Aniversário de nascimento do meu irmão Sérgio, falecido em 23 de abril deste ano.
Como eu disse tantas vezes, mais que irmão de sangue, o amigo de todas as horas. Crescemos, brincamos, passeamos, rimos e choramos juntos inúmeras vezes.
Por sermos os primeiros de uma irmandade numerosa, fizeram-nos responsáveis e modelos para os demais irmãos.
Numa época em que não se discutiam as decisões paternas, tentamos - muitas vezes contrariando nossa maneira de ser - seguir as normas estabelecidas, calando dentro de nós os nossos projetos, as nossas expectativas, a nossa maneira de estar no mundo.
Sempre conversávamos sobre isso - os dois apenas - talvez para cumprirmos a contento o que esperavam de nós.
Estivemos separados por algum tempo - o internato (um para meninos, outro para meninas), aquele tipo de educação que pensavam nossos pais era o melhor - e aguardávamos o período de férias escolares para nos reconhecermos a cada etapa do nosso aprendizado, do nosso desenvolvimento físico, intelectual e emocional.
Crescemos assim, nos apresentando um ao outro, a cada semestre, com uma nova dimensão do olhar sobre a vida, mas sempre nos respeitando, sempre procurando entender as razões um do outro. E nos apoiamos, sempre, mesmo em nossas diferenças.
Perdi aqui, neste mundo, meu único verdadeiro amigo.
Nossa amizade permanece no plano maior, onde certamente ele está em paz.
Agradeço, meu irmão, por esse tempo de convivência.
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