Hoje foi dia de ir ao dentista. (caramba! como dói este tratamento...) Mas eu vou aguentar! É assim mesmo: a gente vai envelhecendo e a saúde precisa de mais cuidados, de mais chateações.
Gostei de ter saído porque encontrei uma amiga de velhos tempos que não via há algum tempo; moramos relativamente perto uma da outra e só nos comunicamos via e-mail. Não é uma loucura isso? Pois é... foi uma conversa rápida mas suficiente para sentir que nossa amizade é a mesma de trinta anos atrás. Bom, isso, não?
Fico pensando é nessa pressa que todo mundo hoje tem. Tão esquisito... Essa minha amiga tem um pouco menos de idade que eu, mas ainda está naquela correria, dizendo-se cansada, sem tempo para nada. Explicou sucintamente o motivo da pressa, enfim, acabamos rindo bastante, o que foi ótimo. Confirmou se ainda estou morando no mesmo lugar e foi-se com a promessa - que nem sempre se consegue cumprir - de vir à minha casa, o que me daria imenso prazer, foi o que eu lhe disse.
Para dizer a verdade, de uns cinco anos - mais ou menos - para cá, já não questiono mais o afastamento das pessoas. Entendi que a vida se encarrega de trazê-las ou levá-las na medida das nossas necessidades. O que sei é que estando com saúde, nada me desagrada. Foi-se o tempo em que eu ficava triste por não ter notícias de alguém ou por não se lembrarem de me convidar ou me fazer uma visita.
Hoje as amizades são circunstanciais, com objetivos, ninguém mais perde tempo com o que não traz alguma vantagem. E eu estou me adaptando. Sem mágoas, sem cobranças, apenas esperando para ver até onde isso vai.
No espaço de menos de uma semana morrem Chico Anysio, Millôr Fernandes e Ademilde Fonseca (estes últimos no mesmo dia). Ademilde também cantava com humor, em seus chorinhos mais que apressadinhos que exigiam muito fôlego e talento de verdade.
Com essas perdas, como já comentei no facebook, o Brasil vai ficando mais triste e... mais bobo, porque humor inteligente por aqui, ó, tá difícil.
Aliás, desde o começo do ano - ou melhor, final de 2011 - muitos cantores também se foram e eu fico aqui imaginando se o Criador chegou a um ponto tal de decepção com o gênero humano que resolveu descontrair um pouco, chamando gente talentosa para alegrar o ambiente. Depois, decidiu que era preciso uma dose mais forte e está recrutando gente de peso em humor, artes variadas, conhecimento, enfim, cultura geral. É... o Paraíso está em festa.
Por outro lado, assisti à entrevista concedida a Marília Gabriela por um pretenso humorista - o Rafinha Bastos, que era do CQC .
Um horror. Se eu já não gostava daquele tipo de humor, agora fiquei detestando, mesmo, o tal humorista. Uma falta de graça total. Ele até apelou, lembrando do seu papai e chorando. Que gracinha... tão meigo... Eu, hein?
Até em se tratando de divertimento, corremos o riso de ficarmos mais burros. Tá um perigo este país... E já faz tempo...
Como disse o Mário Quintana: O melhor do futuro é que não estarei nele.
Assisti ao filme Nosso lar, baseado em obra de Francisco Cândido Xavier, por quem tenho o maior respeito.
Devo dizer, de início, que não sou adepta do Espiritismo, embora conheça bastante a doutrina e até tenha frequentado alguns centros de estudos da linha kardecista.
A educação religiosa em nossa casa foi muito confusa. Fomos, meus irmãos e eu, alunos internos em colégio católico, depois estudamos em colégio metodista - maravilhoso, aliás - e mais tarde cada um decidiu pela própria religião, ou não. Respeitamos as escolhas uns dos outros.
Isso não significa, absolutamente, que desprezamos a espiritualidde. Ao contrário, tivemos a oportunidade de conhecer várias interpretações das respostas para as perguntas que todos os humanos nos fazemos.
O que me motivou a escrever sobre isso foi a consciência, cada vez maior, de que não estou buscando nada nesse sentido.
Gosto de cinema, de teatro, de literatura - ficcional ou não - admiro a sensibilidade e inteligência de quem é capaz de produzir material para nosso aprimoramento como indivíduos pertencentes a uma sociedade na qual estamos todos procurando um modo de convivência necessária ao nosso desenvolvimento aqui, nesta vida.
Não me animei, na época do lançamento, a ver o filme. Não me interessou. Agora sei que estava com a razão. Dizem que foi a produção mais cara na indústria do cinema nacional, que trouxe técnicos de renome internacional, tecnologia de efeitos especiais, essas coisas do cinema de hoje, mas apenas isso não faz um bom filme.
Achei cansativo, arrastado, mesmo.
Narração paralela às cenas, o que, na minha opinião, precisa ser feito com muito cuidado porque a arte visual dispensa explicações em textos longos.
A fotografia é bonita, principalmente as tomadas em que aparece a cidade onde fica Nosso Lar, um lugar fantasioso, exagerado.
A trama é fraquíssima, não há uma boa história sustentando o enredo. Me pareceu apenas propaganda da doutrina espírita.
Desculpem-me as pessoas que professam essa religião. Estou falando do filme, não do Espiritismo.
Put the Blame on Mame (Doris Fisher e Allan Roberts) Apresentada por Rita Hayworth (dublada por Anita Ellis).
Filme de 1946, dirigido por Charles Vidor e produzido por Virginia Van Upp. Seu roteiro é de Marion Parsonnet e Jo Eisinger baseado em história de E.A. Ellington. Filme em preto-e-branco com fotografia de Rudolph Mate. * *
Sempre gostei de cinema. Hoje, menos, por vários motivos: há muita tecnologia, muito efeito especial, muita dimensão, tudo muito. Mas continuo interessada.
É claro que há muitos filmes bons atualmente, mas gosto de lembrar aqueles do tempo em que, mesmo sem tantos recursos, podíamos nos encantar com o verdadeiro talento e a beleza plástica mais natural de tantos artistas.
Filme em preto e branco... Aliás, um filme assim - e mudo (!) - ganhou o Oscar agora, em 2012 ! Por que será?! Nostalgia? Huuuuumm...
PS: Vale, também, conferir a performance de Madonna nessa mesma música. Interessante.
José Régio, pseudônimo de José Alves dos Reis Pereira
Portugal, Vila do Conde, 17 de Setembro de 1901 — 22 de Dezembro de 1969)
Escritor português que viveu grande parte da sua vida na cidade de Portalegre (de 1928 a 1967). Foi possivelmente o único escritor em língua portuguesa a dominar com igual mestria todos os gêneros literários: poeta, dramaturgo, romancista, novelista, contista, ensaísta, cronista, jornalista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo e historiador da literatura, para além de editor e diretor da influente revista literária Presença, desenhista, pintor, e grande colecionador de arte sacra e popular.
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Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo, mais conhecido como Paulo Gracindo
Ator brasileiro.
(Rio de Janeiro, 16 de julho de 1911 — Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1995)
Estou aqui tentando entender algumas coisas... Já fiz equações, regra de três, cálculo integral... e não consigo. Melhor deixar quieto. Não pode ser!...Ou eu estou maluca ou alguém (?) está mentindo por aí... Apelando para o Dr. House:
Este post não vai explicar nada. Preciso é registrar essa minha confusão. Será que fiquei surda? Idiota? Entendi tudo errado?
Vou ler - de novo - Fernando Pessoa, sabe? Ou melhor, Álvaro de Campos e o "Poema em Linha Reta". Tá lá no Ouriço Elegante, marcador 'Língua Irmã - autores portugueses'. **
Mudando de pato para ganso: o Facebook está trazendo até metalinguagem. rsrsrs...
Vejam essa notícia que furtilhei de lá mesmo.
Os Brasileiros estão estragando o Facebook, diz fundador.
O mau comportamento dos brasileiros na Internet é conhecido em todo o mundo, assim com fizemos no Orkut, estragando, tornando-o um show de Spams e Imagens animadas e brilhantes com recados carinhosos, religiosos e alguns com muitos interesses publicitários, o Facebook está sofrendo.
O canal de notícias CNN disse que Mark Zuckerberg está triste com o comportamento dos brasileiros na rede social Facebook. “Se por um lado, os brasileiros fazem o Facebook crescer, por outro estragam tudo”, disse.
Os engenheiros do Facebook estavam pensando em permitir a inserção de imagens no formato gifs animados (imagens com movimento), mas Mark impediu a ideia por causa do Brasil. Segundo Mark, se o Facebook abrir espaço para os Gifs, o compartilhamento entre os usuários brasileiros ficará igual ao Orkut, cheio de letrinhas coloridas, se mexendo, com mensagens de carinho e amor.
Sobre a possibilidade de fechar o Facebook no Brasil, Mark descarta. “Não irei censurar os brasileiros de usarem a rede, mas criarei um manual de comportamento”.
Ao ser interrogado sobre o Facebook estar se transformando em um Orkut, no Brasil, Mark disse que não existe diferença entre as redes sociais, a diferença está em quem usa. “Qualquer serviço na Internet que tenha usuários brasileiros, em grandes proporções, vira um problema”, disse.
Então? Acho tudo isso uma loucura. Imagina se o próprio criador dessa droga que é o facebook iria destratar seus usuários... justamente os que proporcionam toda a grana! Precisaria ser muito idiota e isso, é claro, ele não é !
É.. tudo muuuito esquisito. Só para registro, mesmo.
A vida nos surpreende sempre. Às vezes, com crueldade.
Acordei tranquila e quis desejar um domingo 'suave' aos meus contatos no facebook. Enviei a 'Serenata' de Schubert na voz de Della Reese.
Pouco depois - questão de minutos - recebo a ligação de uma das filhas dizendo que o marido de uma amiga havia sofrido um grave acidente de carro e estava muito mal.
Fiquei preocupada, aguardando notícias. E elas vieram. As piores.
Rapaz jovem ainda, deixa dois filhos pequenos. Minha filha e o marido foram para lá com meus netos, para ajudar os amiguinhos neste momento difícil.
Deus dê consolo à família e aos amigos.
Todos estamos muito, muito tristes.
É... tempinho meio chuvoso, melhor ficar em casa... 'Em seu lugar' - filme a que assisti hoje. Com Toni Collete, Cameron Diaz e Shirley MacLaine. Direção de Curtis Hanson. Achei bonitinho. Drama familiar que conta a história de duas irmãs de temperamentos bem diferentes - poderia ser óbvio, mas não é - que após muitas brigas e muitos segredos de família, acabam por se entender com a ajuda da avó materna.
É claro que minha atenção se volta para os poemas lidos pela personagem de Cameron Diaz, que, segundo a história, tem um diagnóstico de dislexia.
Uma Arte
(Elizabeth Bishop; tradução de Paulo Henriques Brito)
A arte de perder não é nenhum mistério
tantas coisas contém em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouco a cada dia. Aceite austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subseqüente
da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. Um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
Mesmo perder você ( a voz, o ar etéreo, que eu amo)
não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser um mistério
por muito que pareça (escreve) muito sério.
**
Eu levo o seu coração comigo
(E.E.Cummings - (Tradução: Regina Werneck)
Eu levo o seu coração comigo (eu o levo no
meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar
que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito
por mim somente é o que você faria, minha querida)
Tenho medo
que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero
nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)
e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique
e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar
Aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão
e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes
Confesso não ser indiferente à graça, beleza e peculiaridades de qualquer animal mas não tenho preferências. Considero-os merecedores da mesma atenção, cuidado e respeito que devemos a toda a Natureza.
Por diversas circunstâncias não tenho animais. Entretanto sou sensível ao sofrimento de qualquer um deles e, em caso de necessidade, posso, sim, tratá-los e cuidar para que sejam respeitados.
Mantenho um olhar admirado e agradecido por toda a Criação e repudio os maus tratos, abandono e exploração desses seres, pelo chamado gênero humano.
É inegável que, no chamado gênero humano, encontramos aqueles dotados de uma sensibilidade maior e de talento para descrever e expor seus sentimentos em relação aos animais.E os admiro – a esses humanos.
Penso que o que me fascina, mesmo, é a magia da palavra – privilégio humano tantas vezes mal aproveitado.
Cultivo o hábito de recolher e compartilhar o que me agrada ouvir, ler, conhecer. Por isso, aí estão alguns exemplos escritos com propriedade, beleza e sabedoria sobre os lindos felinos.
“…Ele fixaria em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece. Às vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da sua liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a servidão. Nem servo de Deus. Nem servo do Diabo.”
(Lygia Fagundes Telles, em “A Disciplina do Amor”)
“O gato possui beleza sem vaidade, força sem insolência, coragem sem ferocidade, todas as virtudes do homem sem vícios”.
(Lord Byron)
“Nada é mais incômodo que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece”.
(Ártur da Távola)
“Se fosse possível cruzar o homem com o gato, melhoraria o homem, mas pioraria o gato.”
(Mark Twain)
“Quem pode acreditar que não há uma alma atrás daqueles olhos luminosos?”
(Theóphile Gauthier)
“É preciso absolutamente pintar gatos!”
(Renoir)
“Existem dois modos de se refugiar das misérias da vida: música e gatos.”
(Albert Schweitzer – filósofo e médico)
“São distantes, discretos, impecavelmente limpos e sabem calar. Falta mais alguma coisa para considerá-los uma excelente companhia?”
(Rainha Maria Leszczynska – esposa de Luís XV)
"O gato Sossõe, certa hora, entrava. Ele vinha sutil para o paiol, para a tulha, censeando os ratos, entrava com o jeito de que já estivesse se despedindo, sem bulir com o ar. Mas, daí, rodeando como quem não quer, o gato Sossõe principiava a se esfregar em Miguilim, depois deitava perto, se prazia de ser, com aquela ronqueirinha que era a alegria dele, e olhava, olhava, engrossava o ronco, os olhos de um verde tão menos vazio – era uma luz dentro de outra, dentro doutra, dentro doutra, até não ter fim”. (Guimarães Rosa, in: 'Campo Geral')
Dia nublado, chuvinha fina para mudança de estação, temperatura amena.
Em dias assim, parece que tudo me leva a um tempo indefinido, mas sempre passado, sempre passado.
Eu sou um pouco (?) estranha. Deixo meu pensamento correr, e até voar. . sempre ao som de alguma melodia que me traz uma lembrança agradável.
Estava ouvindo Marlene Dietrich - incentivada pelo post no Facebook, há alguns dias, de uma amiga de Belém do Pará (vejam que coisa!) - mas desta vez, outra música: a conhecida 'Lili Marlene'.
Na minha adolescência, brincávamos - sim, adolescentes da minha época ainda 'brincavam' - de fazer caras e bocas tentando imitar La Dietrich, 'O Anjo azul ', e tal e coisa... (os mais jovens apelem para o Google, por favor).
Lembrei-me, então, de que algumas vezes fomos alertados porque aquela brincadeira não era 'apropriada', pois remetia aos horrores da 2ª Guerra Mundial. (?!) e aos "terríveis" alemães.
Eu, hein? Nossa! Quem queria saber disso as 13, 14 anos de idade? O fato é que continuávamos a brincadeira cantando baixinho e fazendo trejeitos para parecermos grandes artistas. E ríamos muito...
Ô idade maravilhosa!
Hoje, depois de tanto tempo (ai, ai...) ainda podemos encontrar um certo constrangimento em algumas pessoas, em relação ao assunto. O povo alemão ficou mesmo marcado.
Talvez não seja politicamente correto voltar ao tema (aliás, penso que aquele pessoal lá de Brasília é que tem de ser 'politicamente correto', né não?)
Pois eu volto ao tema: é claro que a Guerra - qualquer Guerra - é uma estupidez e nada justifica o sofrimento imposto a qualquer ser humano por um que seria seu igual.
Além disso, penso ter havido, sim, um certo 'silêncio constrangido' de toda uma nação sob o comando de um desvairado. Mas, fazer o quê? Não podemos esquecer, mas sem alimentar ódio contra esse ou aquele povo. Precisamos lembrar sempre com tristeza e respeito por todas as vítimas. Acredito que estas existem de ambos os lados contendores.
Acontece que em todo lugar, em tempo de paz ou de guerra, há sempre o Amor pairando como um refúgio, como algo que existe para amenizar a dor de viver. E é este mesmo Amor que engendra poetas, músicos, cantadores. Toda Arte é produto do Amor.
Curiosa, fui buscar a história da música 'Lili Marlene', que trago para registro do sentimento de um soldado por sua namorada. Aliás, sentimento mais antigo que o mundo... hahahaha. Nada demais e sempre bonito, porque, os céticos que me perdoem, "o amor é lindo!". Pronto, falei.
Ah, e 'cá entre nós, a mulher é de uma sensualidade absuuuurda! kkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!!!!!!
* * *
Esta é, sem dúvida, a canção mais popular da 2.ª Guerra Mundial. Era o hino não oficial de todos os soldados de Infantaria de ambos os lados do conflito. A poesia foi escrita em 1915 pelo soldado alemão Hans Leip (1893-1983), que lhe deu o título combinando o nome da sua namorada, Lili, com o apelido de uma jovem enfermeira com quem simpatizou. A poesia chamou a atenção de Norbert Schultze, que a musicou em 1938.
Após a ocupação alemã da Iugoslávia, o diretor de uma Rádio alemã sediada em Belgrado, o jovem tenente Karl-Heinz Reintgen começou a transmiti-la de novo, com grande agrado de Rommel. Tornou-se a canção oficial da estação, que a transmitia diariamente às 21.55, antes do fim da emissão.
'Lili Marlene' era ouvida também pelos Aliados. Depressa se tornou a canção preferida dos soldados de ambos os lados. Em 1944, apareceu uma versão inglesa, escrita por um certo J.J. Phillips, aborrecido por ouvir os ingleses cantarem em alemão. O Oitavo Exército Inglês adotou a canção.
Marlene Dietrich cantou “The Girl under the Lantern” (A Garota sob o lampião) em muitos espectáculos, na Rádio e “em três longos anos, na África do Norte, Sicília, Itália, no Alasca, Groenlândia, Islândia e Inglaterra”, como ela gostava de dizer mais tarde.
Diz-se que a canção foi traduzida em 48 línguas, incluindo o francês, o russo, o italiano e o hebreu.
'Callas Forever' - filme que me emocionou pela oportunidade rara de ouvir e assistir a cenas de ópera com árias lindíssimas - "Carmen", "Tosca", "La Traviata", "Madame Butterfly" e outras - na voz poderosa de Maria Callas.
Gosto muito de ópera, arte que, para mim, reúne elementos indispensáveis à compreensão do humano em nós - narrativa, música e palavra.
Dirigido por Franco Zefirelli (de 'Romeu e Julieta'), tendo como atores principais Fanny Ardant (Callas) e Jeremy Irons (Larry), é a história romanceada dos últimos dez anos da diva lírica.
Afastada dos palcos desde sua última tournée (a apresentação no Japão fora um fiasco) e com a voz em franca decadência, ela se recolhe em seu apartamento em Paris dedicando-se a ouvir as próprias gravações antigas. Desespera-se com a impossibilidade de atingir as notas precisas; ouve as peças representando como antes e acompanhando a própria voz numa escala de tons bem menores.
Fiquei muito comovida com a cena de uma ária de 'Madame Butterfly', de Giacommo Puccini, em que ela faz todo o gestual mas a voz não corresponde.
Depois de muita insistência de seu agente, ela aceita voltar a cena para um especial de TV interpretando 'Carmen', de Bizet. Sente-se inadequada, velha, mas o empresário lhe diz que com nova tecnologia sua voz atual não será ouvida e sim a sua interpretação de vinte anos antes.
Enfim, ela até conclui esse trabalho e os poderosos da mídia já pensam nos rios de dinheiro que voltarão a ganhar. Entretanto, não é bem isso o que ocorre.
É preciso assistir ao filme pensando nos valores éticos, no compromisso com a profissão, com a carreira e consigo mesmo, entende?
O mais interessante é que há poucos dias comentei essa história do abuso tecnológico na arte. Se bem me lembro, o título do post é "Enganação".
Não é, assim, uma obra de arte esse filme. Mas eu gostei.
**
"Para variar", fiz a maior confusão na hora de postar o vídeo. Tinha colocado 'Un bel di vedremo', da ópera Madame Butterfly, depois, fui postar 'Casta Diva' no Ouriço Elegante e apareceu aqui. Tudo bem.
Vou tentar de novo. Que 'saco'!!!
Estou tentando um 'up-grade' no meu guarda roupas. Ai, ai...tô começando a sentir os efeitos da convivência com os mais jovens...
Verdade. Gosto muito de conversar com as pessoas mais jovens e com as crianças. Os jovens pelo desejo de mudanças de determinadas regras idiotas; as crianças por sua sinceridade. E tenho me sentido muito bem.
Agora estou me dando conta de que preciso cuidar um pouco mais da aparência. Nunca fui muito ligada nisso, não. Gosto de me sentir limpa, arrumada, mas tanto faz se a roupa é de griffe ou não. Entretanto, minhas roupas estão ultrapassadas. Blusas, vestidos, tudo está ficando velhinho. Eu também estou ficando velhinha, ora...
O que acontece? Quando encontro uma roupa de que gosto, não tem o meu tamanho - que, diga-se de passagem, aumentou 'um pouquinho' (hahahaha); se acerto o número, geralmente são aquelas coisas feias, estampados estranhos, modelos esquisitos, sei lá.
Essa minha idade está muito parecida com a pré adolescência. Aêê.. vai ver que vem daí a minha afinidade com a galerinha. Deve ser a pré envelhecência... aquele período em que não se é mais, e ainda não se é também.
Acabei comprando algumas coisas, mas ainda não está do jeito que planejo: ser uma velhinha elegante, que criou o blog 'Ouriço Elegante', além deste que é o 'Avesso', né? . Vou chegar lá.
Também, guardar dinheiro, para quê? (Quem me disse essa frase foi minha filha mais velha). Bom, né?
Falando assim, até parece que tenho dinheiro para guardar .... hihihihihi!!!
***
Por que será que escrevi tanta bobagem? O que interessa isso? Falta do que fazer, mesmo. Hoje não quis nenhuma atividade. Nem ler, nem sair, nem assistir à TV, nem cuidar do jardim eu quis. Nada. Tô descansando e deixando a vida me levar.
Tomara que 'aquela outra' não me leve de vez... ainda.
Pensando bem, ainda tenho muito a fazer, sim.
Sérgio Marcus Rangel Porto (o Stanislaw Ponte Preta)
(Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1923 — 30 de setembro de 1968)
Cronista, escritor, radialista, teatrólogo e compositor brasileiro.
Estive relendo FEBEAPA (Festival de Besteiras que Assola o País), numa publicação que reúne os três volumes de crônicas de Stanislaw Ponte Preta. Com esse pseudônimo o autor retrata o cotidiano na cidade do Rio de Janeiro nos tempos da ditadura. Criou também as personagens 'Tia Zulmira' e 'Primo Altamirando' - funcionando como 'filósofos' ou a 'consciência' de Stanislaw, seu alter ego. Segundo o próprio Sérgio, 'a flor dos Ponte Preta'.
Ele escrevia sobre tudo: comportamento, política, esportes, televisão, sempre com uma fina ironia, ratificando as denúncias e reportagens dos jornais da época.
Fiquei pensando, então, sobre as tantas coisas que mudaram e...as que permanecem do mesmo jeito.
Os textos, embora de uma leveza encantadora, demonstravam sua cultura e conhecimento da língua. Criticava acidamente colegas jornalistas que apresentavam texto rebuscado ou mal escrito.
Procurava as 'gafes' dos órgãos de censura e não 'perdoava', publicando-as e comentando sempre com humor inteligente.
A crônica abaixo sempre me diverte muito.
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A falada e a escrita Stanislaw Ponte Preta
Do meio do ano pro fim não melhorou assim para que se diga, mas as manifestações em favor do Festival de Besteira andaram mais amenas.
O jornal 'A Nação', de Itajaí (SC), parecia ter contratado um locutor esportivo desses empenhados em entortar o vernáculo, coisa que os locutores esportivos sempre adoraram fazer.
Ainda noutro dia, ouvia eu um jogo de futebol entre o Palmeiras e o Corinthians, quando o jogador Ademir da Guia, filho do famoso zagueiro Domingos, levou uma porrada firme e caiu no campo. Foi o bastante para o entortador do vernáculo de uma emissora radiofônica de São Paulo berrar:"Adentrou o gramado o facultativo esmeraldino para atender o filho do divino, grande peça na esquadra periquita." Mas deixa isso pra lá.
O perigo é a imprensa escrita (porque os locutores inventaram também esta besteira: imprensa falada) aderir à empolação vernacular, o que parecia ser a ideia do redator de 'A Nação' quando, relatando um simples choque entre um caminhão e uma bicicleta, ocasião em que esta ficou imprensada num poste (era a imprensa pedalada), escreveu:" O Ford Taunus, além de ser atingido em seu âmago, ao ter sua porção frontal rasgada pelo poste que aparou o ímpeto, foi danificado no capô. A bicicleta, se pode imaginar, ficou em estado deplorável, pois foi esmagada sobre o sustentáculo dos condutores elétricos."