Leonardo Sakamoto - in: blog do Sakamoto - UOL - 17 de junho 2014
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Palavras têm significados. Eles não são estanques, variam de acordo com o tempo e a sociedade em que elas estão inseridas.
Somos moldados por elas, mas também as moldamos. E significados podem ser impostos ou construídos coletivamente, atendendo a um indivíduo, um grupo ou a toda a coletividade.
Respeitar o significado das palavras é importante. Da mesma forma que o contexto em que foram ditas e a forma com a qual foram proferidas.
Gritar “Você é um idiota'' é diferente de, durante um cafuné no colo da amada, ouvir de forma doce através de um sorriso um “Você é um idiota''.
Ao mesmo tempo, por conta das facilidades trazidas pelas tecnologia, palavras nunca foram tão escritas e nunca foram tão longe.
Dito todos esses blablablás, fica a dica: se não souber o significado de uma palavra, consulte.
Não use-a achando que sabe o que ela significa só porque seu amigo usou também.
Apesar de ser uma prática em desuso, consulte o dicionário. Tem um monte online.
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A vida não está nos dicionários. Mas referências são úteis para possibilitar que nos comuniquemos de forma clara.
Da mesma forma, palavras machucam. Pelo menos é o que me dizem. Não costumo passar por isso porque tenho sangue de barata nas veias, mas o uso indiscriminado de certos termos chulos ou violentos na internet agridem mais do que você pode imaginar.
“Ah, mas por que tanto drama? Não foi isso que eu quis dizer.'' Intenções pouco importam, o que vale é o que, de fato, você disse.
Como na internet não dá para ver que você gostaria de colocar a cabeça do outro no colo e falar de forma doce e sorridente que ele é um idiota, o que será entendido é que você chamou o outro de idiota.
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Leonardo Sakamoto
Jornalista e doutor em Ciência Política.
Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão.
Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.
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