domingo, 9 de abril de 2017

"Tempos Modernos" no Brasil

Triste demais, porque verdadeiro demais... que as pessoas velhas como eu tenham perdido as ilusões, tudo bem, faz parte. O que dói é ver os jovens, os que infelizmente herdarão e viverão um país desgovernado, falho em seus principais compromissos com a população. Segurança, Educação, Saúde - consequentemente uma nação falida, infeliz, sem sossego e sem oportunidades. Muito triste mesmo. :'(
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Minha terra tem horrores': versão de poema feita por alunos do Rio 
causa comoção nas redes sociais

'Canção do exílio', escrita há 170 anos por Gonçalves Dias, foi parafraseada em escola estadual e ganhou tons trágicos. 'Me leve para um lugar tranquilo, onde canta o sabiá', diz texto.

Por Nicolás Satriano, G1 Rio, 07/04/2017 

Há 170 anos, o poeta Gonçalves Dias escrevia a "Canção do exílio". A poesia atravessou as décadas e foi parafraseada inúmeras vezes. É comum, por exemplo, que na escola professores proponham o exercício aos seus alunos. 
Nos últimos dias, circula em redes sociais a reprodução de um dos textos elaborado por dois estudantes da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. 
A versão carioca rapidamente comoveu a web: expõe, de modo poético, a triste realidade de quem vive em meio à violência que mata inocentes diariamente – inclusive dentro de colégios, como na morte da menina Maria Eduarda.

Paráfrase de poesia narra violência na Penha 
No texto, não por acaso, os adolescentes escolhem repetir uma das frases da obra original de Gonçalves Dias: "Não permita Deus que eu morra".
"Minha terra é a Penha, o medo mora aqui. Todo dia chega a notícia que morreu mais um ali. Nossas casas perfuradas pelas balas que atingiu (sic). Corações cheios de medo do polícia que surgiu. Se cismar em sair à noite, já não posso mais. Pelo risco de morrer e não voltar para os meus pais. Minha terra tem horrores que não encontro em outro lugar. A falta de segurança é tão grande, que mal posso relaxar. 'Não permita Deus que eu morra', antes de sair deste lugar. Me leve para um lugar tranquilo, onde canta o sabiá", escreveram os estudantes.

O G1 tentou contato com os alunos, professores e diretor da escola por meio da Secretaria de Estado de Educação. Em resposta, a Seeduc informou que os docentes e estudantes estavam receosos de tratar do tema e não aceitaram os pedidos de entrevista.

A Penha, assim como outros bairros da Zona Norte da cidade, têm traduzido em números os casos de violência. 
Comparados os meses de fevereiro de 2016 e 2017, os casos de homicídios dolosos – quando se tem a intenção de matar – dobraram, de três para seis casos, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública. Os números de roubos de veículos na área também assustam. Os índices saltaram de 35 casos registrados no ano passado para 79 este ano.

Caos na segurança invade escolas
O texto dos alunos da escola na Penha transparece o caos na segurança estadual que invade as instituições de ensino. 
Na última quinta-feira (30), a aluna Maria Eduarda, 13 anos, foi morta por balas perdidas enquanto estava na aula de educação física, na Escola Municipal Jornalista Daniel Piza, em Acari. Dois tiros na base do crânio da adolescente foram apontados em laudo como a causa da morte.
Em resposta à morte da aluna da rede municipal, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anunciou que irá blindar escolas em zonas de conflito. Uma argamassa especial para reforçar as paredes já teria sido importada pelo Município. 
Além disso, a prefeitura também quer que operações policiais próximas a colégios sejam informadas com antecedência à administração municipal.
Na semana seguinte, mais um caso. 
Nesta quarta-feira (5), criminosos armados fugiam de PMs do Batalhão de Choque que estavam em operação na comunidade da Mangueira, pularam o muro do Zoológico do Rio e entraram no pátio da Escola Municipal Mestre Waldemiro, já em São Cristóvão. A movimentação assustou alunos e professores. As quase 400 crianças que estudam na unidade têm entre 4 e 12 anos.
RIO DE JANEIRO
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Fonte: G1

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