sexta-feira, 29 de junho de 2012

REFLEXÕES SEM AUTOAJUDA


Às vezes, com ou sem motivo, fico pensando na letra de algumas músicas,  me prendo a determinados trechos - versos ou frases musicais - e me ponho a conjeturar... (esse verbo 'conjeturar' é bom, fala a verdade...hahaha!)

Estou falando seriamente - melhor, tô falando sério.
Hoje é a vez de um trecho da conhecida "Aquarela" de Toquinho (aliás, acho que é tradução de uma música italiana):

"Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá..."


A finalidade maior da música é nos transportar para o sonho e a habilidade verbal dos letristas nem sempre é percebida, mas algumas vezes nos desperta e nos faz encarar a realidade.

Descolorir. Vamos, sim - todos, sem exceção - descolorindo enquanto vivemos. A pele vai perdendo o viço, o olhar tem o brilho enfraquecido, os cabelos branqueiam. Muitos de nós tentamos deter esse descolorir, o que resulta inútil e, por vezes, patético. O exagero é sempre patético.

O que incomoda talvez não seja esse esmaecimento da imagem, mas o descaso e o descrédito nas possibilidades interiores.

Muitas pessoas - nos dias atuais é cada vez mais comum - amadurecem ou envelhecem conservando vitalidade, entusiasmo, inteligência, interesse, enfim, o essencial  para a continuidade do exercício de viver. 

Na prática da vida, nas profissões comuns, entretanto, essas pessoas exaltadas e elogiadas por sua aparência não recebem a merecida atenção quando se manifestam em alguma situação, principalmente em se tratando de trabalho...  Trabalho remunerado, então, nem pensar!    É como se só devessem se dedicar a hobbies, prestação de auxílio voluntário, atividades religiosas ou assuntos de família. Os economistas diriam que perderam valor no mercado "Seu tempo já passou"; "Agora é a vez dos jovens"; "Você já trabalhou bastante, já deu sua contribuição" etc. etc.

E eu penso: é como se o tempo as descolorisse também por dentro.  Isso, sim, é difícil, doloroso e triste de se aceitar.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

MARIA BETHÂNIA - Carta de Amor



Texto de Pedro Alexandre Sanches

"Ela diz que é uma carta de amor. Trata-se, de fato, do único momento vibrante de um álbum de modos menores, por vezes depressivos, que a cantora batizou "Oásis de Bethânia". Em seu novo disco, a baiana Maria Bethânia reservou para o quase final a faixa "Carta de Amor", escrita por ela sob melodia do compositor de sambas de amargor Paulo César Pinheiro. Atrás do nome inofensivo, oculta-se talvez o mais monumental canto de ódio da história da música brasileira.

A suíte de sete minutos de duração intercala textos declamados com trechos em clave de samba de roda, todos eles de prumada no mínimo ameaçadora. "Não mexe comigo/ que eu não ando só", diz o refrão mais constante, cantado por ela em falsete fantasmagórico. "Não ando no breu/ nem ando na treva/ é por onde eu vou que o santo me leva." "Eu não provo do teu fel/ eu não piso no teu chão/ e para onde você for/ não leva meu nome, não." "O que é teu já tá guardado/ não sou que vou lhe dar." Amor? Só se for no registro do sarcasmo.

Na parte falada, Bethânia atira-se ao fervor religioso, num chamamento sincrético a toda e qualquer entidade, humana ou inumana, que a possa proteger: Zumbi, Besouro, o chefe dos tupis, tupinambá, erês, caboclo boiadeiro, mãos de cura, morubixabas, cocares, arco-íris, zarabatanas, curare, flechas, altares, o escuro da mata escura, o breu, Jesus, Maria, José, todos os pajés, o menino-Deus, o poeta, a rainha do mar, o baile das ondas, o ouro de Oxum, o raio de Iansã, o Cruzeiro do Sul, a tocha da fogueira de João, as Três Marias, o esplendor das nebulosas, a forja de Ogum, o calor da lava dos vulcões de Xangô, Marta, Lázaro, a palma da inspiração de Caymmi, o terço de Fátima, o cordão de Gandhi, o oásis de Bethânia. O céu de Suely?

Se amor e fervor se entrelaçam nos chamamentos, a explosão de rancor está por vir, e extravasa os refrões rumo ao texto cuspido. "O veneno do mal não acha passagem em meu coração." "Medo não me alcança, no deserto me acho, faço cobra morder o rabo, escorpião virar pirilampo." "Onde vai, valente? Você secou, seus olhos insones secaram. Não veem brotar a relva que cresce livre, verde, longe da tua cegueira." "Ninguém te escolhe, você pisa na terra mas não a sente, apenas pisa, apenas vaga sobre o planeta." "Você é o oco do oco do oco do sem-fim do mundo." "Eu posso engolir você, só pra cuspir depois."

O endereço da canção pertence ao universo íntimo da poeta, não nos é dado conhecê-lo. Nos resta especular. Dirige-se a um ex-amor? A algum inimigo dentro ou fora da música? À política? Aos críticos musicais? À mídia voraz e onívora que arrasou com o projeto de poesia pelo qual a artista fora premiada com o direito de captar patrocínios com apoio estatal? A quem afinal Bethânia estaria desejando tanto fel vestido de bem, tamanho ódio travestido de (carta de) amor?"
(...)


Carta de Amor
Texto:Maria Bethânia
Música: Paulo Cesar Pinheiro

Não mexe comigo, que eu não ando só,
eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não.

Eu tenho Zumbi Besouro, o chefe dos tupis
Sou tupinambá, tenho erês, caboclo boiadeiro,
mãos de cura, morubichabas, cocares, arco-íris
zarabatanas, curares, flechas e altares.
A velocidade da luz no escuro da mata escura
O breu, o silêncio, a espera.
Eu tenho Jesus, Maria e José,
todos os pajés em minha companhia.
O Menino Deus brinca e dorme nos meus sonhos.
O poeta me contou.

Não mexe comigo, que eu não ando só,
eu não ando só, que eu não ando só.
Não mexe não.

Não misturo, não me dobro.
A Rainha do Mar anda de mãos dadas comigo,
me ensina o baile das ondas e canta,
canta, canta pra mim.  
É do ouro de Oxum
que é feita a armadura
que guarda o meu corpo,
garante meu sangue, minha garganta.
O veneno do mal não acha passagem
E em meu coração
Maria acende Sua luz, e me aponta o caminho.

Me sumo no vento, cavalgo no raio de Iansã,
giro o mundo, viro, reviro.
Tô no Recôncavo, tô em Fez,
voo entre as estrelas,
brinco de ser uma.
Traço o cruzeiro do sul
com a tocha da fogueira de João Menino,
rezo com as Três Marias,
vou além...
Me recolho no esplendor das nebulosas,
descanso nos vales, montanhas,
durmo na forja de Ogum,
mergulho no calor da lava dos vulcões,
corpo vivo de Xangô.

Não ando no breu
nem ando na treva
e por onde eu vou
o Santo me leva.

Medo não me alcança,
no deserto me acho,
faço cobra morder o rabo,
escorpião vira pirilampo.
Meus pés recebem bálsamos,
unguento suave das mãos de Maria,
irmã de Marta e Lázaro,
no oásis de Bethânia.

Pessoa que anda só, atente ao tempo
Não comece nem termine,
e nunca é sempre,
é tempo de reparar na balança
de nobre cobre que o rei equilibra,
fulmina o injusto, deixa nua a justiça

Eu não provo do teu fel,
eu não piso no teu chão
E pra onde você for
não leva o meu nome não

Aonde vai valente?
Você secou,
seus olhos insones secaram,
não veem brotar a relva que cresce livre
e verde, longe da tua cegueira.
Seus ouvidos se fecharam
a qualquer música, qualquer som,
nem o Bem nem o Mal pensam em ti,
ninguém te escolhe.
Você pisa na terra mas não sente
Apenas pisa,
apenas vaga sobre o planeta,
já nem ouve as teclas do teu piano.
Você está tão mirrado
Que nem o diabo te ambiciona.
Não tem alma.
Você é o oco do oco, do oco do sem fim do mundo.

O que é teu já tá guardado
Não sou eu que vou lhe dar,

Eu posso engolir você
só pra cuspir depois.
Minha fome é matéria que você não alcança
desde o leite do peito de minha mãe
até o sem fim dos versos,
versos, que brotam do poeta
em toda poesia
sob a luz da lua que deita
na palma da inspiração de Caymmi.
Se choro – quando choro –
e minha lágrima cai,
é pra regar o capim que alimenta a vida.
Chorando eu refaço
as nascentes que você secou.
Se desejo, o meu desejo faz subir marés de sal,
e – sortilégio - vivo de cara pra o vento na chuva
e quero me molhar.
O terço de Fátima e o cordão de Gandhi
cruzam o meu peito.
Sou como a haste fina
que qualquer brisa verga,
mas nenhuma espada corta

Não mexe comigo, que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só.
Não mexe comigo !

*            *            *

domingo, 17 de junho de 2012

SIMONE - Disputa de poder



O impressionante é que um sucesso tão antigo tenha uma letra que ainda está valendo...
Brasil...sil...sil...!!

Disputa De Poder
Almir de Araújo, Marquinho Lessa, Hércules Correa (Balinha

É ruim
De segurar
Assim não dá é padecer
Do jeito que está
Vamos pagando pra sobreviver
Se trocou não mudou nada
Jogo de carta marcada
É só perder
A panelinha armada
Tem muita brasa
E ninguém bota pra ferver
Isso aqui tá brincadeira...

Isso aqui tá brincadeira,
Ou será que não está?
(Tá, tá, tá!)
Brasileiro, brasileira
Tá na horá de gritar

Chega
De levar tanta porrada
Vamos ver se a papelada
Dessa vez é pra valer
Chega
Tá virando sacanagem
As promessas são bobagens
Que só faz aborrecer
Cansado
Rasgo a fantasia
Dessa anarquia
Na disputa do poder

Piuí, piuí, puá, puá
Eu quero ver onde essa zorra
Vai parar
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quinta-feira, 14 de junho de 2012

CONVERSA DE 'VÓ'

 Conversas rápidas (claro, no facebook) com meu neto Henrique sempre me levam a pesquisar e aprender muitas coisas interessantíssimas. Gosto de relatá-las, principalmente quando se trata de direcionamentos para a vida de um modo geral.
Sei que nosso país é esquisito, mesmo. Medicina e Magistério (e aqui, trata-se das duas profissões) não recebem a atenção que merecem.  Mesmo assim, sempre há pessoas íntegras - meu neto, por exemplo - que embora conhecendo as dificuldades, permanecem fiéis a seus princípios. Evidentemente são destaques naquilo que se propõem a fazer.

'Ciência e caridade' - PABLO PICASSO
Aphorisms from his bedside teachings and writings, 1950
Sir William Osler

Didática humanista do Prof. Dr. Luiz Vénere Decourt
(Idealizador da criação do Instituto do Coração - INCOR)

ESTUDANTES E MÉDICOS —

"O primeiro degrau para o sucesso em qualquer trabalho é o interesse por ele"
Conselho de valor óbvio.

"A medicina é aprendida à beira do leito e não nos anfiteatros"
— A palavra fundamental do verdadeiro clínico.

"A mais rigorosa concepção a ser implantada no espírito de um iniciante é que a
educação específica não é curso colegial, nem mesmo curso médico, mas um curso de vida, para o qual o trabalho de poucos anos sob ensino é apenas preparação"
— Advertência que repito também, aos meus alunos sobre a amplitude essencial à atividade clínica, em sua eficiente permanência no tempo.

"Não permita que suas concepções sobre as manifestações das doenças originem-se
de palavras ouvidas...ou lidas. Observe e, então, raciocine, compare e julgue. Mas inicialmente observe. Dois olhos nunca enxergam igualmente, nem dois espelhos refletem a mesma imagem. Que a palavra seja sua escrava e não sua mestra. Viva nas enfermarias"
— Conselhos básicos de médico que atua à beira dos leitos e cuja presença vem se tornando menos freqüente na atualidade.

"O ato importante é retirar de cada caso uma lição para sua educação. O valor da experiência não está em ver muito, mas em enxergar com sabedoria".
— Lição normativa particularmente aos recém formados, diante da qual recordo-me de palavras de meu mestre Prof. Lemos Torres, ao invocar nossa eventual atitude de menosprezo a pormenores aparentemente inexpressivos como explicação para discordância entre dados clínicos e de necrópsia.

"Na anamnese siga cada linha do pensamento, mas não interrogue apenas o essencial; nunca sugira. Leve em consideração as próprias palavras do doente"
— O real caminho para a expressividade do interrogatório.

"O estudante deve ser emancipado, com tempo e oportunidade para cultura espiritual, de modo que em seu aprendizado não seja apenas um boneco nas mãos de outros, mas um ser autoconfiante e capaz de refletir"
— Grande e oportuno conselho a nós professores.

"Pela negligência aos estudos de humanidades, hoje tão generalizada, a profissão perde uma preciosa qualidade"
— Julgamento muito próximo de meu espírito e já expresso em palestras sobre o abandono da cultura geral.

"Não utilize ousadamente qualquer medicamento envolto em canto de sereia...Considere sua própria pessoa e a de seu paciente como se estivessem colocadas em tubo de ensaio".
— Advertência fundamental, em particular em nossa época, apesar dos enormes progressos em terapêutica. Necessidade de opção entre produtos comparáveis sempre sob exigências do raciocínio e afastada de crenças simplistas ou valorizadas pelo mercado.

"Não gaste seu tempo em compilações, e quando suas observações são expressivas não permita que elas morram consigo. Estude-as, classifique-as, e procure pontos de contacto que possam revelar leis subjacentes"
 — Princípio essencial na estrutura do que deve ser publicado.


AOS MESTRES —


"Nada menos que o melhor no conhecimento e no pensamento do mundo pode satisfazer um mestre digno do nome"
 — A primeira exigência presente no texto dedicado aos professores.

B) "Ensine o aluno a observar, fornecendo-lhe a plenitude dos fatos a observar e as lições nascerão dos próprios fatos"
— Uma lição a nós, professores, para todos os momentos e todas as oportunidades.

C) "No que pode ser denominado método natural de ensino, o aluno inicia-se com o paciente, continua com o paciente e finaliza seus estudos com o paciente, utilizando-se de livros e de leituras apenas como ferramentas, como meios para uma finalidade"
 — Uma das mais sábias observações sobre o que devemos admitir como medicina.

D) "O mestre eficiente não se coloca em alturas, bombeando conhecimento sob alta pressão a recipientes passivos... ele é um estudante e mais idoso, ansioso para auxiliar os jovens"
— A mesma reflexão presente no item A.

E) "Nenhuma bolha é tão iridiscente ou brilha mais longamente que a soprada pelo professor categorizado"
— Uma justa afirmação que deve permanecer como caráter de que é bem ensinado.

F) "Nós apenas podemos instilar conhecimentos, colocar o estudante no caminho certo, fornecer-lhe métodos, ensiná-lo como estudar e, em primeiro lugar, capacitá-lo a discernir o essencial e o não-essencial"
— O que podemos ensinar não é tudo, mas deve ser o fundamental.

G) "Ao se observar um homem manusear um paciente é fácil reconhecer se ele possui ou não treinamento adequado e, para esse propósito, quinze minutos à beira do leito eqüivalem a três horas em escrivaninha"
— Reflexão sobre a capacidade de observação do próprio mestre.

H) "Uma grande universidade possui duas funções, estudar e pensar"
— Lamentavelmente essa grandeza não comparece com a freqüência desejada.

I) "Há um tipo de escola que sempre julguei ser o Hospital: um local de refúgio para os pobres da cidade, um lugar onde novos pensamentos são materializados em pesquisas, uma escola onde homens são encorajados a fundamentar a arte sobre a ciência da medicina, uma fonte na qual os mestres recebem inspiração, um ambiente com cordial acolhimento a todos os práticos que desejam ajudar, um centro de consulta para toda a comunidade em ocorrência de problemas"
— Nela há a acrescentar a essa bela visão, tão médica, tão social, tão humana.


"Quem pode falar das incertezas da medicina como arte?"
— Dúvida do clínico experiente perante o próprio sentido de arte.

"A prática da medicina é arte baseada em ciência"
— Prudente resposta ao item acima.

"Medicina é uma ciência de incerteza e uma arte de probabilidade"
 — Complemento lúcido das manifestações anteriores.

"Freqüentemente a ignorância pode ser atormentadora; é porém mais aceitável que  a segurança que permanece sobre uma delgada camada de conhecimento"
— Situação compreensível e indiscutível, mas habitualmente comprometida pela vaidade.

"Falar de doenças é uma espécie de entretenimento das "Mil e Uma Noites"
 Afirmação de quem vive a medicina.

**

No campo das manifestações irônicas três merecem ser lembradas.

"Existem dois tipos de doutores: os que atuam com os cérebros e os que o fazem com as línguas".

"O médico que se automedica tem um louco como paciente"

"A superficialidade das leituras acarreta bursite do ísquio"

 *           *            *

terça-feira, 12 de junho de 2012

ADEUS, DR. GREGORY HOUSE



O seriado  "Dr. House"  chegou ao final.
Gostei muito dessa série criada por David Shore.   Texto ótimo, tradução muito boa e interpretações maravilhosas de todo o elenco.
As questões levantadas sobre a natureza humana é que sustentaram a série, na minha modestíssima opinião.
A 'filosofia' de vida  do Dr. House e sua análise cruel da sociedade são assuntos que irritaram algumas pessoas.
Quanto a mim, me prendi ao sarcasmo, ao humor cáustico - às vezes 'negro' - do personagem  e também à inteligência privilegiada de sua equipe médica. Muitíssimo interessante.

Pérolas do Dr.House:

“A decepção é a raiva dos fracos.”

"Mentiras são como as crianças: apesar de inconvenientes, o futuro depende delas”

“Ainda é ilegal fazer autópsia em uma pessoa viva?”

“Eu já atingi a cota mensal de exames inúteis para idiotas teimosos”

Uma freira fala para House: “A Irmã fulana acredita em coisas que não são reais”
House responde: “Pensei que esse fosse uma exigência para sua atividade”

“Preciso ir, o prédio está cheio de pessoas doentes. Se correr, talvez consiga evitá-las”

 “O seu raciocínio não presta. Para a próxima, use o meu!”

“Quando se quer saber a verdade sobre alguém, essa deve ser a última pessoa a ser consultada”

“Se você está morrendo, todo mundo passa a te amar”

“É uma verdade da condição de ser humanos que todos mentem. A única variável é sobre o quê”

"Normal não é normal."

"Pessoas não mudam."

"Realidade está quase sempre errada."

"Quase morrer não muda nada. Morrer muda tudo."

"Isso é um absurdo. Eu amei."

"Verdades começam em mentiras."

"Sintomas nunca mentem."

"Podemos viver com dignidade. Não podemos morrer com ela."

"As pessoas mentem por milhares de razões. Sempre existe uma razão."

"Eu gosto mais de você agora que está morrendo"

"Você vai acreditar em mim? Eu minto sobre tudo."

"Pessoas agem em benefício próprio. Vocês estão todos aqui porque vocês todos estão felizes por estarem aqui. Ou, pelo menos, porque essa é a melhor opção de vocês."

"Eu sou incapaz de agir como ser humano."

"Nós somos o que as pessoas acham que nós somos"

"As pessoas escolhem os caminhos que as dão as maiores recompensas com o menor esforço."

"Qualquer um pode odiar a humanidade depois de levar um tiro. É necessário um grande homem para odiar antes disso."

"Sem lesões, sem aneurismas. Ironicamente, a mente de um assassino parece completamente normal." – Chase

"Não,não existe uma linha tênue entre o amor e o ódio. Na verdade, existe uma Muralha da China armada com soldados armados a cada 6 metros, entre o amor e o ódio." - House

“A única coisa errada é não fazer nada”.

“Se acredita em eternidade, então a vida é irrelevante”.

“Nada na vida é completamente errado. Até um relógio quebrado, duas vezes ao dia está marcando a hora certa."








"EVERYBODY LIES" 
"EVERYBODY DIES"


Uma pena o autor ter se cansado da história. Mas é assim, mesmo. Voltemos às comediazinhas românticas, aos filmes violentos, ao humor idiota e aos programas sensacionalistas da TV (aberta ou fechada, é a mesma droga).
É isso que o povo gosta, é isso que o povo quer.  Então?!

domingo, 10 de junho de 2012

VIAGEM E APRENDIZADO

Agradeço demais tantos presentes que minhas filhas me trouxeram de sua viagem. Elas sempre fazem isso.
Voltaram impressionadíssimas com a obra de Gaudi na Espanha, o que achei maravilhoso.
E cá estou eu, podendo servir cafezinho em xícaras pintadas com a obra de Gaudi. Não é, mesmo, um luxo?A caixa representa o Dragão de Komodo e é linda!
Eu conhecia pouco ou quase nada desse fantástico arquiteto e designer. Claro, fui ao Google.
Olha aí:

O HOMEM, ANTONI PLÀCID GUILLEM GAUDÍ (1852 - 1926)
Vindo de uma família de artesãos caldeireiros do cobre, Gaudí cresceu cultivando desde cedo o senso estético, o amor pela arte, a natureza, a crença e o fervor cristão.
Na escola de arquitetura, apesar do reconhecido potencial, passou aos trancos e barrancos, por causa da frequência a desejar, a rebeldia e negligência nas tarefas acadêmicas. O diretor, no dia da sua formatura disse que ou estavam todos na presença de um gênio ou de um louco.
Mais tarde, a resposta ficou clara. Mas, revolucionário, sem meio termos, com métodos excêntricos de trabalho, muitas vezes Gaudí foi incompreendido no seu tempo. Na verdade, até hoje.
Visto na época como um eremita emburrado, paradoxalmente, teve a vida toda um círculo sólido de amigos leais.
A ambição no trabalho não se refletia de forma alguma no aspecto materialista. Tudo o que ganhava ia direto para as mãos do pai, enquanto ele era vivo.
Quando Gaudí foi atropelado, em 1926, vestia roupas tão modestas que, por dias, antes de falecer, chegou a ser considerado um indigente.
Ninguém sabia quem ele era.
Amou uma mulher (talvez duas) e, ao encarar a rejeição (já estavam comprometidas), viveu em celibato.
Após sua morte, o corpo foi colocado numa tumba na Sagrada Família.
Que diria hoje se soubesse que depois de tantas críticas e batalhas em vida, seu legado, em pleno século XXI, continua a crescer e a inspirar?

“Originalidade significa voltar às nossas origens.”- Antoni Gaudí


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Apesar de ter nascido na pequena cidade de Reus, o arquiteto Antoni Gaudí i Cornet é considerado o filho mais ilustre da região catalã, pois foi em Barcelona que deixou a maioria de suas obras.
Viveu durante o apogeu do Modernismo, movimento artístico espanhol correspondente ao art nouveau francês.

Desde criança sofria de reumatismo que o acompanhou durante toda sua vida. Essa doença o impedia de participar de muitas brincadeiras com outras crianças de sua idade, por esse motivo, passava muitas horas de seu tempo livre observando animais e plantas, o que lhe fez adquirir um senso muito aguçado sobre os princípios do naturalismo. A esse respeito, Gaudí escreveu: “A linha reta é uma invenção do homem. A natureza não nos apresenta nenhum objeto monotonamente uniforme”.

As formas orgânicas foram sua maior fonte de inspiração, mas Gaudí também buscou estímulos na arte gótica, nos livros medievais e na arte árabe. As primeiras obras de Gaudí são as mais influenciadas pelo estilo mourisco, sendo o mosaico um elemento bastante freqüente na decoração de ambientes internos e fachadas.
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quinta-feira, 7 de junho de 2012

NOTINHAS...

Estou em falta com alguns leitores dos meus blogues. Peço muitas desculpas, mas o acesso está complicadíssimo. Há um problema com o provedor da Internet aqui nesta cidade e os (ir)responsáveis não conseguem resolver.
As postagens dos poemas de Olinda Ribeiro - poetisa portuguesa contemporânea - no blog Ouriço Elegante costumam gerar muitos comentários de leitores de Portugal, principalmente.
A própria poetisa enviou-me por e-mail dois poemas lindos que ainda não pude divulgar. Tentarei fazê-lo hoje.  Ou seja, o descompromisso de algumas pessoas traz prejuízos, pelo menos para mim que tenho o maior gosto em manter contato com essas pessoas tão agradáveis e que prestigiam os blogues. Espero que elas entendam a minha situação.
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Viva! Consegui a postagem dos poemas no blog Ouriço Elegante.
Ainda bem, porque ao abrir os e-mail, fiquei sabendo que o aniversário de Olinda Ribeiro é hoje.
É para se pensar se existem coincidências, não?
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Mais uma boa notícia: minhas filhas chegam hoje, depois de uma bonita viagem a Portugal e Espanha. Estamos todos com saudades.

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segunda-feira, 4 de junho de 2012

AVESSAS CONTRIBUIÇÕES...

Em dúvida se saio, vou a Resende trocar um presente que comprei para o meu neto e não deu muito certo, ou se deixo para outro dia. 
Resolvo deixar para outro dia.
Preciso aproveitar o tempo que esse provedor me concede para estar na internet e escrever um pouquinho, saber um pouquinho das coisas.
Isso mesmo, a dificuldade continua e nada de solução. Sei que tenho reclamado bastante, mas que fazer? ...
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Bom, minhas filhas ainda estão em viagem; quando é possível, verifico a atualização das páginas no facebook, meio que encontramos de estar em contato. Hoje consegui entrar na internet - embora com muita lentidão - mas não havia recados. Sei que à tarde estarei sem comunicação. Então, só amanhã.

Com isso - essa precariedade do acesso à internet - ontem estive assistindo a um programa do qual até gostava um pouco, mas fiquei decepcionada. É o "Saia justa", no canal GNT.

Resolveram fazer uma brincadeira entre os participantes e o tema era que tipo de pontuação cada um daria a sua vida, o que, aliás, foi muito mal explicado pela jornalista que comanda o programa.

Assim, um dizia que seu modo de ver o mundo refletia mais um ponto de Exclamação (!), outro seria mais Reticências (...), outro ainda, Dois pontos ( : ); pois bem, a tal jornalista não conseguia situar o emprego correto de nenhum dos sinais. Confundia Exclamação com Interrogação, Reticências com Ponto e vírgula, não sabia o nome nem para que servia o Travessão, enfim, um desastre.
Sei que isto tem pouca ou nenhuma importância, haja vista a popularidade dos participantes do programa e o desconhecimento também da maioria dos telespectadores (desculpe o esnobismo, estamos no Brasil, 'um país de todos' (haha!) - mas, convenhamos: para uma jornalista, questões de gramática deveriam estar resolvidas, não?
Enfim, vai ver, eu é que sou chata e fico cobrando coisas que ninguém repara.

Fico pensando é na situação do Ensino em nosso país. Coisa mais triste... Nem o próprio idioma é cultivado, muito menos respeitado.

Mais tarde - beeem mais tarde - aconteceu o inverso num programa de entrevista. O entrevistado era um emérito professor de uma Universidade respeitável e também escritor. Tudo bem, eu não o conhecia e me interessei em saber quem era. Demonstrou muito conhecimento da língua, muita erudição e muuuuita, mas muuuita antipatia.
Estranhamente, a entrevistadora - também uma jornalista renomada - partiu para um comportamento esquisitíssimo. Derreteu-se e derramou-se toda para o lado do entrevistado, numa atitude bem extravagante e nada profissional.
Ri muito de tudo, principalmente porque o tal professor parecia aceitar, cheio de vaidade, cheio de si - ou seja - como diz o Mário Quintana, cheio de nada, aquele joguinho grotesco.
Engraçado e decepcionante, quando não se consegue, nem nos canais pagos, ter um mínimo de entretenimento ou informação decente.

Finalmente, desisti dos programas e assisti a um filminho até o sono chegar. 
Graças a Deus, durmo e acordo muito bem, contrariando os estímulos da TV e da Internet.

Ainda bem que este blog tem por título Avesso. Tenho vivido, mesmo, nestes dias, o avesso das coisas.
Eu hein?!

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