sábado, 10 de março de 2012

MARLENE DIETRICH - ' Lili Marleen '



Dia nublado, chuvinha fina  para mudança de estação, temperatura amena.
Em dias assim, parece que tudo me leva a um tempo indefinido, mas sempre passado, sempre passado.

Eu sou um pouco (?) estranha. Deixo meu pensamento correr, e até voar. . sempre ao som de alguma melodia que me traz uma lembrança agradável.

Estava ouvindo Marlene Dietrich - incentivada pelo post no Facebook, há alguns dias, de uma amiga de Belém do Pará (vejam que coisa!) - mas desta vez, outra música: a conhecida 'Lili Marlene'.

Na minha adolescência, brincávamos - sim, adolescentes da minha época ainda 'brincavam' - de fazer caras e bocas tentando imitar La Dietrich, 'O Anjo azul ', e tal e coisa... (os mais jovens apelem para o Google, por favor).

Lembrei-me, então, de que algumas vezes fomos alertados porque aquela brincadeira  não era 'apropriada', pois  remetia aos horrores da 2ª Guerra Mundial. (?!) e aos "terríveis"  alemães.

Eu, hein? Nossa! Quem queria saber disso as 13, 14 anos de idade?  O fato é que continuávamos a brincadeira cantando baixinho e fazendo trejeitos para parecermos grandes artistas.  E ríamos muito...
Ô idade maravilhosa!

Hoje, depois de tanto tempo (ai, ai...) ainda podemos encontrar um certo constrangimento em algumas pessoas, em relação ao assunto. O povo alemão ficou mesmo marcado.

Talvez não seja politicamente correto voltar ao tema (aliás, penso que aquele pessoal lá de Brasília é que tem de ser 'politicamente correto', né não?)

Pois eu volto ao tema: é claro que a Guerra - qualquer Guerra - é uma estupidez e nada justifica o sofrimento imposto a qualquer ser humano por um que seria seu igual. 
Além disso, penso ter havido, sim, um certo 'silêncio constrangido' de toda uma nação sob o comando de um desvairado.  Mas, fazer o quê? Não podemos esquecer, mas sem alimentar ódio contra esse ou aquele povo. Precisamos lembrar sempre com tristeza e respeito por todas as vítimas. Acredito que estas existem de ambos os lados contendores.

Acontece que em todo lugar, em tempo de paz ou de guerra, há sempre o Amor pairando como um refúgio, como algo que existe para amenizar a dor de viver.  E é este mesmo Amor que engendra poetas, músicos, cantadores.  Toda Arte é produto do Amor.

Curiosa, fui buscar a história da música 'Lili Marlene', que trago para registro do sentimento  de um soldado por sua namorada.  Aliás, sentimento mais antigo que o mundo... hahahaha.  Nada demais e sempre bonito, porque, os céticos que me perdoem, "o amor é lindo!".   Pronto, falei.

Ah, e 'cá entre nós, a mulher é de uma sensualidade absuuuurda! kkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!!!!!!

*        *        *

Esta é, sem dúvida, a canção mais popular da 2.ª Guerra Mundial.
Era o hino não oficial de todos os soldados de Infantaria de ambos os lados do conflito.
A poesia foi escrita em 1915 pelo soldado alemão Hans Leip (1893-1983), que lhe deu o título combinando o nome da sua namorada, Lili, com o apelido de uma jovem enfermeira com quem simpatizou.
A poesia chamou a atenção de Norbert Schultze, que a musicou em 1938.

Após a ocupação alemã da Iugoslávia, o diretor de uma Rádio alemã sediada em Belgrado, o jovem tenente Karl-Heinz Reintgen começou a transmiti-la de novo, com grande agrado de Rommel.
Tornou-se a canção oficial da estação, que a transmitia diariamente às 21.55, antes do fim da emissão.

'Lili Marlene' era ouvida também pelos Aliados.
Depressa se tornou a canção preferida dos soldados de ambos os lados.
  
Em 1944, apareceu uma versão inglesa, escrita por um certo J.J. Phillips, aborrecido por ouvir os ingleses cantarem em alemão. O Oitavo Exército Inglês adotou a canção.

Marlene Dietrich cantou “The Girl under the Lantern” (A Garota sob o lampião) em muitos espectáculos, na Rádio e “em três longos anos, na África do Norte, Sicília, Itália, no Alasca, Groenlândia, Islândia e Inglaterra”, como ela gostava de dizer mais tarde.

Diz-se que a canção foi traduzida em 48 línguas, incluindo o francês, o russo, o italiano e o hebreu.

A tradução para o Português:

Em frente ao quartel, diante do portão
um poste com um velho lampião.
Estará ele ainda lá?
Queremos lá nos reencontrar,
queremos junto à sua luz ficar
como outrora, Lili Marlene...

Nossas duas sombras pareciam uma só
E todos percebiam o amor que nós tínhamos
Toda a gente ficava a contemplar
quando estávamos junto ao lampião.
Outrora, Lili Marlene...

Gritou o sentinela para avisar:
- Tá na hora! um atraso, três dias vai te custar
- Já vou, já vou companheiro!
E dissemos adeus.
Com que gosto eu iria contigo, Lili Marlene...

O lampião reconhece teus passos,
teu belo caminhar.
Ele ilumina tudo na noite.
Mas há tempos te esqueceste de mim ...
E se algo me acontecer,
quem estará contigo 
junto ao lampião, Lili Marlene?

 Do alto céu, do fundo da terra,
surge como em sonho
teu rosto amado
envolto na névoa da noite...
Será que voltarei para nosso lampião
como outrora, Lili Marlene?
*        *        *

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