sábado, 24 de maio de 2014

Um filme para reflexão - WIT Uma lição de vida



Ontem, sexta feira, foi um dia bem estranho...
Notícias de parente próximo geneticamente e muito, muito distante dos laços familiares.
À noite, bem tarde, nada que valesse a pena assistir na TV.  Fui dormir.
Acordo de madrugada, de um sonho assustador - um pesadelo. Não consigo retomar o sono. 
Vou à cozinha, preparo um chá e ligo a TV. Já em andamento um filme com Emma Thompson, atriz que admiro:" WIT - uma lição de vida." Resolvo assistir até que volte o sono.
Não foi uma boa ideia, embora o filme seja excelente.

Esse filme foi lançado em 2001 nos Estados Unidos, roteiro da própria Emma e do diretor Mike Nichols, trazendo ainda os ótimos atores Christopher Lloyd, Eileen Atkins e Audra McDonald. 

Narra um período da vida de uma brilhante professora de Poesia Inglesa do Século XVII (um estranhamento neste século XXI).  
Vivian Bearing (Emma Thompson), exigente e precisa em tudo o que faz, chega a ser obcecada por seu trabalho. Intelectualmente privilegiada, contribuiu muito  para a evolução e divulgação da literatura britânica com a publicação de vários livros.
Muito admirada e temida, é rígida com seus alunos não perdoando ou relevando qualquer falha nem estabelecendo vínculos de amizade com as pessoas.

Após um exame médico recebe o diagnóstico de câncer no ovário em estágio avançado e suas chances de cura são mínimas.
O famoso oncologista Dr. Kelekian sugere um tratamento experimental e pesado utilizando novas drogas em doses máximas.
Para o médico e pesquisador só interessam os resultados de sua pesquisa e a possibilidade da descoberta de cura ainda que o paciente fosse levado ao extremo de sua resistência.

Vivian concorda em participar do experimento e é internada em um hospital britânico, sendo acompanhada dia a dia pelo Dr. Kelekian e o assistente Jason Posner (personagem de Jonathan M. Woodward) que já fora seu aluno; Susie Monahan (interpretada por Audra McDonald), a enfermeira chefe, também se interessa pelo caso e trata Vivian com humanidade, não apenas como uma paciente terminal.

Todo o processo de dor e sofrimento físico pelo efeito das drogas é explicado pela própria personagem Vivian; ela narra para a câmera, como se não houvesse mesmo ninguém a quem pudesse se dirigir o que intensifica o sentimento de desamparo e extrema solidão em que sempre viveu embora tenha sido sua escolha.

Agora, em lugar dos dificílimos versos metafísicos de John Done, Vivian se impõe  analisar a dor física, cruel e presente o tempo todo durante seu tratamento.

Ela, tão inteligente, tão culta, tão competente em seu trabalho que não teve tempo nem disposição para fazer amigos, se dá conta, então, do quanto faz falta uma amizade sincera, um amor verdadeiro.

Há poucos diálogos mas interessantes e muitas cenas comoventes.
É um belo filme mas deprimente.

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