quinta-feira, 31 de março de 2016

Lindo e Triste Brasil - Toquinho





Sou nascido aqui nesse país.
Tão gigante, tão franzino,
Seu destino ao deus-dará.
Rios e fontes aos montes
E dunas de areia em beiras de mar.
Tudo aqui é mesmo tão lindo, morena,
Pena que o homem não pensa em cuidar.
A solidão é viver sem ninguém
Em quem poder confiar.

Minha gente é gente desse país.
Povo lindo, chora rindo, canta na Sapucaí.
Entre enredo e passista
Misturam-se médico, artista e gari.
Com muito pouco que temos
Ainda sabemos, sofrendo, cantar e sorrir.
Sou do país do futuro,
Futuro que insiste em não vir por aqui.

Somos muitos e muito podemos fazer.
Vai rolinha, pintassilgo,
Vai andorinha e tiziu.
Nadem golfinhos e peixes
Nas águas dos mares, dos lagos, dos rios.
Quem sabe ainda veremos
O que o Poetinha um dia sonhou mas não viu:
Pátria, minha patriazinha, tadinha,
Lindo e triste Brasil.

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terça-feira, 29 de março de 2016

Deixem-me envelhecer...


Deixem-me Envelhecer
Concita Weber - do livro "O topo de montanha"


Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças,
Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém.
Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou,
Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada.
Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança,
Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam.
Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras,
Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem.

Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento,
Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão.
Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir,
Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos.
Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos,
Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência.
Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas,
Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.

Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas,
Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido.
Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida,
Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim,
Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver,
Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida,
Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade,
Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!

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sábado, 26 de março de 2016

A voz rouca da crise- Ronald deCarvalho


A voz rouca da crise


Ronald de Carvalho (*) O Globo - 26/03/2016 - 16h11

A corrupção no Brasil pode acabar pela própria voz dos corruptos. O juiz Sérgio Moro quer manter as mãos limpas da Justiça, através do sucesso da operação Lava-Jato.

A corda da execução está sendo trançada pelo próprio enforcado, e o juiz Moro explica como a transparência do processo e a aliança com a sociedade são fundamentais para resistir às pressões dos poderosos que quer processar na investigação.

Sérgio Moro, dirigindo no império da Justiça e no limite da lei, promoveu a divulgação do conteúdo dos grampos de Lula que escandalizaram o país. Esse era o objetivo. 
Moro tem consciência que administra muito mais do que um simples processo criminal, mas a demolição de uma organização empresarial criminosa com ramificações parlamentares, jurídicas e administrativas. 
Só com a aliança do povo não correria os riscos cometidos na Itália pela operação Mãos Limpas, dos anos 90.

A ironia é um dos melhores temperos da História. Casos de amor terminam em tragédia, e festejados ideais podem ser levados ao esgoto. 
A portentosa Mãos Limpas, realizada a partir da década de 1980, na Itália, pelos magistrados Paolo Borsellino e Giovanni Falcone, começou pelas denúncias de que Bukovsky, ex-agente da KGB, estava injetando dinheiro no Partido Comunista Italiano e terminou com o testemunho do ex-mafioso Tommaso Buscetta, por ser o primeiro capo da máfia italiana a quebrar o código de silêncio ou a omertà.

Qualquer semelhança, não é mera coincidência.

Houve um momento em que a população perdeu a capacidade de se indignar. A falta de informação e a banalização dos delitos anestesiaram o caráter do povo italiano.

A farsa da História corria o risco de se repetir. 
O promotor Di Pietro, o homem que inventou a delação premiada na Itália, temeu a repetição no Brasil e, sobretudo, as pressões que Sérgio Moro irá receber. Ele alertou que Moro vai ser criticado e podem querer transformá-lo no inimigo da classe política brasileira e, com isso, desviar a atenção das investigações.

Sérgio Moro tem plena consciência de que a divulgação dos diálogos de Lula deixaram o mito despido. O povo fala de forma simples e descuidada, mas não gosta que sua mãe, mulher e filhas ouçam grosserias e palavras sujas. 
Lula esqueceu que o povo é pobre, mas é limpo.

O juiz, com frieza de cirurgião, estratégia de diplomata e malícia de feiticeiro, em 48 horas, fez o povo saber quem é o verdadeiro Luiz Inácio da Silva, que, com a publicação de meia dúzia de diálogos sórdidos, provou a seu povo que nunca foi a criatura imaginária que criaram para Lula.

O rouco e pornográfico Luiz Inácio da Silva traiu o mito Lula. 
Há anos, quando Sérgio Moro era apenas um grande estudioso do processo italiano, que imortalizou Paolo Borsellino e Giovanni Falcone, já sabia o papel que reservaria à opinião pública na hora exata.

A publicidade conferida às investigações teve o efeito salutar de alertar os investigados em potencial sobre o aumento da massa de informações nas mãos dos magistrados, favorecendo novas confissões e colaborações”, já garantia o juiz Moro.

A voz rouquenha e o destempero oratório que fizeram de Lula o mito popular podem soar como frases musicais de seu réquiem. 
As palavras impróprias de Luiz Inácio e o inconveniente de entrar nas casas de família traem Lula, mesmo quando ele tenta falar como o velho líder das multidões.

Há pouco, quando do alto de um palanque, confessava que era o único capaz de incendiar o país, não mais assustava, apenas revelava a absurda irresponsabilidade que representa.


*            *            *

(*) Ronald de Carvalho é assessor especial do governo de Brasília

Agonia de uma lenda - Rosiska Darcy de Oliveira

Duas caras (Foto: Arquivo Google)
Agonia de uma lenda

Rosiska Darcy de Oliveira, O GLobo, 26/03/2016 

Acontece no Brasil algo tão transformador quanto a luta contra a corrupção. É o desmascaramento da mentira como instrumento de governo, da ficção como prática política.

A investigação conduzida pela operação Lava-Jato nos trouxe de volta ao mundo real. Revelou mais do que um gigantesco crime organizado por um partido político, acumpliciado com empresários inescrupulosos.

Desvelou o caráter impostor de lideranças que abusaram durante anos da confiança de seus eleitores. Com a mão direita, ofereciam Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida, políticas necessárias e louváveis.

Com a mão esquerda, assaltavam a Petrobras, destruíam a golpes de desonestidade e incompetência a economia do país, gerando desemprego, o que realimenta a pobreza. Enquanto enriqueciam suas contas bancárias. No botim do PT brilha, roubada, a esperança dos pobres. E isso é o mais imperdoável.

Investigado por crime de ocultação de patrimônio, o ex-presidente Lula foi para as ruas reavivar sua lenda e, com gestos histriônicos, garantir que o perseguem porque “eles” não querem que os pobres melhorem de vida.

Quem são eles, esses personagens da ficção de Lula? Os milhões de brasileiros que país afora saíram às ruas contra a corrupção? São milhões de malvados, reacionários e egoístas? Nessa ficção de péssima qualidade, o justo precisa dos maus, precisa de um algoz para ser vítima.

A varinha de condão do pai dos pobres transforma, então, as manifestações contra a corrupção e o fracasso do governo em artimanha da direita. Divide o país entre direita e esquerda, retrocedendo em meio século a nossa história, desqualifica o que hoje emerge com força: a consciência democrática, que abriga esquerda, direita e demais as nuances de opinião, contanto que respeitem a lei.

A ficção que Lula e seu partido escrevem sobre si mesmos, com a assessoria do ilusionista João Santana, que já está preso, não resiste à capacidade de discernimento que a população brasileira desenvolveu nos últimos anos.

O aumento da escolaridade, a informação ampliada, o debate intenso nas redes sociais e a retroalimentação desses fatores amadureceram uma sociedade com senso crítico, capaz de formar, por si mesma, suas convicções. Depois de tantos anos jogando com a fé cega de seu eleitorado, é difícil para o ex-presidente admitir que o encanto tenha se quebrado.

Seu partido, na ficção, mantém viva a esquerda brasileira. Na vida real, matou-a. O que a direita não tinha conseguido fazer ele fez. Jogou na vala comum da criminalidade uma causa generosa que ainda mobiliza muitos militantes honestos, hoje atarantados, como mobilizou a minha geração na luta contra a ditadura, fundadores cuja memória o PT desrespeitou, frequentando doleiros e offshore. Acordou uma direita adormecida há três décadas, que encontrou nos seus desmandos o argumento fácil para abrir uma brecha no espectro político até então blindado a ela.

Acuado pelos próprios fracassos, escuda-se no papel de defensor dos pobres. Ora, não são os ideais de justiça, de combate à pobreza e de equidade — que não são propriedade de nenhum partido — que estão em causa. É um sistema de poder que, construído sobre a mentira, nas últimas eleições se elegeu prometendo o que sabia impossível cumprir. E não cumpriu.

Quem ganha com o descrédito dessa ficção não são os políticos de oposição, é o Brasil. O Brasil que está sendo passado a limpo pelo trabalho da Justiça, um país onde as instituições estão funcionando, apesar do baile de fantasmas que ainda dançam no Congresso Nacional e que, na mira dos juízes, têm seus dias contados.

Esses tempos de tensão e desavenças são o preço que a sociedade está pagando pelo difícil enfrentamento da verdade, pela agonia da lenda. São as dores do parto de um novo país. Duas grandes manifestações pacíficas, cada uma juntando milhões de pessoas, deram um relevante testemunho sobre a solidez da nossa democracia.

Essa jovem democracia quer viver na realidade. Esquerda e direita são categorias anacrônicas que não dão conta do mundo contemporâneo. Vai ser preciso encarnar o desejo de uma sociedade mais justa em ideias e propostas que leiam nossa sociedade atual e, sobretudo, em uma gente nova que está emergindo dos milhões que desfilaram nas ruas no dia 13 de março, que não foram guiados por ninguém e sequer abriram espaço aos velhos políticos de oposição. Não seguiam líderes, apenas exprimiam um tributo merecido à coragem do juiz Sérgio Moro.

A mentira tem autoria, serve ao seu autor. O fato é o autor da verdade. E a verdade serve a todos.


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quinta-feira, 24 de março de 2016

Ameaça no ar - Noblat


Ameaça no ar
Ricardo Noblat - Blog do Noblat, 24 março 2016

A dois líderes do PMDB, com os quais conversou nas últimas 48 horas, Lula, o bom de gogó, disse, em meio a uma conversa até ali amena:

- Se eu cair, não cairei sozinho.

Para ser exato: ele não usou o verbo “cair”. Usou outro, mais de acordo com sua habitual maneira de se expressar.

Os interlocutores não perguntaram o que ele queria dizer com o desabafo. Nem levaram o desabafo a sério.

Lula é de bravatas.


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segunda-feira, 21 de março de 2016

À Sra.Presidente - maçons

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Movimento Mudanças Já Maçons Br

Nadir Tarabori
Consultor Legal - Direito Estratégico -   •   São Paulo (SP)  


Formado pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Membro Efetivo da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo - (2013/2015) - Mestrado em Ciências Penais - Master's Degree - pela Université Paris - Panthéon - Sorbone.



Sra. Presidente:

A Maçonaria brasileira, como deve ser de seu conhecimento, no passado promoveu ou, pelo menos, inspirou mudanças profundas nos rumos da Nação.

Hoje, achamos por bem sair do recato de nossas oficinas e nos expor, junto ao povo brasileiro, que temos todo o orgulho de compor, ao lado de mães e pais de família, trabalhadores rurais e urbanos, empreendedores, empresários honestos, jovens e crianças às quais ensinamos princípios de conduta cidadã, para dirigir-lhe esta carta, pública e transparente.

É necessário que se diga que nós, Maçons, não somos uma “elite branca”. Somos a pluralidade do povo brasileiro, reunindo irmãos pardos, brancos, negros, caucasianos, indígenas etc. Mais ainda, temos por princípio o respeito às crenças religiosas e tendências políticas de cada um de nós: entre os Maçons, encontramos católicos, espíritas, evangélicos, budistas; oposicionistas e situacionistas, com ou sem vinculação a partidos políticos.

Porém, há séculos, deixamos de ser construtores de catedrais para sermos construtores sociais. Por isso, é impossível presenciarmos as escabrosas revelações trazidas a público por um respeitável brasileiro, dr. Sérgio Moro, e uma equipe de patriotas que compõem o Ministério Público (em todos os níveis) e a Polícia Federal, sem que nos manifestemos.

Juramos defender nossa Pátria contra agressões movidas contra ela, e a corrupção desenfreada revelada nos escândalos recentes (há mais por vir, além do famoso Petrolão) não só agride nosso amado Brasil como é mácula que envergonha nossa história, infelizmente. Por isso mesmo, tal nódoa não deve nunca ser esquecida, para que as futuras gerações não repitam a negligência, má fé, omissão, incompetência e descaso com a aplicação dos recursos que os brasileiros recolhem aos cofres do Tesouro Nacional, como hoje se constata em todos os escalões de seu (des)Governo.

Mas os golpes dados à Ética não param na rapinagem posta em prática por quadrilheiros de seu partido e de partidos aliados. Vão mais além: roubaram-se toda a fé e esperança de um povo, por meio de mentiras irresponsáveis, num presente e futuro promissor deste País.

Devemos recuperar a memória: há poucos meses, em suas promessas de campanha (diga-se de passagem, reprovável pela destruição de reputações e discursos mentirosos, aviltando os demais candidatos à Presidência de nossa República), registramos o compromisso de queda de 18% nas tarifas de energia. Hoje, amargamos uma alta de quase 30%, em média, em tais custos; a prometida queda nas taxas de juros foi desmentida pela sua elevação, que diminui o poder de compra de brasileiros, o grau de investimento de nossos sofridos empreendedores e devolve ao limbo da pobreza os milhões de pessoas que seu (des)Governo diz ter tirado da miséria.

Nossos pais nos ensinaram que “mentir é muito feio”, Presidente. Achamos que seus pais não lhe devem ter dito tal frase. Se o tivessem feito, possivelmente a vergonha não lhe permitiria ocupar o mais alto cargo do funcionalismo público da Nação. Repetimos: sua Excelência é uma privilegiada funcionária pública.

Traduzindo: sua função é servir ao povo, e não vilipendiá-lo, mesmo que indiretamente, por omissão, conivência ou incapacidade de conduzir uma máquina estatal que sua Excelência transformou em paquidérmica.

Enfim, nada do que foi dito aqui é novidade. Acreditamos em sua capacidade de autocrítica – termo muito utilizado por seus pares de esquerda.

O que queremos deixar claro é que, tanto sua Excelência quanto muitos parlamentares, não tiveram competência de ouvir o clamor das ruas, que bradamos em 15 de março próximo passado.

Não é à toa que o mote das próximas manifestações é expresso pelo slogan ELES NÃO ENTENDERAM NADA. Vamos tentar, ao máximo, ser claros:

1. O povo brasileiro não pediu pela Reforma Política (aliás, extremamente tendenciosa), cujos termos foram tornados públicos; é necessária, isto sim, uma REFORMA DE GOVERNO. Sua gestão está marcada pela marca recorde de TRINTA E NOVE MINISTÉRIOS, muitos deles criados para abrigar apaniguados do seu partido ou de partidos aliados. Se o tamanho descomunal de seu (des)Governo se revelasse eficiente, seria mais fácil de engolir. Ao contrário, o Estado, hoje, é comparável a um buraco negro, que engole os recursos públicos no pagamento de regalias e benesses, folha de pagamento de um exército de comissionados, além dos profissionais de carreira, sem que haja a devolução, aos sofridos brasileiros que sustentam seus luxos, na forma de serviços públicos e infraestrutura de qualidade;

2. O clamor popular, que sua Excelência não escutou, pedia pela TRANSPARÊNCIA DA APLICAÇÃO DE RECURSOS NACIONAIS, por meio do BNDES, em países mantidos por governos, em sua quase totalidade, ditatoriais. Será mera coincidência? Todos eles participam do “clube” denominado Foro de São Paulo, que reúne todos os partidos de extrema esquerda da América Latina e Caribe, além de organizações criminosas e terroristas, como as FARC. Presidente, somos carentes de tais obras de infraestrutura aqui, na nossa terra, e temos certeza de que isso é de seu conhecimento. Sem falar da necessidade de investimento em Educação e Saúde. Desconhecemos, porém, suas reais intenções. Mas não se dê ao trabalho de revelá-las. Não saberemos nunca se sua Excelência estará falando a verdade;

3. O povo brasileiro não admitirá, em hipótese alguma, que o MINISTRO DIAS TOFFOLI PRESIDA A 2ª TURMA DO STF, que irá julgar os crimes perpetrados no escândalo denominado Petrolão. Ele tem notórios impedimentos éticos para tal: foi advogado de seu partido, assessorou o ex-ministro José Dirceu (réu condenado pelos crimes praticados no escândalo conhecido pelo CARTA ABERTA À PRESIDENTE PÁG. 3 codinome Mensalão) e, nas últimas eleições, portou-se de forma, no mínimo, suspeita, durante a apuração dos votos (apuramos as histórias referentes à empresa Smartmatic – lembre-se: estamos na Era da Informação, e ela circula com velocidade estonteante. Basta saber e querer acessá-la. As máscaras, neste século, caem rapidamente).

4. Não há necessidade, presidente, de que seu governo crie pacotes anticorrupção. Nosso Brasil tem leis e Constituição que preveem e punem crimes de responsabilidade, crimes de peculato, crimes de corrupção ativa e passiva, crimes contra a República, crimes de traição à Pátria etc. O que é necessário é que seu partido DESAPARELHE O PODER JUDICIÁRIO e limite-se ao Executivo e Legislativo. Lembre-se, presidente: seu partido não é o Brasil e o Brasil não se tornará, nunca, um único partido político. O povo brasileiro tem inteligência e discernimento suficiente para reconhecer que seu partido não tem um projeto de governo, mas um projeto de poder, que, via corrupção sistêmica, busca ocupar todos os espaços da administração pública.

Enfim, presidente (não usamos, até o fim desta carta, o vocábulo presidenta para não agredir nosso vernáculo), para sermos objetivos, confiamos no seu discernimento: escute as vozes da Nação. Execute, sem mentiras de ora em diante, o que o povo brasileiro exige que seja feito.

Caso não esteja ao seu alcance, em virtude de possíveis compromissos indeclaráveis firmados com aliados escusos, ponha em prática uma saída honrosa: demita-se, renuncie, alegue problemas de saúde que merecem cuidados.
Invente qualquer desculpa. 
Mentiras partidas de sua Excelência não serão novidade. 
Será menos doloroso para o País e para a presidente que um processo de impeachment, recurso constitucional que detém a Nação brasileira para afastá-la definitivamente da vida pública.

Entre para a história pelo fato de ter reconhecido erros e incompetência para gerir o destino de milhões de compatriotas. Não permita que seu (des)Governo chegue ao nível zero de aprovação popular.

Gostaríamos de finalizar esta carta aberta com a expressão “Respeitosamente”, mas isso é impossível.

O povo brasileiro merece RESPEITO. Isso não nos foi dado.

Em contrapartida, sua excelência perdeu todo o respeito que poderíamos lhe dedicar.

sábado, 19 de março de 2016

A Carta...

Da página "Jornal da Cidade on line"


...nem tudo o que está escrito revela o que se pensa verdadeiramente

O conteúdo dos escritos honestos tem sempre um objetivo: um romance, uma novela, uma obra técnica, uma tese etc.; são, enfim, trabalhos que expressam uma ideia, um pensamento, um conhecimento, o resultado de uma combinação de reflexões exercidas pelo autor. 
Até mesmo uma carta trocada pode ser tida como a construção preordenada de sentimentos e expressões trocadas entre emissor e recebedor da missiva.

Mas é importante observar que a palavra é também a arma de que o homem culto dispõe para atacar e defender-se. 
A dialética erística, ou seja, a lógica combinada com a técnica de argumentação, se manuseada com capacidade e maestria pode desmontar ou transformar uma verdade, a depender da incapacidade do interlocutor de construir pelo mesmo método uma eficiente contra-argumentação.

Franco Volpi[1] adverte que “a arte de ter razão é um pequeno tratado que Schopenhauer levou a uma redação quase definitiva, sem, no entanto, publicá-lo”.
Entretanto, destaco:
Segundo o filósofo, a dialética erística é a arte de disputar; mais precisamente a arte de disputar de maneira tal que se fique com a razão, portanto, per faz et nefas [com meios lícitos e ilícitos].[2]
Digo eu.
Por esta e outras tantas razões que não só eu como todos os leitores que tiveram acesso às degravações das conversas antirrepublicanas desse autocrata, ainda que na esfera privada, posso, sem esforço, tomar conhecimento do verdadeiro pensamento e estilo de comunicação do ex-presidente Lula e de sua nefasta atuação nas sombras que o poder político lhe outorgou sem autorização do povo brasileiro.

Há alguém que não seja um celerado sectário desse líder de barro que lhe acredite as palavras que construíram ‘sua carta aberta’? Creio que não.
É óbvio que o texto foi construído com algum brilhantismo, mas, nem de longe, retrata o pensamento e o comportamento do signatário, desnudado nas revelações das conversas trazidas a lume. E assim sendo, é imprestável.

O estrago está feito. E só aqueles sem brio, sem algum mérito, sem valores mínimos de homem civilizado se deixarão levar pelo apelo, assertivas e escusas incutidas no corpo do texto, porque são meras, mas, nem sequer por isso, desimportantes mentiras.

Arrisco, sem medo do erro, que Lula deve ter relutado muito para assinar a carta elaborada por seus auxiliares. 
Já está mais do que claro de que Lula não tem o perfil da humildade e muito menos a virtude do respeito para com pessoas e coisas públicas. Seu ego é maior do que a sua consciência. 
Foi demonstrado.
Quem entrega o mal ao alheio não pode suscitar o bem para o próprio espírito.


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[1] Eristik, In Arthur Schopenhauers Handschriftlicher NachlaB. ISBN 978-85-7827-110-7 : Ed. WMF Martins Fontes Ltda. : Organizado por Volpi, Franco : A ARTE DE TER RAZÃO, exposta em 38 estratagemas

[2] idem

Nina Simone






sexta-feira, 18 de março de 2016

SIMONE- DISPUTA DO PODER


Outro contexto, outros tempos, ... mas, incrível, continua valendo! Eu, hein?

Novamente parece tudo orquestrado.


Tentando enganar... a quem?


 Íntegra da carta aberta de Luís Inácio Lula da Silva, divulgada na noite desta quinta-feira (17):

Creio nas instituições democráticas, na relação independente e harmônica entre os Poderes da República, conforme estabelecido na Constituição Federal.

Dos membros do Poder Judiciário espero, como todos os brasileiros, isenção e firmeza para distribuir a Justiça e garantir o cumprimento da lei e o respeito inarredável ao estado de direito.

Creio também nos critérios da impessoalidade, imparcialidade e equilíbrio que norteiam os magistrados incumbidos desta nobre missão.

Por acreditar nas instituições e nas pessoas que as encarnam, recorri ao Supremo Tribunal Federal sempre que necessário, especialmente nestas últimas semanas, para garantir direitos e prerrogativas que não me alcançam exclusivamente, mas a cada cidadão e a toda a sociedade.

Nos oito anos em que exerci a Presidência da República, por decisão soberana do povo -- fonte primeira e insubstituível do exercício do poder nas democracias -- tive oportunidade de demonstrar apreço e respeito pelo Judiciário.

Não o fiz apenas por palavras, mas mantendo uma relação cotidiana de respeito, diálogo e cooperação; na prática, que é o critério mais justo da verdade.

Em meu governo, quando o Supremo Tribunal Federal considerou-se afrontado pela suspeita de que seu então presidente teria sido vítima de escuta telefônica, não me perdi em considerações sobre a origem ou a veracidade das evidências apresentadas.

Naquela ocasião, apresentei de pleno a resposta que me pareceu adequada para preservar a dignidade da Suprema Corte, e para que as suspeitas fossem livremente investigadas e se chegasse, assim, à verdade dos fatos.

Agi daquela forma não apenas porque teriam sido expostas a intimidade e as opiniões dos interlocutores.

Agi por respeito à instituição do Judiciário e porque me pareceu também a atitude adequada diante das responsabilidades que me haviam sido confiadas pelo povo brasileiro.

Nas últimas semanas, como todos sabem, é a minha intimidade, de minha esposa e meus filhos, dos meus companheiros de trabalho que tem sido violentada por meio de vazamentos ilegais de informações que deveriam estar sob a guarda da Justiça.

Sob o manto de processos conhecidos primeiro pela imprensa e só depois pelos diretamente e legalmente interessados, foram praticados atos injustificáveis de violência contra minha pessoa e de minha família.

Nesta situação extrema, em que me foram subtraídos direitos fundamentais por agentes do estado, externei minha inconformidade em conversas pessoais, que jamais teriam ultrapassado os limites da confidencialidade, se não fossem expostas publicamente por uma decisão judicial que ofende a lei e o direito.

Não espero que ministros e ministras da Suprema Corte compartilhem minhas posições pessoais e políticas.

Mas não me conformo que, neste episódio, palavras extraídas ilegalmente de conversas pessoais, protegidas pelo Artigo 5º da Constituição, tornem-se objeto de juízos derrogatórios sobre meu caráter.

Não me conformo que se palavras ditas em particular sejam tratadas como ofensa pública, antes de se proceder a um exame imparcial, isento e corajoso do levantamento ilegal do sigilo das informações.

Não me conformo que o juízo personalíssimo de valores se sobreponha ao direito.

Não tive acesso a grandes estudos formais, como sabem os brasileiros. Não sou doutor, letrado, jurisconsulto. Mas sei, como todo ser humano, distinguir o certo do errado; o justo do injusto.

Os tristes e vergonhosos episódios das últimas semanas não me farão descrer da instituição do Poder Judiciário. Nem me farão perder a esperança no discernimento, no equilíbrio e no senso de proporção de ministros e ministras da Suprema Corte.

Justiça, simplesmente justiça, é o que espero, para mim e para todos, na vigência plena do estado de direito democrático.
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Análise pessoal (repito: PESSOAL)

Evidentemente escrita por algum 'assessor' ou seja lá que nome tenha, esta carta é apelativa e ao mesmo tempo intimidadora - característica principal do emitente. (morde e assopra)

Coitado MESMO do nosso povo.  
Essa armadilha que foi o voto maciço da população, não no partido mas na própria figura de seu representante maior,  nos traz a real dimensão do estrago produzido no país  durante e depois dos oito anos de governo.

Afinal, qual o objetivo da carta?  

Começa já falsamente atribuindo respeito e apreço - sentimentos esses questionáveis ao longo da carta - pelas Instituições e cita a Constituição Federal, embora a desrespeite o tempo todo.

Depois, demonstra dúvidas quanto à lisura do STF e do Poder Judiciário em geral, apresentando uma veladíssima ameaça. 

A expressão 'não me conformo' é reiterada em quatro parágrafos, como recurso de estilo, claro.

Em seguida, a tentativa de comover com a velha lenga-lenga 'não tive acesso a grandes estudos formais'.  
Teve sim - o Sindicato, o Partido sempre lhe deram apoio (viagens, dinheiro). Afinal estavam preparando um líder. Não estudou  porque não se interessou.  

No penúltimo parágrafo cinicamente comenta os 'tristes e vergonhosos episódios' como se não fosse com ele.  Ora, faça-me o favor de não querer me tomar por idiota...
E termina 'esperando justiça' -   sempre em tom de ameaça muito, muito veladamente.
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Sr, Lula: aquele seu discursinho fajuto que pretende ser 'do povo', já era. Ninguém acredita mais.
O povo fala errado sim - igual a V.Sa. - mas não pelo mesmo motivo.


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Eu não estou rindo não.  Criei as filhas com dificuldades,  preocupada com o regime político da época. Agora,  meus netos estudando, se preparando para viver e trabalhar em um país falido financeira e moralmente. Talvez por isso eu não esteja rindo.

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Atingida na cabeça, ‘Jararaca’ suaviza o timbre

Josias de Souza 18/03/2016 03:23

Sérgio Moro enviou o inquérito sobre Lula para Brasília. Mas teve o cuidado de acertar a cabeça da Jararaca antes. Ao divulgar os diálogos vulgares em que Lula, fora de si, mostrou o que tem por dentro, o juiz da Lava Jato borrifou na atmosfera o veneno que a víbora lançara à sombra em direção ao STF, ao STJ, ao Congresso e à Procuradoria-Geral da República. A reação foi dura. Tão dura que amoleceu o timbre da cobra criada do PT.

Em carta aberta divulgada na noite desta quinta-feira, Lula —ou o advogado que redigiu o texto em seu nome— expressou sua “contrariedade” em relação à atuação de Sérgio Moro em linguagem mansa e respeitosa. “Justiça, simplesmente justiça, é o que espero, para mim e para todos, na vigência plena do Estado de direito democrático.”

O Lula da carta tomou distância do linguajar viperino do Lula dos grampos. Ou daquele investigado que, conduzido coercitivamente para prestar depoimento em 4 de março, convocou a imprensa para destilar fanfarrices: “Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, porque a jararaca está viva.''

Moro adotou com a Jararaca a mesma tática do garoto que gostava de puxar o rabo do gato até que o gato lhe deu uma mordida, ensinando-lhe uma lição. Na próxima vez, o garoto deu uma cacetada na cabeça do gato antes de puxar o rabo. Lula deve estar perguntando aos seus botões: o que farão o Judiciário e a turma da Lava Jato na próxima vez?

Num dos trechos mais tóxicos da escuta que Moro mandou divulgar a pedido dos procuradores de Curitiba, Lula dissera para Dilma, no mesmo fatídico 4 de março: “Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado, um Parlamento totalmente acovardado. […] Nós temos um presidente da Câmara fodido, um presidente do Senado fodido. Não sei quantos parlamentares ameaçados. E fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e vai todo mundo se salvar. Sinceramente, eu tô assustado com a República de Curitiba.”

Se a nomeação de Lula para a Casa Civil ficar em pé, ele será julgado pelo STF. O decano do tribunal, ministro Celso de Mello, cuidou de dar-lhe as boas vindas ao responder à provocação em nome dos colegas, todos incomodados com a qualificação de covardes.

“Esse insulto ao Poder Judiciário, além de absolutamente inaceitável e passível da mais veemente repulsa por parte dessa Corte Suprema, traduz no presente contexto da profunda crise moral que envolve altos escalões da República, uma reação torpe e indigna, típica de mentes autocráticas e arrogantes, que não conseguem esconder, até mesmo em razão do primarismo de seu gesto leviano e irresponsável, o temor pela prevalência do império da lei e receio pela atuação firme, justa, impessoal e isenta de juízes livres e independentes”.

No STJ, a reação coube ao ministro João Otavio de Noronha. “Esta Casa não é uma Casa de covardes. É uma casa de juízes íntegros, que não recebe doação de empreiteiras. É estarrecedor a ironia, o cinismo dos que cometem o delito e querem se esconder atrás de falsa alegada violação de direitos. Não se nega os fatos e porque não tem como negar o que está gravado. A atitude do juiz Moro, gostem ou não, certa ou errada, revelou a podridão que se esconde atrás do poder. Se alguns caciques do judiciário se incomodam ou invejam, lamento.”

Na Câmara, o “fodido” Eduardo Cunha colocou para andar o pedido de impeachment. Posicionou soldados de sua infantaria pessoal na presidência e na relatoria da comissão que cuidará do tema antes que ele chegue ao plenário.

Tido como heroi da resistência governista no Senado, o também “fodido” Renan Calheiros não deu as caras na cerimônia de posse de Lula. Declarou: “Eu acho que qualquer comentário […] que desmereça as instituições ou colabore com o enfraquecimento das instituições não é bom para a democracia.”

Se prevalecer o foro privilegiado que Dilma providenciou para seu criador, quem fará o papel de acusador de Lula no Supremo é o procurador-geral da República Rodrigo Janot. Que Lula considera um ingrato: “…Ele recusou quatro pedidos de investigação ao Aécio e aceitou a primeira de um bandido do Acre contra mim. […] Essa é a gratidão. Essa é a gratidão dele por ele ser procurador…”

“Não sei que ingratidão é essa”, estranhou Janot, em entrevista concedida na Suíça. “O que eu posso dizer é que eu entrei no meu cargo por concurso público, tenho 32 anos de carreira, percorri toda a minha carreira, estou em final de carreira e se eu devo algo a alguém, esse meu cargo, é a minha família.”

Há dois dias, Lula era celebrado por auxiliares de Dilma e dirigentes do PT como o personagem que tiraria o governo do caos. Conseguiu. Com a ajuda de Moro, Lula levou a administração petista para o brejo. Deslizando sobre terreno movediço, a Jararaca está em apuros.

Já empossada, a víbora aguarda o desfecho da batalha judicial que sua nomeação causou para saber se poderá ou não ocupar a Casa Civil da Presidência. Se tudo der certo, será submetido ao crivo de um procurador que não lhe deve nada e de magistrados ávidos por demonstrar sua coragem funcional. Se der errado, volta para os braços de Sérgio Moro, na “República de Curitiba”.

Em qualquer hipótese, cresceram muito as chances de a Jararaca levar novas cacetadas na cabeça.
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quinta-feira, 17 de março de 2016

Para não esquecer 16

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Manifestantes protestam contra nomeação de Lula na Av. Paulista,
SP. 16/03/2016 (Foto: JF Diário / Estadão)

Será que desta vez é pra valer?  Ou vamos sair no melhor da festa?
É isso que a besta do Apocalipse queria? Sentar no trono aquecido pela marionete?

'Incendiar o país', para mim, tem o significado de acender a chama da VERGONHA NA CARA, do REPÚDIO a essa cambada que tomou de assalto TODAS as Instituições.


Manifestantes protestam contra nomeação de Lula em frente ao Palácio do Planalto,
Brasília. 16/03/2016 (Foto: Michel Filho / O Globo)


Sem essa de atentado ao Estado de Direito

A crise política escalou vários degraus. E deverá escalar outros mais até que se vote no Congresso o pedido de impeachment de Dilma

17/03/2016 - 08h02
Ricardo Noblat

Se feito com autorização judicial e se a Polícia Federal não cometeu nenhum tipo de ilegalidade no ato de captura ou de edição das gravações, o grampo que registrou quase um mês de conversas travadas por Lula ao telefone está longe de configurar um atentado ao Estado de Direito, tampouco desrespeito à autoridade da presidente da República como querem o governo, o PT e os que o apoiam.

Lula é suspeito de corrupção e de ocultação de patrimônio. Vinha sendo investigado há muito tempo pela Lava-Jato e pelo Ministério Público de São Paulo. 

O juiz Sérgio Moro autorizou o grampo em celulares de agentes responsáveis pela segurança de Lula, já que ele não tem celular em seu nome.

A Polícia Federal passou a autorização a empresas de telefonia. Somente elas poderiam aplicar o grampo. E assim se fez.

Quem falou com Lula por telefone enquanto o grampo funcionou teve seus diálogos com ele registrados. Há vários telefonemas de Lula para Dilma e de Dilma para ele, assim como de funcionários de vários escalões do governo.

Algumas das conversas mais reveladoras começaram a ser divulgadas ontem. A pedido do Ministério Público Federal, o juiz Moro quebrou o sigilo do que a Lava-Jato apurou a respeito de Lula.

Por que o fez? Porque Lula só poderá ser investigado, doravante, mediante decisão do ministro Teori Zavaski, o relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal.

Como ministro de Estado nomeado por Dilma para chefiar a Casa Civil da presidência da República, ele terá direito ao chamado fórum privilegiado.

De resto, o juiz Moro acha que os “governados” têm o direito de saber o que “os governantes” fazem.

O que os governados começaram a saber desde ontem detonou manifestações populares em 17 Estados. Algumas delas entraram pela madrugada de hoje.

Lula foi o alvo de todas elas, assim como Dilma.

A crise política escalou vários degraus. E deverá escalar outros mais até que se vote no Congresso o pedido de impeachment de Dilma.

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domingo, 13 de março de 2016

Foto Arte - Otacílio Rodrigues

Primeira imagem de sexta no sábado
Foto feita ontem às 18:12. Resende-RJ

Segunda imagem de sexta no sábado
Foto feita ontem às 18:12. Resende-RJ

Terceira imagem de sexta no sábado
Foto feita ontem às 18:12
. Resende-RJ


sábado, 12 de março de 2016

Baratas argh!...


Ode à  barata

Não precisa se fazer de morta não, ô sonsa!
Eu sei que você não morre nem com bomba. 
Praga.

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sexta-feira, 11 de março de 2016

Estamos em crise? - Adriana Machado

Estamos em crise?

Adriana Machado

 Neste texto, não tive a intenção de fazer discurso político ou criticar seja que partido for. Nosso objetivo é nos dar a oportunidade de nos entender como indivíduos num processo de depuração coletivo e individual.

No momento em que vivemos, o povo brasileiro pode afirmar que passa por uma crise. E não estamos falando tão somente de crise financeira ou política, mas, principalmente, de uma crise moral e da nossa necessidade de nos conhecermos melhor.

É maravilhoso percebermos que as pessoas estão se questionando quanto às suas posturas, porque de tanto levantarmos dúvidas sobre as posturas daqueles que nos governam, percebemos que eles são um reflexo de seu povo.

Sim! Com esse incômodo, estamos nos possibilitando raciocinar e analisar as nossas ações, porque se antes nada víamos de errado em tê-las, hoje, elas estão no “paredão de nossas consciências”.

Nesta última semana, eu estava conversando com um conhecido e ele, naturalmente, estava me contando de quando ele era criança e roubava frutas do quintal do vizinho. Ele me dizia que: pedir ao vizinho dava muito trabalho, que este não se importava com as travessuras das crianças, que as frutas caiam, estragavam e sujavam o chão. Estes eram os seus argumentos.

A princípio, eu estava escutando aquilo com bastante naturalidade, porque, mesmo não tendo morado no interior, muitos amigos meus sempre me disseram que era natural as crianças agirem dessa forma.

O interessante, porém, é que, pela primeira vez, me veio o seguinte pensamento: será que esse comportamento é certo? Será que não deveríamos ensinar a essas crianças que, mesmo que aquela fruta não tenha qualquer valor econômico, ela não lhes pertence e, por consequência, estariam elas furtando, se não as pedissem ao dono? Se surpreendeu? Eu também, porque mesmo que essa atitude seja despretensiosa e inocente, ela não deixa de ser furto!!

E, da mesma forma que eu somente agora, com quarenta e quatro anos, percebi que era uma atitude errada, essas crianças, se não alertadas de que não podemos pegar aquilo que não nos pertence, poderiam continuar no futuro repetindo essa mesma ação com outros produtos que desejassem obter. Pensem comigo: quantas canetas “surrupiamos” da empresa que trabalhamos? E do setor público que visitamos?

Se cada um de nós, pegar uma caneta, o poder público, por exemplo, gastará, mensalmente, centenas de reais para suprir aquelas que foram furtadas. E esse valor sai do nosso bolso! Do bolso de todo cidadão brasileiro!

Infelizmente, porém, temos a ideia equivocada de que, sendo público, nada nos custará!

Esses pensamentos me lembraram de uma palestra onde a espiritualidade nos disse que achar um dinheiro na rua e ficar com ele era errado! Bem, sempre ouvimos falar que “achado não é roubado”! Então, muitos dos que assistiam essa palestra, repetiram esse ditado popular e disseram: “Mas, se eu não pegar, o outro que vier atrás pegará!” A resposta foi simples: “Não importa. Você está fazendo a sua parte. O que o outro fizer é responsabilidade dele.”

Qualquer coisa que eu achar na rua não é meu, não é nosso! Se não é meu, se não é nosso, é de alguém que poderá ter uma oportunidade de voltar e achar o que ele perdeu se a coisa continuar onde está. Essa atitude precisa começar por alguém e este alguém, talvez, seja cada um de nós.

Que esta postura seja adotada aqui também no Brasil, porque, em alguns países, isso já acontece. Eles não são melhores do que nós. Eles somente aprenderam que o que não é deles, não é deles! Podem ser objetos caros como máquinas fotográficas, filmadoras, celulares, bolsas com dinheiro e documentos, tudo fica onde foi deixado para que o dono possa resgatar ao voltar.

Fico me perguntando se não necessitávamos passar por esses escândalos; passar por tantas indignações para nos conscientizarmos que cada um de nós é importante neste processo de depuração nacional.

O Brasil é um país jovem que está aprendendo. Está se depurando com ideias mais retas de caráter e começa a entender que burlar a lei é errado; que querer dar um “jeitinho” para se dar bem não é produtivo, porque algo se refletirá sobre nós no futuro.

Em decorrência de nossa imaturidade, não temos ainda conscientização cívica. Não sabemos o quanto vale o nosso voto. Não entendemos que tudo o que está ao nosso dispor e que nos afirmam ser “de graça” é público, mas alguém tem que pagar essa conta. E essa conta é nossa!

Precisávamos passar por este momento; precisávamos nos incomodar com as denúncias que se levantam por aí; precisávamos nos sentir donos dos bens públicos para que, assim, os preservemos.  

Quando entendermos isso, deixaremos de quebrar lixeiras e orelhões, de picharmos ruas, de arrebentarmos placas, de passarmos por sinais vermelhos, de subornarmos policiais ou auditores fiscais, de sonegarmos impostos, de “vendermos” o nosso voto... porque é tudo nosso! Mas, se é nosso, não é só meu. É do povo! É de todos nós!

Então, estamos passando por uma crise? Sim, claro que estamos. Mas, a maior de todas elas é a de nos depararmos conosco e, enxergando-nos passíveis de nos corromper, nos depurarmos de nossos vícios de conduta e servirmos de exemplo para aqueles que ainda não entendem essa oportunidade que o Altíssimo está nos ofertando de crescimento individual e coletivo nesta maravilhosa nação chamada Brasil.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Drummond no grafite

Da página "Semióticas" - facebook


Drummond no grafite

O muro da casa na cidade mineira de Itabira, onde viveu, no começo do século 20, o poeta Carlos Drummond de Andrade, ganhou as cores de um grafite do cartunista Laz Muniz.

Itabira, cidade onde Drummond nasceu, em 31 de outubro de 1902, mantém, desde 1985, a Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade – que promove eventos como o Festival de Inverno.

*            *            *

terça-feira, 8 de março de 2016

Transversal do tempo

Meu coração entristecido mais uma vez ouvindo som, ritmo e palavras de Ivan Lins e Victor Martins, interpretados por Elis Regina.

Antes, eu era apenas uma garota assustada.
Agora sou mãe, sou avó e estou, além de preocupada, mais uma vez  assustada.

É mesmo a "Transversal do Tempo"...

Outro contexto, outra sociedade (será?), outros 'reis'.
A brutalidade, a ignorância, a agressividade não são diferentes... são maiores;  contam agora com a tecnologia. Tudo muito técnico sim...

Estranha percepção, sensação esquisita de revanchismo.





Uma breve - brevíssima -  pesquisa me fez lembrar dos estudos de Linguística que me atrevo a comentar só um pouquinho.

Na constituição desse texto, aparecem o discurso religioso e a simbologia das cartas do baralho para alertar que o momento é delicado e que todos devem estar atentos.
*
O (s) autor (es) inicia (m) travando com seus fãs um diálogo repleto de ditos “não –ditos”, como que avisando sobre as consequências que poderiam surgir com a divulgação da obra.

O título da canção “Cartomante”  traz a  figura mítica da mulher que adivinha o futuro, como quem perguntasse: que futuro nos aguarda?

Respondendo à oculta indagação sob o título, o primeiros versos  aconselham:
Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja

Em Mateus 5:39, lemos: “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”.

Encontramos a mesma frase no Sermão da Planície, no Evangelho de Lucas: Digo, porém, a vós que me ouvis: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos insultam.
Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te tira a capa, não lhe negues a túnica. Dá a todo o que te pede; e ao que tira o que é teu, não lho reclames (...)

A evocação do discurso religioso traz um alto grau de autoridade, de incontestabilidade, como se ordenasse na voz da Cartomante : se ferido, não fira; se insultado, não insulte.
*
Há inúmeras histórias que narram a origem das cartas do baralho.

Uma dessas histórias diz que as cartas do baralho foram criadas em 1392, para o rei Carlos da França que se encontrava em estado de debilidade mental.
Seu criador, um homem extremamente mau, inspirara-se nas figuras bíblicas: o rei representaria o diabo; a dama, Maria;  Copas, o sangue de Jesus, e o Valete, o próprio Senhor. Paus simbolizaria a destruição.

Existe ainda a que nos informa que foram inventadas por uma concubina de um imperador chinês, em 1120 a.C., para passar o tempo ocioso, à espera do amante.

Outros afirmam que as cartas já haviam sido utilizadas como oráculos desde a criação do mundo (!) para resolver os problemas da humanidade.
*

Enfim, estive aqui só me lembrando, só pensando no que já presenciei nesta vida e no que mais ainda assistirei.

Sempre observando e aguardando, sabe-se lá o quê...

*               *                *       

Minha amiga fotógrafa

NÁDIA , minha amiga artista fotógrafa :

Trechos Rio Paraíba do Sul em Resende-RJ - fevereiro 2016



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Crítica esquisita

(publicado no meu facebook em 05 de março 2016)
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Por estas e outras é que me divirto lendo artigos aqui na internet.

Já vou avisando que o texto é looongo - e olhe que 'editei', tendenciosamente - admito e confirmo. A 'tônica' ou proposta do artigo é exatamente o contrário.
Só para os valentes!

(...)
"Pergunte para qualquer um na rua: quem é o professor mais famoso do Brasil?
Talvez aquele sujeito comendo coxinha na padaria da esquina responda “professor Olavo” ou aquela mocinha usando bolsa de crochê vermelha diga “professora Marilena”, mas, provavelmente, a maioria responderá Professor Raimundo.
Sim, o imortal personagem do, infelizmente, não imortal comediante Chico Anysio.
Sua respeitável figura de jaleco e cabelos brancos ao estilo He-Man, a voz grave e rouca, os bordões, entraram para o imaginário coletivo.
(...)
Imagino que todos concordem que o professor, enquanto entidade abstrata, é imbuído de certa aura de respeitabilidade, uma vez que representa ou deveria representar o principal elemento transmissor da sabedoria acumulada da humanidade para as futuras gerações.

Sei que existem vários “especialistas” em educação que questionam esse papel, retirando ou diminuindo a importância do professor no processo de ensino e aprendizagem, mas essas figuras, ainda que em muitos casos não sejam mal intencionadas, produzem pesquisas falaciosas e não devem ser levadas a sério. Representam no máximo curiosidades ou efeitos colaterais da pós-modernidade.
O fato de serem esses cientistas loucos e suas teorias estapafúrdias que definem os atuais rumos da educação é assunto para outro texto.

Para o senso comum, o professor é um tipo de abnegado que segue sua vocação apesar de tudo.
Ao mesmo tempo, não são incomuns campanhas de valorização da profissão.
Em alguns casos ensaiam se tornar política de estado (Pátria Educadora, vejam só!).
O discurso “ser professor é legal, respeite o seu” é recorrente, embora na maior parte das vezes não passe de palavras, palavras, palavras. Ainda mais na sociedade brasileira, onde a demonstração de cultura costuma ser interpretada como exibicionismo. Mesmo nas salas de professores.
Expressões como “tom professoral” e “ficar dando aula” indicam chatice, pedância e pretensão.
Apesar disso, espera-se que personagens que representam “o professor” sejam mostrados de modo primordialmente positivo (salvo se for o vilão de filmes como “Sociedade dos Poetas Mortos” ou “Encontrando Forrester”). (...)

Em primeiro lugar, é preciso estabelecer que o Professor Raimundo não é um personagem realista, mas um tipo.
Qual a diferença de um para o outro?
Basicamente está na construção da figura.
Raimundo não é feito para ser profundo e complexo. Sua natureza dramática é bidimensional.
Só conhecemos seu sobrenome, Nonato, e sua cidade natal, Maranguape; não conhecemos seu passado (salvo as alucinações de Aldemar Vigário), nem família e amigos ou sua vida particular e interesses fora da escola. Ele é apresentado de modo a ser “um pouco de todos os professores brasileiros”.
Trata-se de um tipo que representa certa coletividade.
(...)
Sabemos que na dinâmica cotidiana de sala de aula, algum sarcasmo e ironia fina possuem alto valor pedagógico. O livro “Conversas com um Jovem Professor”, do historiador Leandro Karnal, não deixa dúvidas quanto a isso.
(...)
Estou procurando chifres em cabeça de cavalo? Talvez, mas uma das funções da crítica cultural é revelar que, às vezes, cavalos são unicórnios."
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Para quem se interessar em ler o artigo todo, está em  'Crimes e pecados do Professor Raimundo', por Ademir Luiz, colunista  de "Revista Bula".

Arte fotográfica - Otacílio Rodrigues

Magníticas fotos de OTACÍLIO RODRIGUES - dois momentos em Resende-RJ

Arte: OTACÍLIO RODRIGUES - Resende
Março 2016
Arte: OTACÍLIO RODRIGUES - Resende
06 de março 2016 - domingo