Sabendo como gostei - e gosto - da série americana de TV "House", minha filha Liliane me emprestou um livro comprado recentemente: "A filosofia em House".
Comecei a lê-lo imediatamente após chegar em casa - ontem, por volta de 22 horas! Estou achando fascinante. Pois é... leitura, para mim, é "a coisa", evidentemente guardadas as devidas proporções do que está no livro. Explico:
"Em 'Me deixe morrer' (1ª temporada, episódio 9), House pergunta a John Henry Giles, um trompetista de jazz que lhe confessa preferir morrer por não ter mais fôlego para tocar seu instrumento: "E você é só isso,um músico?" Giles responde:
"Só tenho uma coisa, exatamente como você (...)
Você não se arrisca a ser preso ou perder a profissão para salvar alguém que não quer ser salvo se não for instigado por alguma coisa, aquela coisa.
O motivo pelo qual as pessoas normais têm filhos, família, passatempos e tudo mais é que elas não conhecem aquela coisa especial que nos atinge de verdade. Para mim é a música, para você é isto. A coisa que ocupa a sua mente, que o coloca fora do círculo dos normais."
(A filosofia em House, p.13-14).
Já nas primeiras páginas, o livro se mostra tão instigante que me levou a buscar na memória e na wikipédia (ainda bem!) um grande clássico - "Moby Dick" - a propósito da epígrafe deste primeiro capítulo intitulado "A hiperética de House", de Simone Regazzoni: Apenas um idiota fica entre Ahab e sua baleia. (Gregory House).
Como é simples perceber, estou achando o máximo esse livro. Ao longo da leitura, talvez tenha que trazer mais citações. Até lá.
Vou continuar lendo...
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Moby Dick, de Herman Melville , publicado em 1851, nos Estados Unidos
Um longo livro cujos capítulos grandes e pequenos se alternam como ondas, como o próprio mar.
Na cidade de New Bedford, em Massachusetts, o marinheiro Ishmael conhece o arpoador Queequeg e, juntos, partem para a ilha de Nantucket em busca de trabalho no mercado de caça às baleias.
Lá, eles embarcam no baleeiro Pequod para uma viagem de três anos aos mares do sul.
Entre eles, tripulantes de diversas nacionalidades: os imediatos Starbuck, Stubb e Flask; os arpoadores Tashtego e Daggoo, além de Ahab, o sombrio capitão que ostenta uma enorme cicatriz do rosto ao pescoço e uma perna artificial, feita do osso de cachalote.
Obcecado por encontrar a fera responsável por seus ferimentos e que nenhum arpoador jamais conseguiu abater - a temível "Moby Dick" -, o capitão Ahab conduz o baleeiro e toda a sua tripulação por uma rota de perigos e incertezas. Deseja apenas vingar-se da baleia que no passado o atacou e destruiu sua perna; não se importa com o destino de seu navio e sua tripulação.
Personagens:
Os outros personagens são igualmente marcantes: Queequeg, o arpoeiro asiático de corpo tatuado; o primeiro imediato Starbuck, um Quacker relutante quando tem de enfrentar seu irascível capitão; o arpoeiro Tashtego, que renasce das entranhas de uma baleia; o bem humorado segundo imediato Stubb; o misterioso arpoeiro pessoal de Ahab, Fedallah, que profetiza o destino funesto de todos por causa da perseguição à baleia.
Há vários livros neste livro: uma considerável parte dele dá ao leitor os vários aspectos técnicos do que é uma baleia (mais especificamente um cachalote, uma baleia que tem dentes) e de como e porque se caçava uma baleia no século XIX.
Em uma outra parte - talvez menos de um terço do livro - um marinheiro letrado, Ishmael, relata a última viagem do navio baleeiro de Nantucket, que parte da costa leste dos Estados Unidos - com sua tripulação multiétnica - rumo ao Pacífico Sul.
Por fim, a terceira parte que envolve as reflexões do narrador Ishmael analisando a alma humana e sua relação com a deidade.
Ao longo de 135 capítulos, Herman Melville (1819-1891) explora brilhante e ironicamente os mais variados gêneros literários: da narrativa de viagens ao teatro shakespeareano, do sermão à poesia popular, passando pela descrição científica e a meditação filosófica.
Pelo que me lembro, esta foi, para mim, uma leitura difícil e demorada mas que valeu a pena.
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