Na minha família, sempre comemoramos o advento do Natal. Crescemos e nos educamos em ambiente cristão, estudamos em colégios católicos também e por isso adotamos sem muitos questionamentos os rituais, as celebrações, os símbolos.
Pois bem, com o passar dos anos - acredito que seja assim com muitas pessoas - nosso modo de observar a vida vai se modificando, nem sempre para melhor, segundo alguns.
Este ano, por exemplo, não me sinto movida para as tais comemorações.
Talvez seja overdose de autoanálise ou seja lá por que motivo for, o fato é que tenho me incomodado com o que vejo à minha volta.
Pode ser chavão, lugar comum, clichê, e os mais nomes que queiram dar a esta falta do 'espírito Natalino' mas a verdade é que estou enjoada dessa época e, mais ainda, do cinismo de determinadas piadinhas ou brincadeiras disfarçadas de consciência social.
As mesmas pessoas que se empenham em demonstrar seu repúdio às injustiças e às desigualdades do mundo são as que se esquecem do propósito religioso (portanto, de religação, de olhar o outro como realmente o seu semelhante) ao menos nessa data.
Inútil ficar rebatendo a mesma tecla, tentando alcançar o dispositivo da sensibilidade alheia. Tem quem tem.
Melhor deixar como está, porque, no fim das contas, talvez seja eu que não esteja para brincadeiras...
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