quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PARA LEMBRAR...




Para lembrar, mesmo...
Quando aquela senhora escocesa, de 47 anos, se apresentou em um show de talentos na Inglaterra, houve um certo desprezo - por parte dos jurados e da plateia também - ao notarem a sua simplicidade no modo de se vestir e de se comportar.
Ela não tinha a afetação característica dos que se consideram artistas.
Para os padrões bestas desta época, ela foi considerada feia... (?)  - não se tratava de concurso de beleza e sim de talento! - até começar a cantar um trecho do musical Cats. Sua voz arrebatadora, afinadíssima, revelou alguém que estuda e se dedica realmente ao canto.

A partir daí, Susan Boyle passou por um processo de transformação estética, cantou em dueto com artistas famosos, gravou CDs, enfim, muita gente se aproveitou dessa onda de sucesso .

Não a considero um fenômeno - para ficar com a linguagem da moda - mas gosto do timbre de sua voz e reconheço seu talento natural aprimorado pela prática das aulas de música.
Além disso, parece uma pessoa simples, tímida e que até então vivia  numa cidadezinha da Escócia. Parece-me, também, que há muito tempo vem tentando conseguir espaço para mostrar sua arte. Conhece o seu ofício, canta muito bem.

Sua interpretação para Cry me a river também é  linda e nada fica devendo às divas da música.

Por onde anda Susan Boyle? Ela terá realmente chance de construir uma carreira? Ou os marqueteiros já estão correndo para outras descobertas?

Hoje é assim mesmo. O filósofo polonês contemporâneo Zygmunt Bauman é quem tem razão: Tudo que é sólido desmancha no ar.
São tempos líquidos e o que parece vir para ficar é rapidamente levado pela correnteza da ganância, da inveja e da  necessidade de substituição.
Mesmo os princípios éticos, os valores morais antes considerados essenciais ao convívio humano estão sujeitos a essa lei da modernidade: a todo momento são substituídos ou eliminados.
*            *            *

2 comentários:

  1. Sabe que uma noite dessas, ao ver um clip de Adele (a personalidade do momento), lembrei de Susan Boyle? Mas é isso mesmo que você escreveu...

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    1. Obrigada, Telma, por seus comentários, sempre importantes para mim.
      Bjim

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