quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

BUG ...DE NOVO!


Sem internet, de novo... há três dias! É o preço de se morar onde as coisas demoram a acontecer. O provedor é péssimo e não há concorrente. Ou é este ou nenhum. Qualquer chuva mais forte, qualquer contratempo e a base distribuidora vai embora.  Enfim, é uma escolha que fiz.
O sossego, as lindas paisagens naturais, as montanhas, o céu claro de dia e à noite estrelado, tudo isso vale alguns dias desconectados, não?
Puxa, mas uma ‘internetezinha’  ajuda...

Gente, do que é que estou falando, mesmo?

Pois é, não se pode desprezar a tecnologia porque não se trata mais de opção. Tudo veio para ficar e  se desenvolver.

Está certo que não significa estar ‘conectado’ o tempo todo, entretanto a velocidade desse desenvolvimento  nos faz acreditar que quanto mais tivermos acesso a tudo, será melhor. Assim, estou me habituando a ficar no computador bastante tempo. E sinto falta quando acontecem interferências que me deixam fora do chamado mundo virtual, embora eu reconheça que nesse ambiente seja mais fácil mostrar apenas o lado  bom das coisas e das pessoas, que sempre parecem ser melhores do que realmente são.

Nas redes sociais, por  exemplo,  todos parecem viver uma eterna festa, felizes, bem humorados e sem problemas. A vida não é assim.

O custo real dessas atividades ‘em rede’ é a ausência da voz. A voz física, sonora, a que pode soar alegre, triste, feliz, decepcionada, assustada e que expõe, de algum modo, o nosso interior naquele momento. Mesmo pelo telefone.

Quando falamos, seja informal ou mais cerimoniosa essa fala - não importa - há sempre a possibilidade de sermos interrompidos, questionados, desafiados, aplaudidos, contestados. Isso é o que gera a real comunicação e muitas vezes um debate necessário, salutar ao nosso aprendizado de todo dia.
 
Por escrito e com a escrita cada vez mais sintética da linguagem das redes, ficamos desobrigados dessa atividade recíproca de reconhecimento, aceitação e/ou rejeição do pensamento alheio.

Podemos concordar ou discordar se quisermos, sem a cobrança do preenchimento daquele hiato que às vezes aparece nas diálogos. Talvez por isso estejamos preferindo o tal ambiente virtual. 

Contamos ali com recursos inovadores que nos livram de várias responsabilidades. Podemos  simplesmente sair do ‘local’ (alguns, mais educados, até se despedem...), podemos abstrair o comentário ou deletá-lo, enfim, há uma série de teclas bem úteis  para  encerrar a conversa virtual, dispositivos   que o ser humano não traz em sua compleição (hahaha! credo!).

Realmente, é uma invenção magnífica e intimidadora ao mesmo tempo.

Sei que sou repetitiva em alguns textos; estou preocupada comigo, eu que utilizava tão pouco a internet, agora sentindo falta... Pode uma coisa destas?
Fim dos tempos... fim dos tempos...
**

O que acontece é o seguinte: toda vez que fico sem internet – e aqui isso ocorre com freqüência – volto à leitura sistemática. Pois é, esse negócio de computador vem bagunçando um pouco meus hábitos de leitura.

Agora estou às voltas com “O leitor”, de Bernhard Schlink, romance que deu origem ao filme homônimo estrelado por Kate Winslet (“Titanic”, impossível dissociar) e Ralph Fiennes.  Já recomecei essa leitura umas três vezes e sempre interrompo. Não que fique entediada, mas porque há muita coisa para ver e ler na internet, daí...

Gostei do filme, mas era como se ‘faltasse’ algum trecho da história, sei lá.

Está claro que as linguagens são diferentes; o cinema e a TV trazem variadas visões de mundo – roteirista, diretor, cinegrafista, iluminador, atores, o custo, o ‘time’, enfim, há muitos filtros, até estabelecermos nossa própria avaliação. O livro, não: há o autor e o leitor - se entendendo ou se desentendendo. Por isso é difícil um filme ou novela, baseados em obra literária, ficar no mesmo patamar.  No que me diz respeito, estou gostando mais do livro, como sempre.

Sueli
Itatiaia, 13-2-2012, segunda feira
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