sexta-feira, 31 de maio de 2013

AZUL - da cor do céu ou da cor do mar?


Para falar da cor Azul, numa continuação da ideia do Verde e do Vermelho, impossível não lembrar  Marlene Dietrich no filme antigo "O Anjo Azul", ou a belíssima adolescente Brooke Shields em "A Lagoa Azul".
Ah, uma referência bem recente na minha memória - post de uma amiga no facebook - é a música "Blue Velvet", de Bobby Vinton.

Na memória do coração ficou para sempre a gravação de "Blue Moon"  com The Platters - antiguinha mas sempre lembrada com carinho. A "Lua triste", mas que também pode ser a "Lua Azul" - a imaginação é espaço infinito.

Na MPB, 'Trem Azul', de Lô Borges, uma canção delicada, que nos transporta a um tempo de inocência e felicidade, lindamente interpretada pela banda Roupa Nova.

Ia me esquecendo de 'Danúbio Azul', de Johann Strauss, a clássica valsa que todos conhecem.

A alegria de Yuri Gagarin, em sua viagem ao espaço, podendo ver de lá o nosso planeta: "A Terra é azul!"

E 'Noite Estrelada', pintura extraordinária  de Vincent van Gogh?!
Vincent van Gogh. The Starry Night. Saint Rémy, June 1889
Tela de Vincent Van Gogh
'Starry Night' - Saint Remy, 1889


Tem também a 'fase azul' de Picasso, quando pintou a solidão, o abandono e a morte. Pode parecer-nos uma cor  contraditória...
Tela de Pablo Picasso
'Mother and child' - 1902
De acordo com a cromoterapia. é uma cor fresca, tranquilizante, que nos ajuda a controlar a mente, a ter clareza de ideias, a sermos criativos.
É também a representação da noite. O azul-marinho nos faz sentir descontraídos e calmos, como o imenso e escuro mar durante a noite.
O escuro azul da meia-noite age como um forte sedativo sobre a mente, permitindo-nos conectar com nossa parte feminina e intuitiva.

Para nos sentirmos calmos e protegidos de todo o alvoroço das atividades do dia, temos o azul celeste, o azul claro, ótimos contra a insônia.

Nos momentos difíceis, nas horas sombrias, sempre podemos nos aninhar no Manto Azul de Nossa Senhora em busca de proteção e conforto.

Significa ainda tranquilidade, serenidade e harmonia. Simboliza a água, o céu, o infinito, o sonho e o pensamento.
É a cor da realeza e da aristocracia. Quem já não ouviu falar em 'sangue azul'? Modernamente uma bobagem, sabemos disso, mas a expressão permanece, hoje com um toque de ironia que são bastante irônicos estes nossos tempos...
Entretanto, utilizada em demasia, vem  associada à frieza, monotonia e depressão.

Dentre os diferentes efeitos na saúde destaca-se a diminuição da circulação sanguínea, a redução da temperatura corporal e a baixa da pressão arterial.

A cor azul é utilizada na decoração dos mais variados espaços.
Um ambiente azul favorece o exercício intelectual e tranquiliza. É a cor ideal para ambientes formais, escritórios ou mesmo para o quarto de crianças ou adolescentes agitados, devido ao seu efeito calmante.
Em excesso, porém, pode trazer sonolência, por isso  é aconselhável que seja combinada com outras cores para evitar a monotonia.

O termo azul vem do persa lazward, “azul, lápis-lazuli” o que é uma clara referência à cor da pedra lápis-lazuli.

É a cor do espírito e do pensamento, envolvendo comportamentos como lealdade, fidelidade e sutileza.
Diversos organismos se caracterizam pela tonalidade azul, por exemplo: a ararinha-azul, a gralha-azul ou a garrafa-azul.

Apesar de transparente, a água é representada de azul.
No reino das plantas há muitos exemplos da cor azul. O Blueberry é uma fruta desta cor.
Internacionalmente a  bandeira azul simboliza a qualidade apropriada de uma praia.

Um estudo realizado pelo grupo de pesquisadores científicos The Mind Lab para engenheiros químicos da Universidade de Boots, no Reino Unido, tendo à frente o Dr. David Lewis, um fundador do The Mind Lab, diz que o azul e o verde fizeram que os homens se sentissem mais felizes; enquanto o azul, lilás e laranja fizeram o mesmo com as mulheres.

Resta-nos lembrar a saudosa expressão utilizada quando a vida corre tranquila, quando tudo flui com felicidade e harmonia... Hoje, ao nos perguntarem como estamos, um breve e seco "Tudo bem".  Mas houve um tempo em que as pessoas respondiam com um sorriso: "Tudo azul!"

Sueli Madeira
Itatiaia, maio 2013


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Voltei ao blog, depois de um tempinho, porque me lembrei de um poema que ouvia de um professor muito querido, quando cursava ainda o ginásio (!).
O autor é René Armand François Prudhomme, mais conhecido como Sully Prudhomme (Paris, 16 de março de 1839 — Châtenay-Malabry, 6 de setembro de 1907). Eu me lembrava do início: 'o vaso azul destas verbenas...'  As verbenas são flores singelas mas muito bonitas.

O vaso partido
Prudhomme
Tradução de Guilherme de Almeida

O vaso azul destas verbenas, 
Partiu-o um leque que o tocou: 
Golpe subtil, roçou-o apenas, 
Pois nem um ruído o revelou. 
  
Mas a ferida persistente, 
Mordendo-o sempre e sem sinal, 
Fez, firme e impercetìvelmente, 
A volta toda do cristal. 
  
A água fugiu calada e fria, 
A seiva toda se esgotou; 
Ninguem de nada  desconfia. 
Não toquem, não, que se quebrou. 
  
Assim, a mão de alguém , roçando 
Num coração, enche-o de dor; 
E ele se vai, calmo, quebrando, 
E morre a flor do seu amor; 
  
Embora intacto ao olhar do mundo, 
Sente, na sua solidão, 
Crescer seu mal fino e profundo. 
Já se quebrou; não toquem não.

              

*            *            *

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