Ah, uma referência bem recente na minha memória - post de uma amiga no facebook - é a música "Blue Velvet", de Bobby Vinton.
Na memória do coração ficou para sempre a gravação de "Blue Moon" com The Platters - antiguinha mas sempre lembrada com carinho. A "Lua triste", mas que também pode ser a "Lua Azul" - a imaginação é espaço infinito.
Na MPB, 'Trem Azul', de Lô Borges, uma canção delicada, que nos transporta a um tempo de inocência e felicidade, lindamente interpretada pela banda Roupa Nova.
Ia me esquecendo de 'Danúbio Azul', de Johann Strauss, a clássica valsa que todos conhecem.
A alegria de Yuri Gagarin, em sua viagem ao espaço, podendo ver de lá o nosso planeta: "A Terra é azul!"
E 'Noite Estrelada', pintura extraordinária de Vincent van Gogh?!
Tela de Vincent Van Gogh 'Starry Night' - Saint Remy, 1889 |
Tem também a 'fase azul' de Picasso, quando pintou a solidão, o abandono e a morte. Pode parecer-nos uma cor contraditória...
Tela de Pablo Picasso 'Mother and child' - 1902 |
É também a representação da noite. O azul-marinho nos faz sentir descontraídos e calmos, como o imenso e escuro mar durante a noite.
O escuro azul da meia-noite age como um forte sedativo sobre a mente, permitindo-nos conectar com nossa parte feminina e intuitiva.
Para nos sentirmos calmos e protegidos de todo o alvoroço das atividades do dia, temos o azul celeste, o azul claro, ótimos contra a insônia.
Nos momentos difíceis, nas horas sombrias, sempre podemos nos aninhar no Manto Azul de Nossa Senhora em busca de proteção e conforto.
É a cor da realeza e da aristocracia. Quem já não ouviu falar em 'sangue azul'? Modernamente uma bobagem, sabemos disso, mas a expressão permanece, hoje com um toque de ironia que são bastante irônicos estes nossos tempos...
Entretanto, utilizada em demasia, vem associada à frieza, monotonia e depressão.
Dentre os diferentes efeitos na saúde destaca-se a diminuição da circulação sanguínea, a redução da temperatura corporal e a baixa da pressão arterial.
A cor azul é utilizada na decoração dos mais variados espaços.
Um ambiente azul favorece o exercício intelectual e tranquiliza. É a cor ideal para ambientes formais, escritórios ou mesmo para o quarto de crianças ou adolescentes agitados, devido ao seu efeito calmante.
Em excesso, porém, pode trazer sonolência, por isso é aconselhável que seja combinada com outras cores para evitar a monotonia.
O termo azul vem do persa lazward, “azul, lápis-lazuli” o que é uma clara referência à cor da pedra lápis-lazuli.
É a cor do espírito e do pensamento, envolvendo comportamentos como lealdade, fidelidade e sutileza.
Diversos organismos se caracterizam pela tonalidade azul, por exemplo: a ararinha-azul, a gralha-azul ou a garrafa-azul.
Apesar de transparente, a água é representada de azul.
No reino das plantas há muitos exemplos da cor azul. O Blueberry é uma fruta desta cor.
Internacionalmente a bandeira azul simboliza a qualidade apropriada de uma praia.
Um estudo realizado pelo grupo de pesquisadores científicos The Mind Lab para engenheiros químicos da Universidade de Boots, no Reino Unido, tendo à frente o Dr. David Lewis, um fundador do The Mind Lab, diz que o azul e o verde fizeram que os homens se sentissem mais felizes; enquanto o azul, lilás e laranja fizeram o mesmo com as mulheres.
Resta-nos lembrar a saudosa expressão utilizada quando a vida corre tranquila, quando tudo flui com felicidade e harmonia... Hoje, ao nos perguntarem como estamos, um breve e seco "Tudo bem". Mas houve um tempo em que as pessoas respondiam com um sorriso: "Tudo azul!"
Sueli Madeira
Itatiaia, maio 2013
**
Voltei ao blog, depois de um tempinho, porque me lembrei de um poema que ouvia de um professor muito querido, quando cursava ainda o ginásio (!).
O autor é René Armand François Prudhomme, mais conhecido como Sully Prudhomme (Paris, 16 de março de 1839 — Châtenay-Malabry, 6 de setembro de 1907). Eu me lembrava do início: 'o vaso azul destas verbenas...' As verbenas são flores singelas mas muito bonitas.
O vaso partido
Prudhomme
Tradução de Guilherme de Almeida
O vaso azul destas verbenas,
Partiu-o um leque que o tocou:
Golpe subtil, roçou-o apenas,
Pois nem um ruído o revelou.
Mas a ferida persistente,
Mordendo-o sempre e sem sinal,
Fez, firme e impercetìvelmente,
A volta toda do cristal.
A água fugiu calada e fria,
A seiva toda se esgotou;
Ninguem de nada desconfia.
Não toquem, não, que se quebrou.
Assim, a mão de alguém , roçando
Num coração, enche-o de dor;
E ele se vai, calmo, quebrando,
E morre a flor do seu amor;
Embora intacto ao olhar do mundo,
Sente, na sua solidão,
Crescer seu mal fino e profundo.
Já se quebrou; não toquem não.
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário