sábado, 20 de maio de 2017

De 'lá' para cá... só tem piorado.

"Ressaca" horrorosa por causa das  notícias de ontem. Ainda estou tonta... 

1829 (mil oitocentos e vinte e nove) políticos envolvidos até o pescoço com propinas, fraudes, o diabo... Entre eles, claro, os que sempre aparecem como 'estrelas da corrupção'.

O Supremo Tribunal Federal indicia o Presidente do país a responder a inquérito

O povo de vinte capitais de estados foi para as ruas, numa espécie de surto coletivo após divulgação de áudios comprometedores envolvendo empresários da JBS e o Presidente Temer.  (vergonhoso)

Novamente manifestações.

Esses protestos não foram de todo pacíficos. Bombas de gás e de efeito moral. Confronto entre manifestantes e polícia.  
Atordoada, a população gritava por  "Impeachment" (como confiar em um Congresso Nacional  infestado?) e "Diretas já" (ignorando a Constituição). 
As (péssimas) notícias continuavam a ser divulgadas.

Confusão total na mídia. Jornalistas confusos, análises incompreensíveis, falhas na apuração dos fatos, enfim, uma balbúrdia. 

Poucas horas depois, mais sujeira, mais imundície -  uma vala sem fim - e o mesmo povo se desencantou. Não quer mais saber. 
Não é mais possível aceitar que - havendo impeachment de novo - o Congresso tenha credibilidade para votar um novo presidente até as próximas eleições (eleições?!)

Hoje, silêncio absoluto da população. Todos estarrecidos.

Aguardando um desfecho - seja ele qual for.



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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Assunto do dia (pobre Brasil)

Recebido hoje, no facebook, 

ESCLARECIMENTO:- Prisão de Lula,a ratazana de esgoto !!

"Existe uma falsa expectativa de que no dia 10 o Juiz Sergio Moro , condene e prenda o Lula . Não acontecerá , nem uma coisa nem outra , pois a lei não permite . 
Ele será apenas ouvido sobre as acusações à ele imputadas, interrogado pelo Juiz e apresentará sua defesa . Nada mais do que isso , salvo se o meliante desacatar ou ofender a honra ou dignidade do Juiz .( prisão por desacato a autoridade). 

Depois dessa audiência , Moro terá que ouvir as 87 testemunhas arroladas pela defesa , com a finalidade de atrasar a sentença . A defesa do Lula recorreu da decisão do Moro para que o Lula tivesse presente nessas 87 audiências e TRF , deu ganho de causa ao Lula que ficou livre da determinação do Moro . 
Terminado o processo dos depoimentos das testemunhas e as demais formalidades , é que o Juiz vai sentenciar . 
Mesmo que for condenado , não será preso até o julgamento do seu recurso no TFR em Porto Alegre . Caso confirmada a sentença pela jurisprudência do STF ( condenação em duas instâncias o réu poderá ser preso ) porém , tendo Lula mais de 70 anos não irá para o presídio e cumprirá a pena nas condições que forem impostas pelo TFR , até o julgamento do STJ à quem irá recorrer . 
Caso não haja mais recurso , ele , confirmada a condenação , pelas razões expostas , cumprirá a pena em liberdade nas condições impostas pelo o STJ . 
A condenação , neste caso do Triplex e o armazenamento dos bens pagos pela Odebrecht só resultará de positivo , caso a condenação seja confirmada , na perda dos seus direitos políticos pelo tempo determinado pela condenação . Depois é que vão ser abertos os três outros processos em que foi declarado réu . 

Entendi necessário fazer esses esclarecimentos , para que não fiquem frustrados aqueles que não conhecendo o Código de Processo Penal, venham fazer um julgamento precipitado do Juiz Sérgio Moro . 
Por outro lado , salvo melhor juízo , o desejo de uma ampla parte dos brasileiros de verem esse criminoso nas grades do presídio , não tem amparo legal . 
Sabendo disso por seus advogados , é que esse marginal anda percorrendo o Brasil afirmando que jamais o prenderão ! 
Essa é a verdade decorrente da Lei Penal brasileira . Claro está que exequivel para os poderosos que podem contratar pelos milhões que nos roubaram grandes advogados com trânsito nos nossos Tribunais . 
O caso do José Dirceu é típico . Foi condenado a 31 anos de prisão em regime fechado e está lépido e fagueiro em liberdade condicional , morando em luxuosa cobertura em Brasília . 
Esqueçam portanto , no dia 10 o Lula não será nem preso , nem condenado , lamentavelmente !!!!"

(Autoria: Paulo KB · Florianópolis)
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Meu comentário:

Esclarecedor para os que desconhecem as mil artimanhas das Leis e da chamada Justiça - que pouco ou nada têm a ver com o exercício do  Direito . Mesmo porque a prisão do molusco não eliminaria ou remediaria o mal feito a todo o país.
Ele receberá, sim, a punição que não falha, a Divina, aquela na qual muitos não acreditam ou não se importam, mas que, se reparamos bem, já vem  acontecendo.
O 'bicho' aí nunca mais terá sossego.

O que temos aturado dos meios de comunicação esse tempo todo é um 'carnaval' de exibição de notícias que não levam a nada,
Esse tem sido o papel da mída brasileira na era da pós-verdade.
Tempo de revolta, de raiva mesmo, pelos desmandos, roubalheira, mentiras dos políticos, falta de vergonha geral. Como se não bastassem os acontecimentos cotidianos de violência e maus tratos ao povo brasileiro.

Ou seja, uma PALHAÇADA

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terça-feira, 9 de maio de 2017

"A sociedade precisa vigiar e atuar para que a verdade venha à tona"

JUAN ARIAS – “El País”, 18 dezembro 2015

A convulsão política que o Brasil vive, com suas tramas, conjurações e acusações lançadas entre os diversos protagonistas, já aparece refletida em textos antigos.

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O rei Salomão cunhou na Bíblia a sentença: “Não há nada novo sob o sol”. Isso já faz milhares de anos. 
Hoje, quando os acontecimentos do mundo e a crise no Brasil nos assombram e surpreendem como se fossem novos, todos nós precisaríamos, e ainda mais os políticos que nos governam, conhecer melhor alguns episódios da história e a literatura do passado, para entender melhor o que acontece ao nosso lado.

Na literatura de mais de 2.000 anos atrás já encontramos o pingue-pongue de mentiras e verdades cruzadas entre os protagonistas e as biografias contrapostas de santos e vilões.

Parecem significativas, por exemplo, as Catilinárias do senador, jurista, político, escritor e orador romano Marco Tulio Cícero e as parábolas evangélicas do sábio e inconformista pregador judeu Jesus de Nazaré.

Ambas as experiências político-religiosas de mais de vinte séculos atrás hoje adquirem força e atualidade.

Cícero foi uma peça chave contra Catilina, o senador populista, com vocação de ditador, ansioso por acumular todo o poder se valendo dos plebeus a quem tentava perdoar todas as dívidas. Desmascarou-o com a força das suas famosas Catilinárias, cujo eco permanece vivo na História de hoje.

Com sua oratória, o senador e escritor derrotou Catilina, que precisou ir embora de Roma, refugiando-se em Pistoia, e cujos sequazes acabaram vencidos e dispersados.

As primeiras palavras da mais famosa das Catilinárias, “Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?”, foi uma pergunta gritada no plenário do Senado Romano contra seu adversário.

Incriminou-o assim:

“Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há de zombar de nós a tua loucura? A que extremos se há de precipitar a tua audácia desenfreada? (….) Nem os temores do povo, nem a confluência dos homens honestos, neste local protegido do Senado, nem a expressão do voto destas pessoas, nada consegue te perturbar? Não percebes que teus planos foram descobertos? Não vês que tua conspiração foi dominada pelos que a conhecem? Quem, entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?

O tempora, o mores! [Oh, tempos, oh, costumes!]”.

Existe hoje uma autoridade como a de Cícero para falar com convicção e eficácia aos responsáveis pelo Congresso e do Governo nacional, e para lhes perguntar, como fez há 2.000 anos o senador a Catilina: “Até quando pretendem abusar da nossa paciência?”?

Cem anos depois das Catilinárias de Cícero, outro personagem que também deixou sua marca na História, o profeta judeu Jesus de Nazaré, também provocou os fariseus, considerados os políticos puros, zelosos da lei, que usavam o poder contra seus adversários enquanto levavam uma vida dupla. Jesus, que os qualificou de “hipócritas”, os recriminou por colocarem sobre as costas das pessoas “pesos que elas não conseguem carregar”.

Gritava-lhes seus anátemas, desconcertando-os com suas enigmáticas parábolas. Uma delas atravessou os séculos como uma provocação aos que pretendem usar suas biografias de homens probos contra os considerados pecadores, admoestando aos primeiros a atirarem a primeira pedra contra quem pretende julgar os outros.

A mais clássica dessas parábolas é a do fariseu e do publicano [coletor de tributos]. O evangelista Lucas (18: 9-14) a transmitiu com a seguinte introdução: “Aos que se consideravam justos e menosprezavam os outros, Jesus lhes disse esta parábola”.

Em síntese: dois homens entram em um templo para orar. Um era um fariseu, pessoa pura, e o outro um publicano, considerado por isso mesmo ladrão e pecador.

O fariseu, arrogante, em pé, para ser mais bem visto, agradecia publicamente a Deus porque, dizia, “não sou como os outros, ladrão, injusto, adúltero, nem como esse publicano”.

O coletor de impostos, meio escondido ao final do templo, com os olhos baixos, rezava dizendo: “Deus, compadecei-vos deste pecador”.

Jesus, o provocador, contou: “O publicano saiu do templo perdoado, e o fariseu, julgado”. Como assim? Jesus explicou que quem se gaba de ser justo acabará derrotado, e quem confessa ser pecador sairá vitorioso. Outra forma de traduzir isso seria dizer que quem é incapaz de reconhecer seus erros acaba derrotado, pois são mais perdoados aqueles que se mostram capazes de admitir que erraram.

Os sábios, antigos e modernos, nos ensinam que as coisas, na política e na vida, nem sempre são tão evidentes como acreditamos ou como tentam nos impor. A realidade é sempre mais complexa do que parece.

Para entendê-la, sem nos deixarmos levar por miragens, é necessário, também hoje, saber decifrar em cada fato e em cada confissão dos políticos o que suas palavras escondem de verdade ou de mentira.

Lembram-se das máscaras gregas?

A sociedade precisa vigiar e atuar para que a verdade venha à tona, para arrancar as máscaras de quem pretende, como diz o ditado, “nos dar gato por lebre”.

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