terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Joana D'Arc - Mais leituras e lembranças...

Desde muito jovem, adolescente mesmo,  ao ler sobre a vida de Santa Joana D'Arc num livro de Érico Veríssimo, aprendi que muitas vezes sentimos uma espécie de necessidade em seguir o que aponta a nossa intuição. 
Sim, eu acredito muito em intuição. 

"... decidia eu escrever a história da Donzela para crianças. 
Mergulhei na leitura dos principais livros que existiam sobre o assunto ao mesmo tempo que começava minha narrativa num estilo simples e poético à altura da compreensão de meninos e meninas entre seis e treze anos. 
À medida, porém, que ia conhecendo melhor a história de Joana d'Arc, eu me convencia de que seria uma pena ter de reduzir a narrativa a menos duma centena de páginas - conforme ficara combinado com o editor - e a um limitado número de episódios, como convinha ao gosto da clientela a que o livro se destinava.

Acabei mandando para o diabo todas as limitações e escrevi a história como achei que devia escrevê-la, sem pensar em conveniências tipográficas nem na idade de seus possíveis leitores. 

O resultado é este livro em que a vida da Donzela aparece romanceada até onde me foi possível  fazer isso sem trair a verdade histórica."  
(VERÍSSIMO, 1960)

Achei interessante trazer esse texto do próprio Érico, uma vez que ele se pautou pela intuição ao compor a obra.

Desde aquele livro, entendi a necessidade de confiar em nossa voz interior (no caso da santa, ela dizia ser a voz de um anjo, do Arcanjo Miguel) e, embora temendo as dificuldades, não desistir do que para nós é importante.
Mais tarde, já adulta, procurei mais leituras sobre a santa francesa que tanto me fascinara. Ainda gosto muito de ler sobre a vida dos santos...

Sei que sou rotulada de teimosa, cismada, esquisita e sei lá quantos adjetivos mais. 
É claro, também,  que muitas vezes aceito os argumentos contrários e me rendo a evidências. 
Entretanto, não me lembro de ter me arrependido das vezes em que resolvi tomar o caminho que a intuição me indicava.

E é pensando assim que pretendo resolver algumas questões do momento. Não posso ou "intuitivamente" não acho que deva, por enquanto, entrar em maiores detalhes. Caso se revolvam as questões propostas, comentarei.

Encontrei alguns dados dessa história de Joana D'Arc:


Não era uma doutora; não era uma mulher experimentada pela vida.
Não era sequer uma mártir fortalecida por suas doutrinas, e que por elas aceita a morte.
Era uma moça, uma criança, que só amava a Deus sobre todas as coisas, conforme aprendera em família, no dia-a-dia de seus afazeres, naquele lugarejo chamado Domrémy.
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São Miguel ordenou que a menina se vestisse de cavaleiro e fosse para batalha, esta sendo apenas uma pastorinha começou chorar e São Miguel encorajando-a, disse-lhe:
"Vai, sem temor, que combaterei em teu favor!"
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Ela atravessa a França destroçada, com os campos desertos e as estradas infestadas de bandidos e malfeitores.
A França em grande parte era território inglês, e caminhava para deixar de existir enquanto nação.

A donzela pobre, camponesa, analfabeta e ignorante, varonilmente consegue encantar o monarca e toda a corte, recebendo permissão para entrar no combate.

O rei somente acreditou em Joana quando ela falou sobre os vários pedidos que ele fizera a Deus, enquanto rezava solitário na Igreja.
Após ser testada também por teólogos, Joana D’Arc recebeu do rei uma espada, um estandarte e o comando geral dos exércitos franceses.

Veste a couraça, levanta o estandarte, ergue a França.

Lança-se à guerra; e nos campos jamais vistos, nos combates, nada a assombra; lança-se intrépida em meio às espadas, com as quais nunca teve familiaridade.
Sempre ferida, nunca desencorajada, tranquiliza os velhos soldados, arrasta todo o povo, que se torna também soldado e ninguém ousa mais ter medo do que quer que seja.

Joana queria atacar a região de Orleans que estava sob o comando dos ingleses, por isso enviou um aviso a eles: “A vós, ingleses, que não tendes nenhum direito neste Reino de França, o Rei dos Céus vos ordena, e manda, por mim, Joana, a Donzela, que deixeis vossas fortalezas e retorneis para vosso país, caso contrário farei grande barulho”.

A guerreira e a tropa francesa mobilizada pelo rei Carlos VII conseguiram empreender vitórias em diversas batalhas. Essa disputa ficou conhecida na história como a Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453), da qual a França saiu vitoriosa, conseguindo expulsar os ingleses, principalmente do norte da França.    

Após a expulsão dos britânicos, os nobres franceses, representados pelo rei Carlos VII, temerosos de uma forte aliança popular entre Joana D’Arc e a população camponesa, entregaram-na para os ingleses.
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Entregue por meio de traidores, ultrajada pela soldadesca, tentada pelo sinédrio improvisado, cujos fariseus revividos tentavam enredá-la com seus ardis maliciosos, ela resiste a tudo neste derradeiro combate, eleva-se acima de si mesma...

Abandonada por seu rei e por seu povo, cuja coroa e nação foram salvos por ela mesma, retorna para Deus pelo cruel caminho das chamas; faz do cadafalso sua única glória, e em meio ao fogo expira, olhando o crucifixo que havia pedido a um sacerdote que o segurasse em sua frente, gritando em alta voz reiteradas vezes “Jesus!, Jesus!, Jesus!” 
E entre as chamas, pouco antes de render a alma, confirmou mais uma vez: “as vozes não mentiram!”.

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(Leitura da saga de Santa Joana D'Arc em "JOANA D’ARC" de Jules Michelet,  tradução Plínio Augusto Coelho)

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