lua Branca



Penso que o artista deve se concentrar na sua arte, naquilo que representa o seu dom.
Maria Bethânia é uma extraordinária intérprete da música e da literatura.
Canta lindamente, tem o dom da expressão verbal  e -  embora às vezes exagere ou eleve um pouco o tom -os poemas ditos por ela adquirem uma força diferente.

Ao ler o poema "Carta de Amor" , de sua autoria, não me senti bem. Concordei com o articulista quando diz que mais parecia um manifesto de vingança. Ficou esquisito.

Melhor continuar cantando e dizendo os poemas de outros. É apenas a minha opinião.

Para mim, as músicas deste post - "Lua" de Roberto Mendes e Mabel Veloso e "Lua Branca", música de Chiquinha Gonzaga com letra de Dora Vasconcelos - têm aqui sua melhor interpretação.

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