sexta-feira, 28 de abril de 2017

Mais uma...

A greve do feriadão é talvez a grande piada dos últimos tempos, que está desmoralizando os sindicatos e movimentos que estão fazendo um ato puramente político e, mais vergonhosamente, próximo a um feriado prolongado.
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O Estadão fez um editorial intitulado “A greve do feriadão”, que merece ser lido na íntegra:

Uma “greve geral” marcada para coincidir com a véspera de um feriado prolongado, encompridando-o um pouco mais, traduz bem o espírito dos organizadores desse movimento. 
Os chefes das centrais sindicais que convocaram a paralisação certamente esperam que a adesão seja alta, entre outras razões, porque muita gente vai considerar a “greve” uma oportunidade de antecipar a folga. 
Como ergofóbicos que são, esses sindicalistas conhecem o valor de uma boa desculpa para não ir trabalhar.
E a desculpa da vez são as reformas promovidas pelo governo de Michel Temer, especialmente a trabalhista e a previdenciária. 

A desonestidade dessa campanha sindical, orquestrada pelo PT, é evidente por si mesma. O partido que governou o Brasil por mais de uma década e é diretamente responsável pelo colapso da economia – sem falar do colapso moral – lidera um movimento destinado justamente a sabotar as únicas soluções possíveis para a crise que os próprios petistas criaram.

Para que o deboche seja completo, o PT, ao mesmo tempo que está organizando a tal greve, tratou de lançar um “plano econômico”, batizado de Seis Medidas Emergenciais para Recuperação da Economia, do Emprego e da Renda. 
Lá estão, uma a uma, as mesmíssimas medidas que condenaram o Brasil a três anos de profunda recessão, que quase levaram o Estado à bancarrota e que criaram mais de 13 milhões de desempregados.

Os petistas dizem que querem, entre outras coisas, “fortalecer empresas brasileiras para gerar empregos de qualidade”, isto é, voltar a privilegiar empresas amigas do governo; “aumentar o comércio Sul-Sul, principalmente os Brics”, impedindo, por questões ideológicas, que o Brasil faça acordos comerciais muito mais vantajosos; e “investir em infraestrutura para uma economia dinâmica e eficiente”, o que, no governo petista, equivaleu a destinar bilhões de reais para projetos superfaturados que mal saíram do papel. 

Além disso, o PT pretende “recuperar as empresas de construção civil”, ou seja, dar uma mãozinha aos sócios empreiteiros hoje enrascados na Lava Jato, e também quer “recuperar o papel central da Petrobrás”, impedindo – atenção – “a fragmentação, destruição e privatização da Petrobrás”, como se a estatal não tivesse sido rapinada e arruinada justamente pelos petistas.

A desfaçatez é, portanto, total. 

O PT, fragorosamente derrotado nas urnas e expelido do poder por ter legado à Nação uma crise econômica sem precedentes e um descomunal escândalo de corrupção, acredita-se em condições morais de denunciar um governo que, a duras penas, luta para consertar uma parte desse estrago. E é espantoso que haja quem, por vício sindical ou político, aceite engrossar esse movimento, deixando de refletir sobre os efeitos nefastos que a rejeição das reformas de Temer teria para o conjunto da sociedade.

Até mesmo algumas escolas particulares de São Paulo decidiram apoiar o movimento grevista de seus professores, em vez de lhes cortar o ponto pela falta, em claro desrespeito aos que pagam mensalidade em troca do serviço. 

Uma das escolas, resumindo o espírito que presidiu tão esdrúxula decisão, argumentou que as reformas foram encaminhadas “sem o debate qualificado” – como se o Congresso não fosse o local legítimo desse debate.

A maioria dos trabalhadores que deixarão de cumprir expediente amanhã, contudo, será formada não por grevistas, mas por funcionários que não conseguirão chegar ao trabalho em razão da paralisação do transporte público. O mesmo vai acontecer com os estudantes, que deixarão de ir à escola não apenas pela falta de transporte, mas porque muitos professores aderiram à greve.

Tudo isso, caso se confirme, tende a dar a falsa sensação de que a “greve geral” é mesmo geral, isto é, que mobilizou grande parte dos trabalhadores para protestar contra as reformas encaminhadas pelo governo.

Num Congresso acuado por denúncias de corrupção e pela perspectiva de grandes e radicais renovações nas eleições de 2018, essa atmosfera pode definir votos contra as mudanças. 
Ao governo cabe manter a firmeza de propósitos, sem se intimidar pela delinquência daqueles que usam os “direitos do trabalhador” para golpear os trabalhadores pelas costas.


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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Fazer o quê?

Parafraseando  uma postagem de hoje no facebook:

Eu também não pedi para ser brasileira, mas tô aqui..."aguentando o tranco" e "segurando a onda".

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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Arthur Schopenhauer

Arthur Schopenhauer nasceu no dia 22 de fevereiro de 1766 e é um dos mais importantes filósofos alemães. Ele achava que o mundo nada mais era do uma representação formada pelo indivíduo. Influenciou Freud e Nietzsche e foi o responsável por introduzir o budismo à metafísica alemã.



Thomas Mann comenta em ensaio, que Arthur Schopenhauer, psicólogo da vontade, é o pai de toda a psicologia moderna; dele se vai pelo radicalismo psicológico de Nietzsche, em linha reta até Freud.

Foi a partir da segunda a metade do século XIX, após a publicação de Pererga und Paralipomena e do inesperado sucesso desse livro, que o autor passou a ter cada vez mais seguidores, cada vez mais professores de filosofia começaram a dedicar cursos à sua obra, e os críticos do sistema idealista passaram a tomá-la como referência.

Algumas frases lapidares de Arthur Schopenhauer

“Pensamos raras vezes no que temos, mas sempre no que nos falta.”

“Os primeiros 40 anos de vida nos dão o texto; os 30 seguintes fornecem o comentário sobre ele.”

"Renunciamos a três quartos de nós mesmos para sermos como os outros."

“É em ninharias e quando está desatento que o homem revela seu caráter.”

“É um erro acreditar que não precisamos obedecer a qualquer moral em nossa atitude para com os animais, e que não temos qualquer responsabilidade moral para com eles. Este será o caminho da vulgaridade e da brutalidade completas.”

“Não há ódio mais implacável do que o da inveja.”

“Honra é a consciência externa e a consciência é a honra interna.”

“A riqueza se parece com a água do mar: quanto mais dela bebemos, tanto mais sede experimentamos.”

“As pessoas comuns pensam apenas como passarão o tempo; um homem de intelecto tenta usar o tempo.”

“O homem só pode ser ele próprio quando está sozinho; se não gosta de solidão, não gosta de liberdade.”

“Não sei quantas são as formas de se ganhar uma discussão sem ter razão.”

“A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.”

“A ousadia é, depois da prudência, uma condição especial da nossa felicidade.”

“Só quando a verdade foi adquirida por seu próprio pensamento, através dos esforços de seu intelecto, ela se torna membro de seu próprio corpo, e só essa verdade realmente nos pertence.”

“Todas as religiões prometem uma recompensa… pela excelência de propósitos ou do coração, mas nenhuma pela excelência do cérebro ou do discernimento.”

“A obra de arte só nos causa grande impressão quando nos dá algo que, mesmo com todo o esforço de nosso intelecto, não podemos compreender totalmente.”

“Desejar a imortalidade é desejar a perpetuação de um grande erro.”

“A música é feita com a mesma substância da alma e ambas igualmente expressam a razão por trás da existência.”

“A verdade tem 3 estágios: primeiro ela é ridicularizada, depois contestada, e, finalmente, aceita.”

“A melhor de todas as maravilhas não é o conquistador do mundo, mas o dominador de si próprio.”


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terça-feira, 18 de abril de 2017

No Dia Nacional do Livro para Crianças

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Recebi essa postagem da amiga Érika Mascarenhas, do Pará, com a pergunta: "Quem nunca morou no Sítio do Pica Pau Amarelo?"

Olhem o que pode despertar uma bela postagem:

Eu morei... nadei no "Reino das Águas Claras", fui à Grécia Antiga com Pedrinho, Narizinho e Emília, aprendi Geografia com Dona Benta, "A História do Mundo", perambulei com a "Emília no País da Gramática" mas quem me ensinou mesmo sobre a Língua Portuguesa foi Quindim, o rinoceronte; li "Aritmética da Emília", acompanhei as "Caçadas de Pedrinho", vi aparecer "O Poço do Visconde', fiquei 'besta' com "Os doze trabalhos de Hércules' e ainda fiz uma "Viagem ao Céu" e aprendi um pouquinho de astronomia, ah, e me deliciei com as "Histórias de Tia Anastácia'... entre outras diversões incríveis! 
Tive uma infância movimentadíssima, criativa e maravilhosa! Sou uma das muitas 'filhas de Lobato" e agradeço por isso. 
Tentei - TENTEI - que minhas filhas e meus netos também 'viajassem' assim, mas o que ainda ouço é o pobre chavão: "O mundo mudou!" É... mudou mesmo, só não sei se foi para melhor.

Desculpe o textão.

Sueli - 18 de abril 2017

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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Tiro pela culatra

Ai, que ultimamente tenho me divertido com as notícias.
Eu sempre disse que nossa Língua Portuguesa é um primor  de elegância e bom gosto para quem sabe utilizá-la. Vejam essa pérola de eufemismo do jornalista Josias de Souza :

“...momentaneamente hospedado numa cela do Moro’s Inn, temida hospedaria de Curitiba...”
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JOSIAS DE SOUZA em  UOL notícias - 13 de abril 2017

Sob aconselhamento de especialistas, Michel Temer decidiu quebrar o silêncio para responder ao barulho que invade o seu gabinete desde que as vozes dos delatores da Odebrecht passaram a soar diuturnamente em rede nacional de rádio, TV e internet...
Com um texto cirúrgico, acomodado num vídeo de pouco mais de um minuto, o presidente pretendeu se defender. Mas não se revelou um bom advogado de si mesmo. O pouco que Temer disse foi insuficiente para esclarecer as dúvidas que o.cercam. O muito que Temer deixou de dizer foi esclarecedor sobre sua incapacidade de se dissociar da suspeição que rodeia sua presidência.

''Eu não tenho medo dos fatos, nunca tive. O que me causa repulsa é a mentira”, disse o presisente. 
“É fato que participei de uma reunião em 2010 com o representante de uma das maiores empresas do país. A mentira é que nessa reunião eu teria ouvido referência a valores financeiros ou a negócios escusos da empresa  com políticos.” 

Pois bem. A reunião da qual Temer admite ter participado ocorreu numa casa onde funcionava o seu escritório de campanha, em São Paulo. O interlocutor era Márcio Faria. Na época, era executivo da Odebrecht. HoHoje, ganha a vida suando o dedo a serviço da Lava Jato (assista no vídeo acomodado no rodapé do texto). Entre os participantes da conversa estava Eduardo Cunha, momentaneamente hospedado numa cela do Moro’s Inn, temida hospedaria de Curitiba. 

O pedaço do enredo que Temer diz ser mentiroso envolve propina de US$ 40 milhões que o PMDB beliscou num contrato da diretoria Internacional da Petrobras. Temer assegura que ninguém falou em dinheiro durante o encontro. Até aí, sua verdade coincide com a do delator. Na versão do dedo-duro, a cifra fora acertada previamente. A reunião com Temer serviria apenas para que ele abençoasse a transação diante da testemunha mais qualificada do PMDB. 
Tampouco foram mencionados no encontro “negócios escusos da empresa com políticos”, sustenta Temer. Beleza. Mas o presidente faria um bem enorme a si mesmo se respondesse a três indagações: 1) Se não tratou de negócios, o que diabos foi fazer no seu escritório o executivo da Odebrecht? 
2) Se não havia mutreta no lance, por que o visitante foi levado à sua presença por Eduardo Cunha? 3) Se não pode ser 100% transparente, por que divulgar um video com meias-verdades? 

De resto, é incompreensível que Temer não tenha aproveitado a oportunidade para dirigir aos brasileiros meia dúzia de palavras sobre a podridão ao redor. 
Após discutir com auxiliares os efeitos do estrondo da colaboração da Odebrecht, o presidente decidiu que o melhor a fazer é silenciar sobre os oito ministros que conservam um pé na Esplanada e outro nos inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal contra eles.

Impossível deixar de dar ouvidos a esse silêncio de Temer. As palavras não-ditas gritam para a plateia que o presidente da República talvez não tenha condições de se dissociar do lixão. Quanto mais duradouro for o silêncio de Temer, mais eloquentes serão os ecos da delação.

Gravado com o propósito de levar tranquilidade aos brasileiros, o vídeo de Temer revelou-se apavorante. 
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domingo, 9 de abril de 2017

"Tempos Modernos" no Brasil

Triste demais, porque verdadeiro demais... que as pessoas velhas como eu tenham perdido as ilusões, tudo bem, faz parte. O que dói é ver os jovens, os que infelizmente herdarão e viverão um país desgovernado, falho em seus principais compromissos com a população. Segurança, Educação, Saúde - consequentemente uma nação falida, infeliz, sem sossego e sem oportunidades. Muito triste mesmo. :'(
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Minha terra tem horrores': versão de poema feita por alunos do Rio 
causa comoção nas redes sociais

'Canção do exílio', escrita há 170 anos por Gonçalves Dias, foi parafraseada em escola estadual e ganhou tons trágicos. 'Me leve para um lugar tranquilo, onde canta o sabiá', diz texto.

Por Nicolás Satriano, G1 Rio, 07/04/2017 

Há 170 anos, o poeta Gonçalves Dias escrevia a "Canção do exílio". A poesia atravessou as décadas e foi parafraseada inúmeras vezes. É comum, por exemplo, que na escola professores proponham o exercício aos seus alunos. 
Nos últimos dias, circula em redes sociais a reprodução de um dos textos elaborado por dois estudantes da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. 
A versão carioca rapidamente comoveu a web: expõe, de modo poético, a triste realidade de quem vive em meio à violência que mata inocentes diariamente – inclusive dentro de colégios, como na morte da menina Maria Eduarda.

Paráfrase de poesia narra violência na Penha 
No texto, não por acaso, os adolescentes escolhem repetir uma das frases da obra original de Gonçalves Dias: "Não permita Deus que eu morra".
"Minha terra é a Penha, o medo mora aqui. Todo dia chega a notícia que morreu mais um ali. Nossas casas perfuradas pelas balas que atingiu (sic). Corações cheios de medo do polícia que surgiu. Se cismar em sair à noite, já não posso mais. Pelo risco de morrer e não voltar para os meus pais. Minha terra tem horrores que não encontro em outro lugar. A falta de segurança é tão grande, que mal posso relaxar. 'Não permita Deus que eu morra', antes de sair deste lugar. Me leve para um lugar tranquilo, onde canta o sabiá", escreveram os estudantes.

O G1 tentou contato com os alunos, professores e diretor da escola por meio da Secretaria de Estado de Educação. Em resposta, a Seeduc informou que os docentes e estudantes estavam receosos de tratar do tema e não aceitaram os pedidos de entrevista.

A Penha, assim como outros bairros da Zona Norte da cidade, têm traduzido em números os casos de violência. 
Comparados os meses de fevereiro de 2016 e 2017, os casos de homicídios dolosos – quando se tem a intenção de matar – dobraram, de três para seis casos, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública. Os números de roubos de veículos na área também assustam. Os índices saltaram de 35 casos registrados no ano passado para 79 este ano.

Caos na segurança invade escolas
O texto dos alunos da escola na Penha transparece o caos na segurança estadual que invade as instituições de ensino. 
Na última quinta-feira (30), a aluna Maria Eduarda, 13 anos, foi morta por balas perdidas enquanto estava na aula de educação física, na Escola Municipal Jornalista Daniel Piza, em Acari. Dois tiros na base do crânio da adolescente foram apontados em laudo como a causa da morte.
Em resposta à morte da aluna da rede municipal, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anunciou que irá blindar escolas em zonas de conflito. Uma argamassa especial para reforçar as paredes já teria sido importada pelo Município. 
Além disso, a prefeitura também quer que operações policiais próximas a colégios sejam informadas com antecedência à administração municipal.
Na semana seguinte, mais um caso. 
Nesta quarta-feira (5), criminosos armados fugiam de PMs do Batalhão de Choque que estavam em operação na comunidade da Mangueira, pularam o muro do Zoológico do Rio e entraram no pátio da Escola Municipal Mestre Waldemiro, já em São Cristóvão. A movimentação assustou alunos e professores. As quase 400 crianças que estudam na unidade têm entre 4 e 12 anos.
RIO DE JANEIRO
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Fonte: G1

quarta-feira, 5 de abril de 2017

"Oriundi" - um filme bonito

Assisti, no Canal Brasil, a um filme lindo. A música então é maravilhosa, interpretada por Zizi Possi
Um elenco 'de peso', trazendo ANTHONY QUINN,  esse mesmo, o grande astro de Holywwood, além de PAULO AUTRAN.
Oriundi

O italiano Giuseppe Padovani chega aos noventa e três anos de idade, mas nem tanto tempo de vida nem a festa preparada para celebrar seu aniversário parecem motivos suficientes para comemorações. Com sua saúde debilitada e a fragmentação de sua família, tudo indica que o final da vida de Padovani será apenas amargo.
No entanto, tudo muda quando chega ao Brasil uma jovem italiana pesquisadora que afirma ter o projeto de pesquisar a família Padovani.

A saúde de Giuseppe está frágil, sua família se despedaçando e a fábrica que ele e a esposa criaram há mais de 60 anos está à venda.
Durante a festa, Giuseppe é apresentado a Sofia D'Angelo, sua parente, que afirma estar no Brasil para uma pesquisa sobre a família Padovani, após ter passado os últimos anos estudando na Itália. Espantado com a incrível semelhança com sua finada esposa Caterina, Giuseppe começa a se perguntar se não seria Sofia a reencarnação de sua amada.

Apesar da crítica mal humorada - achei até cruel - de Rubens Ewald Filho, eu gostei muito do filme.

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Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho

Oriundi (1999)

Por que um astro internacional como Anthony Quinn se daria ao trabalho de vir ao Brasil para estrelar um filme e mesmo aceitar ser co-produtor da fita? 
A resposta é simples: Quinn (1915-2001), vencedor de dois Oscars e ator em mais de 200 filmes, aos 84 anos, não encontrava mais bons personagens, apesar de sua óbvia vitalidade, e vinha trabalhando mais em telefilmes. Por duas razões: já não se realizam filmes sobre velhos, simplesmente porque os adolescentes, principais frequentadores das salas de cinema não se interessam pelo tema, nem devem saber quem é Quinn; e um homem de 80 anos mesmo com saúde aparente, tem problemas para ser aceito numa grande produção, por causa do seguro, e é sempre um risco muito grande para o produtor. 

Tanto que ele morreu meses depois de ter vindo ao Brasil lançar o filme (que por sinal foi grande fracasso de bilheteria). Daí sua evidente boa vontade viajando até Curitiba e Paranaguá para estrelar este filme feito por um diretor estreante em longa, Ricardo Bravo (tempos antes de "O Carteiro e o Poeta", ele tentou adaptar essa história mas não conseguiu produtor). 
Até porque Quinn tem uma longa relação com o país (ele detinha os direitos de "Os Velhos Marinheiros", de Jorge Amado, que não conseguiu produzir).

A fita é prejudicada pela falta de emoção e um final truncado e inconclusivo, que deixa o espectador irritado. 
Também o roteiro (feito por um dos autores de Central do Brasil), tem suas falhas e é meio obscuro. 
A mais grave dessas faltas é deixar o protagonista Quinn fora das decisões principais sobre a fábrica que criou. Paulo Betti (mau papel) faz o neto de Quinn, um italiano (que prefere falar em italiano o tempo todo, o que leva o elenco brasileiro a se defender bastante bem nessa língua grande parte do filme) já com 90 e tantos anos. 
Não se entende bem o que houve com os pais de Betti, filhos de Quinn, mas ao menos dá para perceber que este perdeu a mulher num acidente de aviação.

Muito lentamente, aparece uma parente, uma prima (a sempre ruim Leticia Spiller) que se parece demais com a falecida - grande amor da vida dele. 
Enquanto isso, se debate, com pouco entusiasmo, se devem ou não vender a fábrica de massas para os estrangeiros. 
Quinn fica divagando e não toma partido, preocupado se aquela mulher seria uma espécie de anjo da morte que veio buscá-lo ou perdoá-lo. Mas nem isso, que poderia resultar numa bonita história de amor, acaba se concretizando.

Quinn ficou muito chateado com o filme porque ele não enfatizou a tese da reencarnação, de que tanto gostava. 
Embora tenha um bom acabamento (a boa fotografia tenta encobrir a ausência de planos mais gerais, o excesso de closes) principalmente na trilha musical (que saiu em CD e se dá ao luxo de ter tema musical cantado por Zizi Possi), o filme peca pelo elenco irregular (ficamos querendo mais a presença de Paulo Autran, que faz o médico amigo. Quando ele contracena com Quinn, o filme sobe de nível). 
Logicamente não há o que reclamar do velho mestre, um ícone do cinema. Uma pena que a fita não faça jus a sua ilustre presença. 
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Ca...ramba! O cara 'detonou' o filme, personagens e até alguns atores! Credo...


Zizi Possi  canta a trilha sonora do filme:


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É o Carimbó! - Allan Roffé - Saga de Rio/Esse Rio é Minha Rua

Uma lindeza!
Bem eu sabia que iria gostar da nova novela das 9,  'A Força do Querer'. Encantada com a roda de Carimbó no capítulo de ontem. A-mei!
Espero aprender um pouco mais sobre este país tão diverso.
Ainda bem que meus amigos do Pará poderão pontuar os acertos e/ou equívocos quanto à cultura , costumes, linguagem daquela bela região.
É que a TV costuma 'maquiar' e mesmo exagerar a realidade como faz com as histórias nas favelas (oops! - comunidades) do Rio de Janeiro.

Enfim, estou otimista quanto ao andamento da novela da senhora Glória Perez. Vamos ver...

Junto com essas considerações me vêm também pensamentos de tristeza, decepção com a realidade política atual de um país tão lindo e rico culturalmente sendo achincalhado, explorado da maneira mais cruel - negando ao seu povo o orgulho de ser brasileiro. Realmente é uma pena.
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Quer saber? Vamos ao Carimbó, mais uma expressão maravilhosa da nossa alma feita para a alegria.