AUTOESTIMA
Luciana Sadi - psicanalista e escritora
O termo significa: amor próprio.
Quando falamos em autoestima, falamos em narcisismo. Com isso queremos dizer que há uma fase, no desenvolvimento humano, em que prevalece apenas o eu. Observe como um bebê age: ele acredita que tudo que está ao seu redor existe e foi feito para ele. E se comporta como uma majestade. A majestade acredita que os súditos são propriedades dela e estão no mundo para lhe servir.
É preciso algum tempo de vida, recheado de frustrações, para que o bebê perceba que o mundo não gira ao seu redor e que as pessoas que cuidam dele têm vida e interesses próprios. Quando percebemos que não somos tão importantes assim nos sentimos feridos – daí vem a expressão ferida narcísica. A vaidade foi machucada.
Pode-se confundir autoestima elevada com vaidade. A vaidade funciona como herdeira do narcisismo, ela não indica força para superar obstáculos e para suportar frustrações. Há pessoas com excelente opinião sobre si, muito autoconfiantes, mas que desmoronam diante das dificuldades.
O excesso de autocrítica pode estar relacionado com a vaidade e resultar numa autoimagem idealizada. O sujeito exige de si mais e mais – nada está bom.
Pessoas que agem assim acreditam que deveriam ser as mais competentes, as mais bonitas, as melhores. Suas realizações parecem empobrecidas. Nenhuma realidade é sentida como satisfatória diante desse tipo de idealização. Por isso o perfeccionismo pode levar a depressão.
Há também aqueles se acham os melhores, os únicos, mas que desprezam os outros. Humilhar ou rebaixar alguém para se sentir superior indica a existência de um sentimento de inadequação e de inferioridade.
Ou nos sentimos melhores ou nos sentimos piores do que realmente somos. A nossa força reside mais na capacidade de enfrentar as dificuldades, do que na boa opinião ou na boa imagem que temos de nós. Difícil é atingir bom grau de amor próprio realista.
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