quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sakamoto, de novo...

Apenas dois trechinhos transcritos. Entre eles a xaropada de sempre de papo político que, pra mim, já encheu... 
Foto de Wesley Carlos Silva.

Encontrei, dia desses, uma manchinha escura na mão. Não, não é pereba ou algo do gênero. É marca do tempo ou, como ouvi uma vez minha avó reclamar, “tatuagem da velhice''. Daí, uma amiga sugeriu que eu usasse uns creminhos para dar uma guaribada no visual.

Poderia também tingir os cabelos brancos – que surgiram como testemunhas e hoje se juntaram em hordas a apavorar a maioria.
Mas nada mudaria o fato de que estou ficando mais velho.
Todos têm o direito de fazer o que quiser com sua aparência, mas – como já disse aqui – o meu conceito de envelhecer com dignidade inclui encarar as metamorfoses do meu corpo.
Afinal de contas, a mancha não é acidente. É vida mesmo.

Gostamos de fugir da natureza de nossos problemas, maquiando-os.
(...)

O ideal seria se, ao invés das maquiagens, encarássemos as marcas da desigualdade e da injustiça social. Pois, neste caso, as manchinhas não são inevitáveis como o envelhecimento ou marca de uma doença incurável. Mas um sintoma de que o organismo (no caso, a sociedade), anda doente.

Mas, aí, o pessoal que ganha com a venda de cosméticos vai fazer o que da vida?

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