sábado, 11 de janeiro de 2014

Filminho da tarde - A DONA DA HISTÓRIA



Assisti novamente ao filme nacional "A dona da história", tendo Marieta Severo, Débora Falabella, Antônio Fagundes e Rodrigo Santoro como protagonistas. Direção de Daniel Filho, baseado na peça de João Falcão que assina o roteiro com João Emanuel.

Não costumo relacionar enredos de cinema com a história real das pessoas, embora muitos e muitos filmes sejam inspirados em vidas comuns (ou extraordinárias - artistas, cientistas, políticos) e adaptados, roteirizados.

Quando vi o filme pela primeira vez, fiquei pensativa sim. Talvez pela coincidência da ambientação de época, 1968-2002, justamente o período que reflete minha própria passagem de juventude, idade adulta e processo de envelhecimento.
Desta vez, apenas me diverti, ri muito com a situação - bem parecida com a minha nos quesitos viagens, planos, sonhos - aí a palavrinha que me incomoda (mais fácil entender para quem viu o filme).
Na verdade, eu  planejei pouco, sonhei menos ainda mas viajei um pouquinho mais... hahaha!



No filme, a protagonista madura dialoga com a jovem que foi.  Com o olhar da maturidade analisa e se diverte com a impetuosidade da moça que não gostaria, de jeito nenhum, de se tornar aquela mulher.
A jovem questiona o futuro, reclamando que não pode admitir que sua vida tome um rumo comum, sem nenhum feito grandioso que a projete como uma pessoa especial, diferente das outras.

A mais velha diz que é assim mesmo que acontece; habituadas (olha a minha geração aí !) aos filminhos românticos de Hollywood, sempre com happy end, somos levadas a acreditar que a vida fluirá sem tropeços, obedecendo a um roteiro animado, feliz, encantador. As dificuldades que surgirem serão facilmente superadas, em nome daquele amor estereotipado do mocinho pela mocinha e vice-versa e vide bula e...
Quando faz uma retrospectiva, sente-se frustrada, enganada até. Enganada por quem? Pelo destino? Pelo grande amor? Pelas próprias escolhas? E volta a dizer que nada, nada mesmo, mudaria em sua vida.

Tenta explicar isso à novinha que teima em dizer que vai, sim, modificar o seu destino; fará tudo de modo diferente, oposto ao que a cinquentona fez. Deseja muitas coisas na vida: sucesso, amores, festas, sorrisos o tempo todo. Novamente a experiência de vida leva a melhor.

Os diálogos são engraçados e espontâneos. Enfim, uma comédia que faz pensar, rir e até - em algumas passagens - brotar aquela lagrimazinha sem graça e sem função redentora.  Acho que é só saudade, nostalgia, sei lá...

O final, ironicamente, é hollywoodiano.  Essa é, para mim, a piada.  Gostei de rever.

Ah, ia me esquecendo... os atores - todos - estão impecáveis, fotografia maravilhosa e trilha sonora também muito boa.

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