terça-feira, 4 de novembro de 2014

Trancos e barrancos


É... estamos no mês de Novembro, prontos para encarar aquela coisa de fim de ano.  Sim, porque já começa a balbúrdia comercial incentivando a gastança para o Natal e Ano Novo.
Começam também as "conscientizações" sobre o significado cristão do Natal... (tá bom, tá bom...)
Confesso que passei a detestar essa época e não tem nada a ver com sentimentalismo.  

É... este foi o ano do Brasil, viu?  
O clima e anticlima da tal Copa foi um horror!
Depois da escaramuça patrocinada pela Alemanha - que muito merecidamente levou o troféu - por algum tempo pensei que afinal estaríamos mais amadurecidos, entendendo que ser campeão não significa apenas ser bom com a bola nos pés - o que, aliás, também parece que não somos tanto assim... - mas um povo que aprendesse com a derrota, que entendesse o jogo e considerasse o outro lado um adversário, um oponente, não um inimigo. 
Quem dera!  O saldo disso foi uma espécie de raiva impotente, de birra infantil, uma loucura generalizada disparando contra vários segmentos no país, numa fúria desarrazoada, imbecil e imbecilizante.

Vieram, então, as eleições. De novo, a tensão.  Ô coisa chata, ô povinho escandaloso!

Resolvido - em votação - que D.Dilma continua na presidência, uma espécie de loucura geral se estabeleceu. 
Juro que não entendo esse povo...  Houve Eleição! Voto, gente! Voto é (ou deveria ser) coisa séria e precisa ser acatado.

A onda agora é 'fraude eleitoral'.  
E os dois lados - sim, porque o país se dividiu - se estranhando novamente. Desaforo pra lá, grosseria pra cá... insuportável!

Culmina com a melhor de todas: novamente o vaticínio de uma "guerra civil".
Repito aqui, ainda mais convicta, o que já havia dito no texto "Ai, que preguiça",  em maio deste ano, durante os preparativos para o evento da Copa do Mundo:

Penso que Macunaíma é mesmo o mais digno representante do povo brasileiro justamente por ser inverossímil, tosco metido a sofisticado, indolente, fanfarrão, metamorfoseando-se o tempo todo sempre em desacordo com lugar e hora e pavoneando-se por aí sem mais nem porquê.
(...)
Guerra civil? (juro, tem gente falando isso...) Guerra civil é fruto de povo conscientizado e disposto a passar dificuldade e sofrimento dignamente, sem autopiedade ou esmorecimento em busca de um ideal. Definitivamente não tem a cara do brasileiro não.
Brasileiro é Macunaíma. Dá conversa a papagaio, e papagaio - todo mundo sabe -  repete discurso de qualquer um.

Talvez eu esteja mesmo de má vontade... mas, sinceramente, acho que já chega!

*            *            * 

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