Sou ‘de Humanas’ por vocação, tendência, intuição, escolha, genética (não... genética eu penso que não) enfim, sei lá por quê. Só sei que prefiro ‘trabalhar com miçangas’ sim e me encantar com o imponderável; os mistérios aguçam-me os sentidos.
Assim, a matemática sendo para mim também um mistério, estranhamente me atraí.
Respeito, admiração, assombro mesmo, diante das mentes que elucidam e coordenam esse aprendizado.
Penso aqui em Guimarães Rosa – “Eu quase que nada não sei, mas desconfio de muita coisa” – enquanto leio Edward Frenkel, um matemático americano nascido em Kolomna, em 02 de maio de 1968, na Rússia.
Ele trabalha com teoria de representação, geometria algébrica e física matemática.
Professor de matemática da Universidade da Califórnia em Berkeley e membro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos .
O que está fazendo Guimarães Rosa no meio dessa conversa? Olhem aí o que diz o matemático:
“(...) Um cérebro não é só um conjunto de neurônios. Há uma energia que está em movimento, não está localizada num ponto. Não é possível agarrar um humano e transformá-lo numa máquina. É como tentar captar a essência de um ser humano através de uma fotografia.
Até mesmo na Matemática, há um elemento de imprevisibilidade, de espontaneidade, de pureza que transcende qualquer computador. Nenhuma descoberta matemática se assenta apenas no pensamento racional. Há sempre uma outra parte — podemos chamar-lhe inspiração, insight, intuição, instinto que só existe em nós e que nenhuma máquina poderá reproduzir.”
EDWARD FRENKEL
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Sueli, 15 de março, 2018
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